Poema 31| Duas da manhã

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Duas da manhã, insónia
Tenho que parar com essa mania
Dormir tarde só me deixa mal
Novo ano
Novos problemas
Novos poemas
É uma cadeia de acontecimentos
Que gera sofrimentos
Nada extingue o outro
Poemas sempre me farão sofrer ainda mais
Mas também me farão sentir melhor
Me exprimir até a última gota
Até não restar nada
Me exprimir até que eu esqueça a hora
Me exprimir até que a dor vá embora
E então conseguirei acabar com esta insónia
E poderei descansar

Dormir para sonhar com livros
Livros e poesia
Poesia que me livraria
Dessa escuridão
Duas da manhã, e eu abafo o grito
Abafo o grito para que ele caiba no papel
Para que mais ninguém consiga ouvir
Dormir, para que eu não me esqueça de pagar o aluguel
Porque se não serei expulsa
Mas também não seria mau de todo
Porque daria um belo poema.

Palavras ensanguentadas Where stories live. Discover now