introdução

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ACORDAR MAIS UMA MANHÃ POR lembranças que me perseguem já é algo normal na minha rotina, não é sempre que acontece, mas infelizmente se tornou inevitável

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ACORDAR MAIS UMA MANHÃ POR lembranças que me perseguem já é algo normal na minha rotina, não é sempre que acontece, mas infelizmente se tornou inevitável.

Corpo suando, trêmulo e assustado, meu coração treme devido às imagens que permanecem frescas na minha mente. Já sentiu como se o passado insistisse em voltar para cobrar pelas lacunas que você deixou em branco quando decidiu seguir a vida? Então, convivo com esse sentimento desde que voltei para Londres. No meu pesadelo eu me lembrava do quanto sofria bullying por ser uma estrangeira e acima do peso, foi um ano inteiro de sofrimento naquele maldito intercâmbio, se eu pudesse ter voltado e negado com todas as minhas forças quando o dito me foi oferecido, eu teria o negado.

Me sento na cama em busca de um apoio melhor para poder respirar, pois ainda estou meio ofegante, após me recuperar, calço minhas pantufas e caminho em passos lentos ao banheiro para jogar uma água no rosto e cumprir com minhas rotinas matinais. Sem perder tempo liguei a torneira e molhei o rosto para tentar afastar toda essa confusão no meu corpo.

Com as mãos apoiadas na pia eu encaro meu reflexo no espelho a minha frente.

— 'Pra que todo esse alvoroço? Até parece que nunca aconteceu antes. —  uso as duas mãos para espalmar minhas bochechas — Recomponha-se, você é uma mulher da porra, não precisa se acabar por coisas que não importam mais. Você ama seu corpo, ama cada pedacinho seu, e não se importa se existem pessoas que se acham melhor por serem "magras".

— É isso aí — um grito escapou da minha garganta — O que foi? Esse monólogo deveria ter sido pessoal? Porque se foi, deveria ter ao menos passado a segunda fechadura na porta.

— MAYA! QUANTAS VEZES TE DISSE QUE VOCÊ NÃO DEVIA ENTRAR SEM BATER — Eu berro sem me importar se foi alto, os meus vizinhos vão me reclamar na portaria outra vez.

— Sabe o que eu acho? Que você não deveria ter me dado a chave se não quisesse que eu entrasse — ela dá de ombros.

— Te dei a chave devido a possíveis emergências — falei pegando minha escova de dentes e começando a escovar.

— Como as quais? — ela se encosta na porta cruzando os braços.

— Sei lá, você é minha empresária, te pago pra pensar, coisas por mim também, faz isso agora — digo terminando de lavar minha boca.

— Que tal, te lembrar que você tem a inauguração de uma nova boutique hoje, a menos de uma hora? — A ruiva apenas solta essa bomba como se esperasse que eu lembrasse de algo — Você lembra, não é?

— Lógico, mas talvez eu dê uma certa atrasada porque alguém não para de me atrapalhar falando comigo — ela levanta as mãos em rendição e sai do cômodo, talvez para a cozinha — Merda, como poderia esquecer?

Fecho a porta do banheiro e trato de tomar um banho incrivelmente gelado para poder finalmente acordar direito.

Fecho a porta do banheiro e trato de tomar um banho incrivelmente gelado para poder finalmente acordar direito

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Intensity - Son Heung-min Where stories live. Discover now