Capítulo III

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Liam


Acordei com uma enxaqueca horrível. Tateei o chão a minha volta tentando encontrar o corpo de Theo. Era como um reflexo natural para mim. Já estávamos presos a tanto tempo que eu já acordava procurando seu calor para me sentir mais seguro. Para mim era um sentimento bom, confortável, até mesmo familiar. Notei que, depois de mexer com as mãos em um chão úmido e com uma textura diferente, não encontrei nada além de uma sensação estranha.

Luz! Era isso mesmo, eu estava conseguindo finalmente ver as coisas a minha volta. Era uma luz forte e intensa, seria a luz do sol? Só poderia ser. Mas... o que tinha acontecido para que eu parasse ali? Será que haviam nos libertado? Isso parecia impossível.

Observei o cenário a minha volta e me deparei jogado no meio de uma floresta densa. Ela tinha cheiro de eucalipto e eu conseguia sentir o odor de suor alguns quilômetros de distância, além do cheio forte de hambúrguer vindo de algum lugar mais ao norte. Tentei me levantar, mas fiquei tonto no processo e acabei caindo ajoelhado. A sensação de que tudo girava ao meu redor era muito intensa, deveria ser a fome. Não me alimentava há dias, pelo menos desde que tínhamos sido presos. Um forte enjoou revirou meu estômago e eu tive vontade de vomitar, entretanto me segurei, colocando a mão na minha barriga.

– Se eu fosse você ficava parado um pouco – uma voz feminina chamou a minha atenção. Ao mesmo tempo que ela parecia tão perto, parecia muito distante. Era como se meu cérebro não processasse direito as coisas. Ouvi um baque surdo de algo caindo na minha frente. Um cheiro pungente de batatas fritas, hambúrguer e milk shake subiu pelas minhas narinas atiçando todos os meus instintos. – Coma isso, vai ajudar um pouco. Adoro um milk shake depois de uma batalha!

Sentei no chão e foquei minha visão no saco que estava alguns centímetros de mim. Não esperei um outro convite para comer. Meu corpo pedia isso, ele precisava de alimento.

– Você teve sorte lobinho – a voz comentou com um ar de surpresa. – Poucos sobreviveriam a uma queda daquelas... Tudo bem que você teve sorte de eu estar por aqui, mas o outro eu não sei onde foi parar...

O outro? Será que ela estava falando de Theo. Mastiguei vorazmente o sanduíche enquanto tentava processar o que ela estava falando.

– Fico me perguntando onde será que ele parou... Foi sentido Beacon Hills. As coisas estão esquentando por lá, sabia? – Ela mencionou de um jeito desligado, como se estivesse alheia a qualquer coisa que viesse a acontecer. – Essa coisa de Lobisomem Rei tem movimentado o mundo sobrenatural nesse último ano. Eu estava em outra missão enquanto isso, mas no final das contas tive que voltar. De qualquer forma... corajosos, enfrentarem uma vampira como aquela!

Lobisomem Rei... Vampira... Eu estava começando a me lembrar de tudo com mais clareza. Tínhamos sido retirados da prisão por uma sanguessuga pálida que queria nos levar direto ao rei lobisomem como uma espécie de oferenda para um jantar social. Não sei se queriam só conversar, mas algo me dizia que não seria essa a intenção. De qualquer forma eu e Theo conseguimos nos soltar de alguma forma, ou pelo menos eu. Agora eu só conseguia torcer para que ele estivesse bem enquanto meu peito parecia se quebrar em mil pedaços com a ideia de que ele tivesse morrido.


🐺🐺🐺

Derek

O som do corpo se chocando com o carro fez com que todos os meus pelos eriçassem. Rapidamente saí correndo de encontro ao veículo de Scott preocupado se ele e Isaac estavam bem. O que foi? Não é porque ele tentou me matar que ele deixa de ser importante para Stiles (talvez eu devesse questionar mais ele sobre isso futuramente).

Blood of LOVE - Eternity WarWhere stories live. Discover now