Camaleonte (Livro 1 Pietro Matarazzo)

Capítulo 36 - Maya Matarazzo

-E você Sawyer não vai falar nada? -Pergunto depois de me acalmar um pouco. 

Ele esteve o tempo todo calado e eu acho que não foi por respeito a mim ou ao Pietro. 

Ele já sabia ou no mínimo desconfiava de algo.

-Porque eu sinto que você sempre soube a verdade? -Pietro pergunta. 

Sawyer dá um pequeno sorriso e sinto orgulho mesmo que eu não tenha participado do seu treinamento só de ver o quanto ele é bom e em como aprendeu a ler o Pietro e eu é gratificante. Sawyer é um soldado de confiança e sua lealdade e habilidades fazem dele um dos melhores homens que a Ndrangheta tem.

-Maya você sabe quantos inimigos dariam a vida para ter você na mira de uma arma em uma rua qualquer sem um soldado sequer para proteger você? Nenhum inimigo daria um tiro na sua barriga e sim no meio da sua testa ou melhor eles teriam levado você para torturar e tentar arrancar alguma informação sobre a famiglia. Estava na cara que algo estava errado e vocês tiveram sorte que a dor e o luto dos outros foi o que governou a mente deles porque do contrário teria virado uma bagunça porque eles não iriam parar até descobrir toda a verdade. -Sawyer fala e dou um sorriso. 

-Bom trabalho soldado. -Falo e ele apenas balança a cabeça. 

-O que vai fazer agora Maya? -Alec pergunta chamando a minha atenção. 

-Sawyer chame todos os soldados per favore. -Peço e ele sai. 

Sinto meu corpo tenso e todo o que eu quero é ir correndo até a minha pequena e sentir elas nos meus braços mas antes quero resolver as coisas aqui antes que a bomba sobre a farsa se espalhe. 

-Vou explicar a situação aos soldados e depois vou para o clube. -Falo olhando para o Alec que concorda com a cabeça. 

-Talvez não seja bom você ir até o clube figlia. -Papá fala preocupado. 

-Eu não posso fugir para sempre papá e além do mais um dos meus maiores tesouros está lá e eu não pretendo passar mais nem uma hora longe dela. -Falo firme e meu papá concorda com a cabeça. 

-Você quer que eu vá com você Maya? -Pietro pergunta. 

-Vá ficar com a Alina e o Nicolas fratello aliás acho que está na hora do nosso papá conhecer o neto e a nora. -Falo e dou um sorriso. 

-Com certeza está. -Papá fala ansioso. 

Os soldados chegam e alguns ainda estão com os olhos assustados. 

-Prestem atenção. -Falo e logo todos ficam em posição. 

Respiro fundo e em seguida eu e o Pietro começamos a contar tudo o que aconteceu mas dessa vez sem riqueza de detalhes e depois de meia hora já estou a caminho do clube com o Alec.

-Estou preocupado Maya. -Alec fala assim que paramos em frente ao portão do clube. 

Olho nos olhos do meu irmão e vejo medo. 

-Eu sei que está com medo de tudo que vamos enfrentar e acredite em mim eu sinto muito que você tenha se envolvido nessa confusão toda eu nunca iria querer te ver sendo acusado de ser a merda de um rato mas aconteceu e agora precisamos ser fortes para lidar com as consequências. -Falo firme. 

Descemos do carro e abraço ele. 

-Eu estou aqui Alec e não deixarei ninguém ultrapassar o limite com você entendeu? Você errou mas ainda é o VP e principalmente é o meu irmão e por você eu coloco fogo nesse clube e depois mando construir outro. -Falo e o Alec ri.