Capítulo 7

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Valentina P.o.v

- que cara é essa? Parece que o passarinho azul foi falar com você e morreu no meio do papo - pergunta Duda ao se sentar do meu lado durante o tempo da soneca das crianças.

- eu conversei com a Luiza ontem sobre algumas coisas, algumas que me deixaram animadas, e outras nem tanto...

- como assim? me explica.

- bem, descobri que ela é Bi, assim como eu... o Leo sabe disso, inclusive ontem depois que deixei eles em casa, ele perguntou se eu poderia dar mais caronas pra eles, e quando ficou sozinho com sua mãe ele perguntou se éramos namoradas... então de certa forma não precisaria esconder, e nem fingir que somos só amigas, até ele ter "idade" de entender isso...

- ta.... e onde tá o problema nisso que até agora eu só vi vantagem nessa conversa que você teve com minha futura cunhada?

- bem, antes de contar essas coisas, ela disse que algo tirou o sono dela, eu perguntei se ela queria contar, e ela falou que não, obviamente não vou forçar ela a me contar o que ta acontecendo na vida dela, até porque eu ofereci a minha amizade, mas amizade não tem confiança assim do nada pra sair contando tudo... eu não estou assim por não saber o assunto, antes que você me pergunte, estou assim porque estou preocupada.

- Valentina, você não acha que está sendo apressada demais com as coisas? no sentido dos sentimentos, você vive falando sobre não estar apaixonada, por não gostar dela dessa forma, mas olha como você está agindo porque ela perdeu o sono de noite....

- olha eu não tenho culpa do que eu estou sentindo, eu ainda não sei nomear ele, por isso eu continuo deixando literalmente a vida me levar, não vou impedir, não vou deixar de sentir seja lá o que isso seja.... se for cedo, quem tem que me dizer isso é ou meu coração ou a Luzia... eu não sei mais o que eu faço Duda... de verdade amiga...

- tu ta caidinha - ela cai na gargalhada mas se contendo por conta das crianças e eu abaixei a cabeça contra a mesa fingindo chorar e ela me abraça - como você mesma disse, deixa a vida rolar, se estiver caidinha, não importa, viva, você é jovem tem muito o que viver...

- obrigada amiga, eu agradeço muito por várias coisas que você já fez por mim, se não fosse você eu acho que nem trabalhando aqui eu estaria mais - falo rindo com ela, por ela já ter me aconselhado a coisas que salvaram literalmente a minha pele.

- de nada viu, por fazer você conhecer seu primeiro amorzinho

- cala a boca Duda - dou risada empurrando ela

- A Luiza já sabe que você é bv?

- Não, e nem vou contar, não tem a necessidade

- eu verdadeiramente me pergunto como você conseguiu isso... nem um selinho nem nada? festinha de escola? beijar atrás da diretoria no intervalo? nada?

- Claro que não, meu foco na escola, faculdade, curso, era unicamente estudar, eu nem olhava pro povo da minha sala como algo diferente que colega que eu era obrigada a aguentar por conta do ano escolar.

- meu deus, que dó de você quando tiver um filho, ou filha...

- o que? como assim?

- dizem por aí, que quando o pai é bagunceiro, o filho vem calmo, e quando o pai é calmo, o filho é total oposto...

- Você acredita nisso?

- não, mas também não vou duvidar que isso seja real ou não... olha tá dando o horário, vamos acordar os pequenos, já já os pais estão aí, e todos ainda estão roncando

- doida... - falo rindo olhando pra ela me levantando pra ajudar - eu falei que jogar queimada iria cansar todo mundo e que todos capotariam no filme dessa vez

A Professora do meu filhoOnde histórias criam vida. Descubra agora