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Victor narrando

— E aí, Victor. – Raimundo tá sentado no canto da parede no pátio.

— E aí... – não tô muito animado não.

— Como foi a noite?

— Vai te fuder. O que teve hoje pra comer naquela merda?

— O rango foi massa. Pão com ovo e cafezinho.

— O café daqui tem gosto de bosta. – faço careta.

— Hm... Tu nunca deve ter passado fome, né? Sabe nem o que diz um filho da puta desse.

— Vai te lascar Raimundo.

Coço o saco e cheiro e sim: preciso de um banho urgentemente.

Relaxo no banco e me inclino pra trás enquanto sinto o calor do sol.

Não tem como eu me sentir bem depois de ficar sabendo que o Adriano tá pouco se fudendo pra mim. Logo ele. Ele tá achando mesmo que eu não sou capaz de acabar com a vida dele de todas as formas possíveis? Tô rindo do que eu sei. Só mais uma cagada desse filho da puta e eu não prometo mais ficar quieto.

O Adriano não tem noção!

Tenho um acesso de fúria e grito como um louco no meio do pátio.

— Ó o cara. – Raimundo tira onda.

— Vai te lascar, porra! Eu num já te mandei sair de perto de mim? – cresço pra cima dele.

— Tá surtadinho, Victor? Baixa a bola aí irmão. – ele nem treme com a minha tentativa de intimidação.

— Que tá pegando aqui? – é o Ceguinho.

— Tú também Ceguinho? – digo o nome dele quase cuspindo de tão nervoso.

— Eu e os vagabundo tudo tamo curioso pra saber o que tá pegando. Que foi, desceu a menstruação? – risos.

— Boa, boa, boa. – Raimundo levanta e estende a mão pra fazer toquezinho com o Ceguinho na minha frente. — Geral tá falando da mina que foi atrás de tu na enfermaria. O que rolou? – me encara sem dar a mínima pro fato de eu não tá afim de papo com ninguém.

— Qual é, Cachorrão... vai esconder o jogo dos irmão? Tu num deu nem uma chupadinha no grelinho dela?

— E eu lá tô com cabeça pra ter esse papo com vocês. Mané sem noção. – saio de perto.

Vou tomar banho.

A água ta massa. Nem fria demais e nem quente como costuma ficar tal hora da tarde. Deixo que ela caia sobre as minhas costas e depois relaxo enquanto sinto suas gotas molhar meus cabelos e escorrer pelos meus mamilos arrepiados.

Puta que pariu. Que saudade de tomar um banho que preste sozinho em um banheiro de vergonha. Nada disso taria acontecendo se o Adriano tivesse cumprido a parte dele no trato.

A minha missão era dar um fim em quem ele mandava, mas a dele era me dar cobertura se caso eu precisasse.

Fecho os olhos e sinto a água escorrer, ela insiste em passar pelo meu mamilo, sinto uma frescurinha lá em baixo e seguro o instrumento com o orgulho que eu sempre tive dele.

Não desligo o chuveiro enquanto bato uma, é mais gostoso assim.

Ofego pra caralho e penso na mulher mais gostosa que eu já comi na minha frente e de repente me vem a lembrança a crente que se meteu na minha briga outro dia.

Eu tirei uma onda com a cara dela e fiz piada com a crença da maluca, mas eu admito que ela era um filézinho. Não ia ser sacrifício nenhum comer aquela dona.

— A, a, a, a... – os gemidos escapam da minha boca.

Eu nunca comi uma crente. Será que ela trepa rezando ou com uma bíblia na mão? Acho que por ser crente deve ser mais safada.

— AAAAAAA! – porra não me aguento de tesão.

Meu gozo escorre pelo ralo e meu corpo relaxa de verdade.

— Eita... – é o Jamerson atrás de mim.

— Porra, Jamerson. – tomo um susto e fico de frente pra ele — Que tá pegando? – hora de terminar esse banho, ele já tá demorado demais.

Esfrego sabonete no corpo e na cabeça pra tirar a sujeira.

— O coronel mandou ficar te vigiando. Não te vi lá com os outros presos e vim atrás de tu.

— Hmm.. E eu preciso de guarda particular desde quando?

— Sei não. Tô achando aquele cara lá muito esquisito.

— Fosse só tu. Ele veio me fazer umas perguntas bem escrotas, se intera?

— Hmm... Ele mandou tirar a televisão do presídio e parece que tá querendo acabar com as visitas íntimas.

— É o quê? – desligo a geral.

Meu banho acabou.

— Como assim, eu tava já pensando aqui em como eu ia fazer pra conseguir uma. Não tá dando pra ficar sem mulher não.

— Acho que a intenção do diretor é incomodar mesmo.

— É. Mas assim ele vai tá mexendo com os presos errados.

Visto a roupa ainda molhado porque não trouxe toalha e nem roupa limpa. Mas aqui na cadeia é assim. Se você fica limpo e cheiroso demais corre o risco de ser entendido errado pelos companheiros de cela.

— Há! – parece que o Jamerson lembrou de alguma coisa importante.

— O que foi, bandido?

— Tem uma visita pra tu.

— E quem é?

— Tu vai ter que ir lá pra saber.

Odeio quando os caras tiram o dia pra tirar onda comigo.

— Mas hoje nem é dia de visita. – digo.

— Essa é especial. – pisca pra mim — Bora.

Jamerson me guia até a sala da visita. Normalmente, não é assim que as coisas acontecem. Normalmente, tem o dia certo pras pessoas virem visitar a gente e então fica todo mundo no refeitório mesmo.

Não me sinto ansioso. Só tô curioso. Juro como se for o Adriano, eu vou soltar os cachorros em cima dele. Quem esse arrombado mauricinho pensa que é pra vir me tirar. Eu sou matador profissional porra. Vai ser um prazer cumpri pena por matar ele.

De longe eu vejo a mesma moça que me salvou do anão naquele dia.

Então quer dizer que a dona voltou mesmo... vai ver ela tem fantasia com detento ou só tá afim de salvar a minha alma. Coitada. Como que alguém tenta fazer por mim algo que eu mesmo já desisti?

— Oi. – estou em frente a ela.

— Oi. – ela estava lendo a bíblia e levanta a vista para falar comigo.

Estendo a mão e ela toca a minha mão com uma expressão de quem não está entendendo nada.

— Prazer ter você aqui de novo. – beijo sua mão e dedos.

Ela está gelada e treme um pouco. Parece até as meninas que eu pegava quando era garoto. As mina tudo virgem doida pra dar a bucetinha ficavam assim quando eu pegava nelas. 

Visita Íntima (morro) COMPLETOWhere stories live. Discover now