Solo de lamentos parte seis

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-Você quase foi pega por isso, oque aconteceu? – Holie perguntava, preocupada com a atitude da ruiva.





-Não é nada...eu só me perdi um pouco- Ela respondia, ainda um pouco aérea.





-Aquele nome, te desestabilizou completamente, oque aconteceu? – Holie ainda questionava sobre o mesmo assunto.





-Não importa. Já acabou- A ruiva virava as costas, ríspida como sempre.





-Sei que não confia em mim- Holie se aproximava dela.




-Mas acabei de te salvar, sem pensar duas vezes. Não pretendo lhe fazer mal algum- Ela era seria em suas palavras.







Por um instante Velika permanecia quieta, relutante em se abrir novamente com outras pessoas. Como uma mercenária, confiança sempre foi algo delicado, em um mundo como aqueles, confiar em alguém era extremamente difícil. A  paladina de início se mostrava ser uma pessoa totalmente fora do mundo de Velika, mas ao sofrerem juntas, ela percebia que mesmo com ideias diferentes, seu senso de justiça era confiável, pelo menos naquele momento.




-Talon era a pessoa ao qual eu procurava no Campo dos Exilados- A ruiva começava a se pronunciar, enquanto a cavaleira lhe dava toda sua atenção.





-É meu irmão de criação...fazíamos parte do mesmo clã de mercenários. Ele havia desaparecido em um trabalho, estava demorando muito a voltar, então decidi ir atrás dele.






-O lugar estava completamente dizimado, com aquele monstro  proclamando que havia matado todos ali...mas...mas agora...esse goblin trazer o nome dele, como se...como se estivesse vivo...não faz sentido.




-Talvez ele não possa ter fugido? – A loira perguntava.




-Ele teria vindo até mim. Tenho certeza disso- A ruiva retrucava com um semblante sério.






-Eu preciso de respostas...eu vou achar aquele idiota, ele não vai fugir de mim- A ruiva se referia ao seu recente oponente, Lennister o goblin vermelho.





-Vamos voltar, nos reunir com Loyce...- Essas eram as últimas palavras antes de seguirem o caminho para de volta a cabana. 







Na cabana








Loyce encarava por muito tempo aquele amuleto que lhe foi dado, ainda procurava entender oque havia acontecido naquela noite. Tudo ainda era muito confuso em sua cabeça, as palavras do Cavaleiro Negro, a explicação sobre os seres extra planares, ele ainda tentava entender tudo aquilo, não sabia se devia confiar nas palavras daquele misterioso ser. Essa ideia das entidades usarem pessoas como cascas para se manifestarem, não fazia sentido para ele, não conseguia entender oque é o seu inimigo. Mas seu dever não devia ser ignorado, as palavras de Imyr eram claras como a mais cristalina das águas, ele devia destruir a criatura misteriosa que havia varrido o Campo dos Exilados do mapa, acabar com a vida dela, e era isso que ele iria fazer, de um jeito ou de outro, nada iria impedi-lo, nada ficaria em seu caminho.





-Você está pensativo...- Leyla se aproximava do loiro.




-Não notei você se aproximando- Ele respondia.





-Isso quer dizer que minhas habilidades são boas- Ela sorria.





-Afinal, sou uma caçadora.





-Você vive aqui? – Loyce perguntava.





-Temporariamente...estou peregrinando...conhecendo novas terras.





-Por isso conheço bem essa floresta.





-Entendo...-Loyce respondia.






-Eu sinto algo estranho vindo desses arredores...começou a algum tempo. Não consigo explicar- Leyla mantinha suas palavras com calma.






-Você se refere a esses acontecimentos estranhos que vem acontecendo? – Loyce questionava.





-Creio que sim...eu sinto algo rastejando por entre os lugares, algo como um invasor...é uma sensação estranha...assustadora.






-Eu senti isso ontem a noite, mais forte do que o normal- Ela divagava entre seus pensamentos.





-Eu não sei oque está acontecendo por aqui, mas eu vou descobrir- Loyce tinha um olhar sério enquanto se pronunciava.






-Você é corajoso cavaleiro...muitos se assustariam em uma situação como essa...mas você é diferente- Ela sorria.






Abrindo a porta da cabana, enfim as duas chegavam, agora já trajadas e banhadas estavam com uma nova sensação, renovadas. Loyce então as cumprimentava, e logo também se preparava para partir, apenas se lavando nos fundos com a água da própria cabana. A postos eles almejavam chegar em Thedas, mesmo que o caminho para lá seja tortuoso. Vendo que o grupo estava pronto para partir, Leyla se aproximava deles, ao lado de fora da cabana. A densa neblina ainda permanecia, deixando o lugar ainda mais dificultoso, se tornando extremamente difícil o avanço.





-Vocês pretendem ir para Thedas? – A caçadora os questionava.





-Isso mesmo- Holie a respondia.





-Posso guiá-los até lá. Com essa neblina toda vocês podem se perder de novo. – A loira explicava.





-Acho que seria de grande ajuda- Loyce dizia.




-Se for agilizar nossa trajetória, tudo bem, só não tente nada- Holie falava, com seu semblante sério.





-Me sigam...vocês estarão lá antes do sol se por...










Incrível era a percepção de Leyla, que habilmente desbravava o caminho por entre a neblina com maestria. Eles passavam pela densa floresta sem maiores dificuldades, com Leyla os guiando eles tinham sucesso em evitar os predadores, e junto a isso sem demorar muito já estariam quase no final do caminho. Seguindo uma curta estrada, já fora da floresta, a neblina dissipava um pouco, facilitando a visão do trajeto. Ao longe eles podiam enxergar a grande catedral de Thedas, dando esperança ao trio.











Lugar desconhecido- Longe de Thedas.






O interior da sala era iluminada pelos candelabros que ficavam espalhados por lá, no centro um belo tapete vermelho deixava o solo confortável de se pisar. O lugar, silencioso e calmo era completamente deturpado pelo desconfortável barulho da porta se abrindo bruscamente. Da figura que ali aparecia, pingava sangue, a respiração estava acelerada e o descontrole era grande. A figura se aproximava da mesa de centro que ali ficava, se revelando ser o ardiloso goblin vermelho, Lennister. A criatura escorava seu corpo, fraco, na mesa de centro.  Fazendo o homem que estava sentado na cadeira atrás de mesa o encara-lo, com cabelos negros e sedosos, uma pele clara, e um sorriso galante, o homem colocava sua atenção no sofrido goblin.






-Oque aconteceu com você, meu caro amigo ? – Ele debruçava seu corpo na mesa para olhar mais de perto seu companheiro.







-Aquela...aquela ruiva maldita...eu iria roubar ela, mas acabou que as coisas não deram certo!- Lennister dizia, raivoso.





-Ruiva? Parece que você se meteu em uma encrenca das boas em – Ele ria.





-Não fique rindo, droga! Ela arrancou meu olho- O goblin gemia de dor.







-Da próxima vez que eu ver aquela elfa, eu vou...eu vou arrancar a pele dela do corpo!




-Elfa? Que interessante -  O homem dizia, pensativo.







-Não se chateie, Lennister. Nem quando se é derrotado a fagulha da esperança se esvai...temos trabalho a fazer meu nobre amigo....


temos trabalho a fazer meu nobre amigo

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CONTINUA...

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