Princesses Don't Cry (ABO)

5. Daisy

A semana passou tão lentamente que ele pensava estar enlouquecendo. Jongho tentava ao máximo ficar longe dos aposentos do príncipe, que agora quase não saia pra fora por estar passando pelo cio. Ele teve que aguentar A-Su o chamando quase sempre e o mandando fazer todo tipo de coisa inútil existente naquele palácio. Ele sabia que ela só estava fazendo aquilo para que ele visse que Yeosang tinha uma companheira, que não era ele, e sim ela.

A-Su fazia questão de ficar lembrando que Jongho não era ninguém, que era apenas uma diversão para o príncipe, que mesmo no cio, não fez questão de procurá-lo.

Por estar com os nervos a flor da pele, ele acabou a respondendo a altura. Jongho não era de fazer isso, mas sentiu raiva com ela o humilhando de todas as formas possíveis. Não aguentava mais sentir o cheiro dela misturado com o de Yeosang, não aguentava ouvir sua voz, não aguentava ver aquele sorriso presunçoso que a alfa esbanjava. Era por isso, que nesse momento ele estava sentado na mesa do jantar, olhando amargamente pra seu prato, enquanto Adara e Wooyoung davam risadinhas conversando entre eles.

Sua comida já havia esfriado a um bom tempo, ele não tinha saído da mesma posição, apenas ficava remoendo a raiva e a dor que sentia em suas costas, que foram cortadas com as chibatas dolorosas que recebeu como punição por ter respondido a noiva de Yeosang, a futura rainha de Aurora.

Jongho apertava com força os hashis na mão, seu coração estava quebrado, mas acelerava sempre que sentia a raiva subir, ainda conseguia ouvir os barulhos da chibata tocando em sua pele, mas ainda com a dor insuportável, ele se esforçou até seu limite pra não deixar nenhum som escapar de sua boca, e nenhuma lágrima descer por sua bochecha.

Quando foram para a sala onde sempre ficavam conversando antes de dormirem, Jongho desamarrou a parte de cima de seu hangbok e tirando quando se sentou numa almofada e seu irmão foi passando uma pomada em seus ferimentos. Sentia arder, sentia queimar, mas depois que aquela pomada fazia seu efeito, ele sentia alívio por amortecer e ficar algumas horas sem sentir aquela dor insuportável.

Adara estava lendo um livro enquanto esperava Wooyoung terminar o que estava fazendo, ela estava com as bochechas vermelhas justamente por Jongho estar sem camisa em sua presença. Mesmo que eles fossem amigos e tenham alguma intimidade, ela era muito tímida, o que fazia ser fofo.

— O príncipe deseja a presença de seu ômega de companhia.

Um guarda avisou assustando os três ali, Wooyoung ficou irritado deixando o remédio de lado e ajudando Jongho a amarrar de volta sua roupa. Adara se levantou olhando para o guarda que esperava pacientemente.

— O que o príncipe precisa? eu posso fazer.

"nem pensar, eu vou no lugar de vocês."

Wooyoung brigou sinalizando, Jongho não estava olhando pra nenhum deles, estava perdido em seus pensamentos olhando para o tapete confortável daquela sala.

— Woo, você fica cuidando de Jongho.

— Prezo muito por vocês quererem servir o príncipe, mas senhorita Adara, tenho ordens para regressar somente com o ômega de companhia do príncipe.

O guarda disse respeitosamente e Adara olhou pra Jongho, o mais novo tentou protestar para seu irmão, mas ele se levantou tristonho, como se já tivesse aceitado o que estaria prestes a acontecer consigo.

"Hyung... você está machucado"

— Não se preocupe comigo, não chore está bem? – Jongho falou finalmente ao olhar pros olhos brilhantes de seu irmão, estavam prestes a derrubar lágrimas, sentindo rancor e tristeza por não conseguir proteger seu irmão mais velho. – Acompanhe Adara até a casa dela, não deixe meninas irem embora sozinhas a noite, lembra?