CAPÍTULO QUATRO | Proibida para mim

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Agora de volta aquele momento decisivo, ele olhou na direção da porta do escritório que pertencia a seu melhor amigo e chefe. Agora, que estava prestes a sair e cumprir com um juramento que pensara jamais ter que cumprir, ele lançou mão de toda sua determinação para dar o passo seguinte; apesar de cada fibra do seu corpo que lhe dizia: não.

_Gabe, peço desculpas por ter explodido com você agora a pouco. Sei que deve ser bem difícil tudo isso que está acontecendo para você também. No fundo, todos nós fomos vítimas daquele desgraçado – Valentina pôs a mão delicada em seu ombro fazendo-o se arrepiar e a desejar mesmo naquele momento crítico.

_Por favor, não fale naquele desgraçado, não agora. – pediu rangendo os dentes.

_Estou tentando dizer que sinto muito, seu idiota! – reclama, contrariada.

_Desculpas aceitas, minha querida. Mas se você realmente entende. Se realmente sabe o quão difícil será isso tudo para mim, preciso que me prometa algo. Pare com essa ladainha de que "quando tudo isso passar", você irá embora. Nós dois não é passageiro, Valentina. Nós dois é para sempre.

_Gabriel...Não se torture assim, já te pedi. O que está acontecendo entre nós é algo de momento. – ela responde – Antes, naquele dia lá no hotel no Brasil, eu já tinha decidido que não ia acontecer nunca mais...- ela suspira, vencida – Mas aconteceu tudo o que aconteceu, fomos obrigados a ficar tanto tempo juntos novamente e as coisas voltaram a acontecer...Mas...

_Mas eu sou só seu "passatempo"? Uma distração? Uma válvula de escape, é isso? Se é assim, você poderia usar qualquer um: um segurança, um dos médicos da clínica... – retruca mordido pelo ciúme.

_Gabriel! Não me ofenda! Estou te deixando livre.

_Eu não quero essa liberdade! – ele rebate – Por que infernos, você não entende? Por que não aceita que o que temos não é só "um passatempo"? Eu te amo! Quero que seja minha mulher! Já te disse isso milhões de vezes!

_E como vai ser isso? Você vai sair agora e reivindicar a Sarina como esposa e eu vou ser o quê? Sua amante, enquanto você vira marido da minha melhor amiga?

_Valentina, se estivermos juntos, encontraremos um caminho. – ele argumenta – Estamos nisso juntos; temos enfrentado esses problemas juntos e é só isso que preciso. Você sabe muito bem o quanto tentei evitar essa coisa de juramento; além disso, todos sabem que eu jamais tocaria na Sarina...

_Mas ninguém sabe que você está comigo! – ela acusa – Sou seu segredinho sujo. – ela provoca – Agora além de se casar, você vai se tornar o chefão! Acha mesmo que eles vão aceitar essa historinha de que "você não vai tocar nela"?

_É claro que eles não precisam saber dos nossos acordos, Valentina. Além disso é um arranjo, temporário. Santoro vai se recuperar e esse pesadelo terá um fim...

_E se ele não se recuperar? – ela questiona – Sei que sou a primeira a repetir e repetir que ele vai acordar; mas se ele não acordar? Acha que eles vão esperar que não exista um herdeiro seu? Você sabe que será justamente isso que vão esperar de você, não é? Ou será que você também não está ouvindo os rumores sobre providenciar um novo herdeiro.

_Valentina, pelo amor de Deus! Sarina não parece capaz nem de ver a luz do dia seguinte sem perder o juízo, acha que poderia submetê-la a qualquer coisa que não seja tratá-la com o máximo respeito? – ele parecia furioso que ela pudesse pensar qualquer coisa diferente daquilo – Realmente acha que eu teria coragem de tocar nela? Isso é por acaso alguma droga de teste?

_Você acha mesmo que esses abutres que estão tentando enterrar seu amigo, antes mesmo de ele morrer de verdade vão engolir essa de "regente da máfia"? De que você vai ser só o "tutor" do pequeno Sal e vai ficar "guardando o lugar dele" até que ele cresça sem tocar na mãe dele ou querer ter seus próprios herdeiros?

_Eu quero ter meus próprios herdeiros com você, Valentina.

_Outra ilusão. – ela insiste em bancar a advogada do Diabo – Você realmente acredita nesse conto de fada mafioso? Acha que, no fim, eles vão permitir não só que você mantenha o comando, mas também fique comigo que seu "persona non grata" ? – ela provoca – Desça da nuvem, Gabriel – ela faz um trocadilho com seu nome angelical – Eles acham que sou, como é mesmo que me chamam? Ah! Sim! A vadia brasileira. A cadela do traidor. Alguns até acham que eu enfeiticei ou amaldiçoei a família e por isso aconteceu tudo o que aconteceu.

_Pelo amor de Deus, Valentina...

_Assim que você chegar com esse seu discurso, eles vão arrumar uma boa vaca parideira da máfia. Alguma adorável "Miss Sicília" de sangue azul mafioso como a sua adorada irmã Laura ou como a perfeitinha da Fifi para parir seus rebentos. – ela acusa, maldosa.

_Por favor, me diga que esse seu discurso insólito se deve ao fato de que você está com ciúme de mim e tem medo que eu me torne realmente um marido para sua amiga...- ele pede exasperado, pressionando as têmporas e seu olhar azul escurece alguns tons.

_Só estou tentando por algum juízo nessa sua cabeça dura e que largue de insistir nessa coisa toda de "nós".

Agindo além de suas forças, Gabriel toma Valentina nos braços e a pressiona contra a porta do escritório fechada. O beijo deveria ser mais uma punição que um carinho; para que ela parasse te tentar piorar ainda mais aquela situação, que já seguia fora de controle; mas as tensões e abstinência que sentia de estar com ela assim entre em seus braços assumiu o controle e, em pouco tempo, ele a beijava cheio de desejo e paixão e ela retribuía com a mesma intensidade.

Ambos estavam sedentos, frustrados, desesperados e as roupas logo começaram a cair. As línguas se debatiam, exigentes e as mãos percorriam os corpos um do outro, cheios de urgência. Atrevido, ele desce uma das mãos capturando uma das pernas dela e trazendo para si, para abraçar seu quadril. Valentina responde inclinando o corpo em sua direção, se esfregando nele e o apertando ainda mais pelo pescoço. Seu membro reage imediatamente. Ardente, ela roça os dentes em seus lábios, mordiscando uma porção deles, gemendo. Gabriel fica ainda mais duro de desejo por ela.

Sem deixar de apertá-la e beijá-la, ele tenta abrir as calças e se enfiar dentro dela o mais rápido possível. Pouco se importava agora que os homens mais temidos e mais poderosos de toda a Itália estivessem no salão esperando por ele, precisava mergulhar dentro de Valentina, senão enlouqueceria! Que aqueles bastardos esperassem! Conseguiu com dificuldade abrir caminho até a fina barreira de renda que o separava de seu paraíso pessoal, molhada, tão quente e fogosa...Sentiu seu sexo endurecer ainda mais, desesperado por mergulhar de vez nela. Valentina se projetou sobre ele tomando impulso e o ajudando a penetrá-la. Assim que finalmente estavam um dentro do outro, emitiram juntos um gemido estrangulado; um misto de alívio e prazer. Alucinados de desejo, cavalgaram um no outro intensa e rapidamente. Era um ato primitivo, intenso, quase animal.

_Desculpe, se estou sendo bruto, amor. Não consigo me conter – ele tentava se desculpar, entrando e saindo de dentro dela, profunda e duramente.

_Cala a boca e me fode! – foi a resposta mal criada dela enquanto o apertava ainda mais pelo pescoço e se esfregava ainda mais nele.

De algum lugar bem no fundo de sua mente, uma voz lhe dizia que aquelas estocadas duras aliadas a suas mãos rudes apertando seu corpo sem cerimônia e os trancos que davam na porta deixariam marcas na pele clara e delicada dela, mas quando ela o apertava e o beijava daquela maneira fogosa e exigente; ele não conseguia pensar em mais nada. O Consigliere da mais poderosa Famiglia mafiosa da Itália e futuro Don regente era completamente dominado pelo desejo que sentia por aquela mulher proibida para ele.


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⏰ Last updated: Feb 03, 2023 ⏰

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