A Última Grande Guerra deixou cicatrizes profundas no mundo, e os descendentes dos humanos sobreviventes lutam pelos poucos recursos restantes. Os favorecidos vivem protegidos dentro das Colônias, dominando a maior parte da água potável e áreas fért...
Olá, povo. Pois é, eu estou aqui tentando meu máximo para trazer um novo rosto para a fic e devo admitir que está tão satisfatório.
⚠️Um aviso. Esse capítulo terá menções de abuso físico e tentativa de violação pessoal, então fiquem espertos com possíveis gatilhos.
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"A divisão feita por Amálgama é perfeita e permite que a sociedade que reerga. Contudo, há de se ter cuidado para que as classes e suas obrigações não se confundam ou a desordem causada pelo desequilíbrio gerará caos"
Iluminado Rokum, o Emissário
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Ômegas. A base da sociedade de Nova Deli, responsáveis pela manutenção dos serviços básicos das demais outras classes. Sua existência deve ser essencial como o ar: presente e sutil ao ponto de sequer ser notada.
Ômegas corretos não interrompem as demais castas, questionam ou atravessam caminhos deliberadamente para os atrapalhar. Seus olhos nunca devem sustentar olhares alheios nem mesmo de um delta e suas línguas devem resguardar silêncio.
Amálgama criou a casta ômega para ser o apoio fundamental que os alfas, betas e deltas necessitam. Seu valor se mede pela capacidade de servir e se provar útil, conceber e criar novas vidas sem jamais questionar a autoridade divina dos que comandam a sociedade.
Sob tais fundamentos, se movia a sociedade de Nova Deli. Os ômegas caminham pelas ruas sem causar muito tumulto, sempre atentos aos transeuntes para não incomodar as demais castas ocupadas em realizar os esforços realmente importantes. Era um dos momentos do dia que Eijiro menos gostava. Sair do terreno da mansão Bakugou significava redobrar a atenção a cada movimento, gesto e olhar.
Junto aos demais ômegas, ele caminhou pelas ruas asfaltadas tentando não chamar atenção indesejada. Alguns acenos breves para outros de sua casta, um leve manear de cabeça e olhos postos no chão, evitando ao máximo o rosto dos demais. Seus ouvidos deviam estar atentos a qualquer chamado e surdo para situações de violência verbal ou física contra outros ômegas que pudesse presenciar.
Ignorar as situações era o mais difícil. Ainda que não pudesse afirmar ser livre, fazer parte do grupo de ômegas que trabalhavam na mansão Bakugou lhe concedia privilégios que outros de sua casta não possuíam. Entre eles, saber ler. Um segredo que Masaru o fez prometer jamais revelar por causa dos riscos de ser advertido ou punido por ter lhe ensinado a dominar a habilidade de leitura e escrita.
Pelas ruas de Nova Deli, não era incomum presenciar alguma violência contra ômegas. Os deltas vigias mantinham os olhos abertos a todos eles, usando de sua posição superior para gracejar ou implicar contra os que passavam carregando compras ou segurando filhotes. Intimidações e assédios eram comuns e ignorados pelos demais cidadãos.
