sangue latino: o (re)começo

45 0 0
                                    

Se nem mesmo eu sei quem sou, por que todo mundo se acha no direito de decidir isso por mim? (p. 22)

Em momentos como esse que eu entendia o porquê de coisas ruins acontecerem em nossas vidas. Na maioria das vezes, são coisas necessárias principalmente para o nosso crescimento pessoal, porque entender que nem tudo vai correr 100% bem o tempo inteiro é essencial. (p. 54)

Se uma morada não fosse algo, mas alguém, eu estaria fazendo minhas malas e me mudando para Hyesung agora mesmo. (p. 64)

É como se antes eu carregasse não apenas o mundo, mas todos os planetas sobre meus ombros e Haneul fosse a gravidade que me faltava para fazer com que eles flutuassem à minha volta e não pesasse tanto, não mais. (p. 82)

— Posso morar em um abraço seu?
— Só se me deixar morar em um olhar seu. (p. 91)

Nunca acreditei que, de fato, pudéssemos mudar por alguém. E ainda não acredito. Oponham-se o quanto quiserem. Mas a frase "quero ser melhor para essa pessoa" nunca me soou correta, desde que ela parte do ponto que alguém quer mudar para satisfazer o outro. O ponto é aprender a sermos melhores para nós mesmos, porque nós merecemos, afinal de contas. Sem falar que nossa euforia não é responsabilidade de outrem. Que direito temos de jogar sobre outro alguém a responsabilidade que cabe a nós mesmos? (p. 146)

Há momentos específicos em nossas vidas que é tudo tão escuro, como o fundo de um oceano. A superfície fica tão longe do alcance que qualquer aparição de bote salva-vidas nos é bem-vinda. O problema é que, em momentos como este, quando estamos nos afogando, também corremos o risco de afogarmos a pessoa que quer nos salvar, tamanho o desespero. É involuntário e não proposital, mas acontece. (p. 146)

Não saber cada detalhe não torna o sentimento por alguém menos grandioso ou menos profundo. (p. 148)

Dizem que adolescentes sentem tudo muito intensamente, à flor da pele, e que uma gota pode parecer um oceano inteiro, então eu poderia muito bem estar sendo muito precipitado, mas diante da situação nada convencional que eu havia me metido, poderia dizer que ao passo que eu viveria intensamente por Hyesung, morreria por ele também. (p. 198-199)

Nós podemos até ser donos do nosso próprio destino, mas existem certas coisas que simplesmente parecem que são para ser, independentemente das nossas escolhas. O que é para ser, vai ser. (p. 241)

Às vezes, o fim é só o recomeço. (p. 249)

O amor pode ser o sentimento mais lindo já visto, o melhor sentimento já sentido, mas ao passo que ele reconforta, também pode atrapalhar. Ele cega toda a nossa razão. Alimentamos ele com tanta dedicação que chega a um ponto que não temos mais o controle, e é ele que nos controla. (p. 250)

Apenas amar não é suficiente. Às vezes, nem querer é. (p. 259)

Dons podem ser uma faca de dois gumes. Uma benção e uma maldição. E nem mesmo somos nós que decidimos para que lado ela penderá, mas os outros... Não é injusto? Os outros terem o poder sobre o seu dom, podendo transformá-lo no seu pior pesadelo? E não se trata de dar o poder para os outros fazerem o que quiserem sobre você, pois eles fazem de qualquer forma. Eles te violam sem piedade, sem você nem perceber. Violadores de mente e alma. É aí que entra o respeito também. Ou a falta dele, no caso. (p. 267)

Amar também é compreender que, mesmo ao não se achar digno de ser amado, isso não te dá o direito de responder pelos sentimentos dos outros. (p. 270)

E ao amar, vi que amar também é descobrir que a certeza absoluta não existe, mas se existisse, você seria a maior delas. A certeza absoluta de ser o meu alguém. Aquele alguém que supostamente todos têm. A certeza absoluta de que eu poderia morar em um abraço seu e desfrutar das estrelas que encontro no céu da sua boca. (p. 270)

Decisões difíceis sempre precisam ser tomadas. Todos os dias. Mas, como já dito antes, nem sempre decisões difíceis vêm com consequências ruins. Mas ser ruim ou não é tudo questão de perspectiva. (p. 287)

Erros precisam ser cometidos. São eles que nos fazem crescer e aprender. Que nos lembram regularmente de como não devemos ser. Que nos mostram como queremos e não queremos ser. Há erros em que se erra por não saber. Há vezes em que se erra tentando acertar. Há erros que podem ser reparados. Há erros que são irreparáveis. (p. 303)

A vida tem um jeito engraçado de fazer as coisas. Não importa quantas voltas demos, para onde fomos... Parece que sempre iremos parar no lugar onde sempre deveríamos estar. (p. 388)

[...] Às vezes precisávamos mesmo chegar ao fim, só para começarmos de novo. (p. 430)

Viver não está ligado às loucuras que fazemos ou das quais nos abstemos. Viver está ligado ao que queremos fazer naquele momento e se estamos prontos para arcar com as consequências que vierem diante das nossas escolhas. (p. 474)

— Eu amo você... Tanto que não sei explicar... Te amo todas as estrelas e acrescento algumas mais, mi vida.
— E eu amo você. Eu amo você com todo o meu sangue asiático... E, definitivamente, eu amo você com todo o meu sangue latino. (p. 482)

Há 26 anos eu posso muito bem ter detestado o fato de você ter nascido, pois a atenção que antes era só minha passou a ser dividida com um bebê de bochechas enormes. Mas hoje definitivamente sou grato por ter você na minha vida. Não sei o que seria de mim nem dos nossos filhos se você não estivesse conosco. A você, sempre a você, el amor de mi vida! (p. 509)

Se meus olhos fossem mesmo um céu estrelado como Haneul dizia, Ellijah e Klaus seriam a constelação principal enquanto ele seria todo o céu que nos rodeava. E eu faria o possível para que o desejo de Haneul se realizasse. Continuaremos, sim, sendo felizes até o fim, e até mesmo depois dele, se assim for possível. (p. 511)

Nem o maior amor do mundo é capaz de sustentar um relacionamento que parece estar fadado ao fim. (p. 516)

Querido LeitorOnde histórias criam vida. Descubra agora