Capítulo 36

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A semana passou e eu e Valentina mal nos falamos, eu sabia que ela estava diferente e me evitando. Era sábado e após 1.000 desculpas esfarrapadas da Valentina sobre o porquê não poderíamos nos ver hoje, resolvi chamar a Duda para ir em um bar tomar uma cerveja.

Eu me arrumei e fui encontrar a Duda no local combinado.

Duda: Problemas no paraíso? – Duda foi direta após jogarmos conversa fora com outros assuntos

Luiza: Basicamente, Valentina está me evitando!

Duda: Você não sabe o porquê?

Luiza: Ela mudou do nada no sábado passado, mas foi logo após eu falar que não queria filhos. Então deve ser algo do tipo, mas a gente namora não tem 1 mês e já estamos assim?!

Duda: Complicado, Lu! Vocês precisam conversar, demora um tempo para a gente se adaptar com o jeito do outro.

Luiza: Sim, só acende uma luzinha, que estamos sendo emocionadas demais!

Duda: Mas quando tem que ser, é assim mesmo!

Luiza: Sim, mas sei lá! Estou com medo de me machucar!

Duda: Eu entendo amiga, mas a Valentina te ama!

Luiza: E não fala direito comigo tem uma semana!

Duda: Você a chamou para vir?

Luiza: Eu falei para a gente se encontrar e ela me deu um milhão de desculpas! E o seu love?

Duda: Vai vir mais tarde, vou ver se ele traz a Valentina – Duda fala isso mandando mensagem para Valentina

Confesso que estava difícil me distrair, precisava conversar com a Valentina, então resolvi mandar uma mensagem para ela.

~Mensagem ~

Luiza: Oi, estou aqui no Santa Birita com a Duda! Precisamos conversar...

Antes de enviar eu mostrei para a Duda e resolvi reformular a mensagem.

Luiza: Precisamos conversar.... – ainda não estava bom, apaguei a mensagem

Luiza: Ou conversamos hoje, ou cada uma segue seu caminho! Estou no Santa Birita com a Duda! – mostrei para a Duda que me alertou que estava muito direto, mas enviei mesmo assim!
O tempo passava e nada de resposta da Valentina, minha tristeza estava dando lugar para raiva

Duda: Nada de resposta?

Luiza: Nada!

Duda: Vem, vamos dançar!

Luiza: Não estou no clima, amiga!

Duda: Meu Deus, tá mal mesmo! – Duda fala brincando, e ficamos na mesa

Após algum tempo de conversa fora, vejo Valentina e Igor entrando no local, enquanto Igor já chegou abraçando e beijando a Duda, Valentina só me deu um sorriso amarelo e se sentou na mesa.

Duda: Oi, cunhadinha!

Valentina: Oi!

Confesso que fiquei puta com esse gelo da Valentina então levantei da mesa e fui até o bar pegar outra cerveja. Estava parecendo a primeira vez que enfrentamos um desafio, e ela simplesmente sumiu e ficou com outra. Mas dessa vez namorávamos, era para ser diferente.

Valentina: Oi! – escuto ela falar ao meu lado

Luiza: Lembrou que eu existo?

Valentina: Vamos embora para conversarmos?

Luiza: Acabei de pedir outra cerveja, trabalhei igual uma condenada essa semana, quero dar uma relaxada...

Valentina: Está bem, eu te espero!

Luiza: Não seja por isso, pode ir! Depois eu passo na sua casa e a gente vê qual vai ser!

Valentina: Vou ficar!
Luiza: Tanto faz! – falo voltando para a mesa, agora ela tinha me deixado com raiva

Duda: Acertaram?

Luiza: Nada, e do jeito que tá... – paro de falar quando Valentina e Igor voltam

Igor: Gabriel está vindo encontrar a gente!

Luiza: Ótimo! – consigo ver a encarada que Valentina me da nesse momento, mas eu estava fingindo que ela não existia, embora por dentro eu estivesse arrasada, o meu orgulho não deixaria transparecer

Valentina: Lu, vamos ali fora conversar?

Luiza: Agora você quer conversar, Valentina? – quando percebo que todos na mesa escutaram, fiquei com um pouco de vergonha e cedi levantando

Valentina: Não sei se é o melhor momento para termos essa conversa!

Luiza: Me chamou aqui fora para que então? – eu estava ácida, sabia disso, mas ela estava merecendo

Valentina: Vai ficar me tratando dessa forma?

Luiza: Prefere que eu te ignore igual você fez comigo?

Valentina: Não te ignorei, só estava ocupada!

Luiza: Olha, se você quiser falar sobre o que está te incomodando, eu estou aqui ouvindo, mas se for desculpas, vou voltar lá para dentro que eu ganho mais!

Valentina: Senta ai, então! – ela fala se sentando em um banquinho

Luiza: Estou de boa em pé! – eu queria sentar? Queria, mas uma mulher orgulhosa...

Valentina: Então, Lu, aquele dia lá na sua casa percebi que nunca conversamos sobre o futuro. Eu sempre quis ser mãe, Luiza, é a coisa que eu mais quero.... e saber que você não compartilha desse sonho, me pegou de surpresa e me fez reavaliar algumas coisas!

Luiza: Entendi – na hora que ela falou sobre reavaliar as coisas, meu coração se partiu e eu já sabia o que estava por vir, então deixei que uma lágrima escorresse e cortei o contato visual

Valentina: Acho que precisamos de um tempo, só para a gente entender se é isso mesmo que queremos... não chora, por favor!

Luiza: Tudo bem, Valentina! – falo limpando as lagrimas e voltando para dentro do bar

Quando me aproximo da mesa, Duda percebe em meu olhar que tinha acontecido algo e me segue até o banheiro.

Duda: O que foi?

Luiza: Ela pediu um tempo, porque eu não quero ter filhos e ela quer, sem nem conversar direito!

Duda: Não acredito que ela fez isso, e aqui ainda por cima!

Luiza: Eu vou embora, você paga a conta? – falo entregando o meu cartão para ela

Duda: Vou com você!
Luiza: Pode ficar e aproveitar com o Igor!

Duda: Vamos só comer, e vamos, ok?

Luiza: Ok, só espero que ela tenha ido embora! – e não, ela não tinha ido

Voltamos para a mesa e ficou um silêncio totalmente constrangedor enquanto comíamos, que só foi quebrado pela chegada do Gabriel, que se sentou ao meu lado. Não consegui comer, estava com um nó na garganta, então só mexi no meu hamburguer enquanto evitava encontrar o olhar da Valentina. Quando eu acabei me levantei primeiro e fui pagar para ir embora. Quando estava passando para me despedir do Igor e Gabriel, pude escutar Valentina e Duda.

Duda: Não quero papo com você, Valentina!!

Valentina: Só cuida dela, por favor!

Duda: Faz a merda e quer que os outros consertem? – confesso que a Duda era superprotetora, provavelmente ela estava sendo cruel demais com a Valentina, mas éramos assim.

Chorei o trajeto todo até em casa, Duda resolveu dormir lá em casa. As semanas foram passando e parecia que a ferida não cicatrizava, me distraia na aula de dança e em casa ficava trancada no quarto, Duda as vezes vinha aqui em casa. Amanhã as aulas voltavam e eu estava com um nó na garganta só com a ideia de ver ela lá. 

Como tudo começou (Valu)Onde histórias criam vida. Descubra agora