Capítulo 55: A compreensão

209 45 44
                                    

Juliette acordou por volta das 7 horas da manhã e percebeu que Rodolffo não estava ao seu lado. Ela chamou por sua mãe que veio imediatamente.

Fátima: oi minha linda. Como tu está?

Juliette: eu tô bem... Cadê Rodolffo?

Fátima: Juliette, ele foi na casa dos pais.

Juliette: é sério? - ela disse com raiva.

Fátima: ôh filha... Eles são a família dele.

Juliette: minha amiga me falou que ele está errado em querer proximidade com eles e eu concordo.

Fátima: oxe... Que amiga foi essa?

Juliette: em João Pessoa eu tenho uma amiga querida mainha, a senhora vai conhecer ela, se chama Thaís.

Fátima: e onde tu conheceu essa daí? - ela disse desconfiada.

Juliette: ela é colega de trabalho de Rodolffo e foi lá em casa para que ele assinasse uns papéis e a partir daí começava a ser amigas.

Fátima: mas tu tá contando coisas de tua vida a uma desconhecida Juliette. Isso não se faz.

Juliette: da última vez que nos vimos, eu estava chateada. Peguei Rodolffo conversando com o pai e o Juarez estava pedindo dinheiro para ele. Nossa eu fiquei muito irritada. Esse velho sem vergonha.

Fátima: mas ele deu dinheiro ao pai?

Juliette: não... Disse que não estava podendo por que na verdade não estamos. Ele tem economias, mas preferimos não usar por agora.

Fátima: então você resolveu falar mal dos seus sogros para a Thaís? Sua nova amiga.

Juliette: eu desabafei. Falei tudo sobre eles para ela. E falei do tanto que sou magoada por tudo que eles fizeram.

Fátima: e ela disse o quê sobre isso? - perguntou desconfiada.

Juliette: ela me disse que era imperdoável e que eu não devia olhar nunca mais na cara deles. Que eles são péssimos. E que eu não devo ter nenhum contato com ninguém deles. 

Fátima: Juliette... - ela falou pegando nas mãos de sua filha. - não acho que sua amiga lhe deu um bom conselho. Principalmente por causa do Rodolffo.  Minha menina, ele tá triste com isso.

Juliette: Thaís ainda me disse que se eles continuassem a atormentar que eu deveria perguntar a Rodolffo quem ele escolheria, eu ou os pais. Mas isso eu não vou fazer.

Fátima: isso seria terrível. Juliette, nunca faça um negócio desses. E vou te dá um conselho de mãe, se afaste dessa moça.

Juliette: mainha a senhora também vai defender a Vera e o Juarez?

Fátima: não estou defendendo eles, mas pense no seu futuro marido Juliette. Olhe em volta, se ele rejeitasse a mim e a seu pai, tu ia gostar?

Juliette: ele não tem motivos fortes para isso.

Fátima: tem sim. Seu pai ameaçou ele, mas por ter um bom coração e te amar hoje ele convive com ele muito bem, porém poderia ser diferente. Pense nisso. Agora vamos levantar um pouco?

Com o auxílio da mãe Juliette saiu da cama.

...

Do outro lado da rua... Casa dos pais de Rodolffo.

Juarez: eu fico muito satisfeito de nós quatro estarmos tomando café juntos de novo.

Vera: é filho... Sentimos tanto a sua falta.

Rodolffo estava calado e falava muito pouco.

Izabella: irmão, amou a sopa ontem? Estava deliciosa.

Rodolffo: realmente estava muito gostosa.

Vera: Juliette comeu também?

O olhar de expectativa de sua mãe trouxe a tona todas as palavras ditas por Juliette na noite anterior: " eu não quero nada que venha da sua mãe". Novamente ele ficou triste mas respondeu a pergunta.

Rodolffo: ela não quis mãe.

Vera que tinha um suave sorriso no rosto, simplesmente deixou de sorrir.

Vera: eu gostaria de conversar com ela filho. Pedir perdão por tudo que aconteceu de errado no passado e tentar recomeçar.

Juarez: eu gostaria de fazer o mesmo.

Rodolffo: ainda não. Ela não está pronta e eu acho melhor vocês ficarem longe.

Izabella: eu até gostaria de visitar, mas acho que é melhor não...

Rodolffo: Bella, não é o momento. Mas garanto que ela está muito bem. Hoje ao fim do dia iremos para casa, se Deus quiser.

Vera: mas ela não pode ficar sozinha em casa. Tu passa o dia fora.

Rodolffo: Fátima irá conosco, passará duas semanas e depois eu dou conta de cuidar dela sozinho.

Juarez: muito bem... Cuide dela. Ela não merece menos que isso. Olhe eu e sua mãe, sempre cuidamos um do outro.

Vera: um dia eu acredito que Juliette nos perdoará... E poderemos nos reunir como família de novo. Meu filho, vocês ainda poderão ter filhos se quiserem?

Rodolffo: ao que tudo indica sim... Mas Juliette fará um tratamento hormonal com anticoncepcional por agora. Inclusive, ontem ela tomou uma injeção que é valida por três meses e continuará tomando. Tudo isso prescrito pelo médico. Mas o médico disse que ela não perdeu a fertilidade.

Vera: graças a Deus. Eu sei o quanto você sempre desejou ser pai.

Toda a memória de um dia Rodolffo imaginar que Juliette estava grávida voltou a sua mente. Ele tinha ficado feliz com a possibilidade na época, mesmo diante de todas as dificuldades, se tivesse acontecido ele teria sido um homem muito feliz. Aquela criança o haveria salvado de todas as dores e amarguras, mas possivelmente já tinha tudo a ver com o cisto que agora fora retirado.

Rodolffo: é mãe... Deus quem sabe de tudo. Tudo no tempo dele. Estou feliz por estarmos juntos de novo. Isso que importa. O resto, vemos depois.

Juarez: está certo. O importante é nutrir o carinho entre vocês. Quando pretendem casar?

Rodolffo: assim que ela fizer um mês de cirurgiada vamos dá entrada no casamento civil. Não vamos fazer festa... Só queremos selar o nosso compromisso.

Izabella: gostaria de estar lá... Mas eu entendo que não posso ir.

Rodolffo: acredito que a família de Juliette também não poderá ir Bella. Será só nós dois e duas testemunhas.

Vera: o quê importa é que vocês estejam felizes e que Deus os abençoe muito filho.

Juarez: eu digo o mesmo, Deus abençoe.

Rodolffo: obrigado. Mais agora vou ter que ir, já fiquei muito tempo longe. Juliette pode precisar de mim.

Com as devidas despedidas ele foi embora da casa dos pais e retornou a casa dos sogros. O silêncio na casa fazia parecer que ali não havia ninguém.

Seu destino inicial foi logo o quarto de Juliette. Ele a achou se olhando no espelho.

Juliette: bom dia amor.

Rodolffo: bom dia amor. Eu tinha saído, espero não ter demorado tanto.

Juliette: só um pouquinho. Venha aqui.

Ele se juntou a ela e ficou posicionado atrás dela.

Juliette: estou preocupada com essa bomba de hormônios. Eu nunca usei, será que tem muito efeito colateral?

Rodolffo: acho que não. O médico falou que era em baixa dosagem.

Juliette: é... Mas mesmo assim eu tenho medo.

Rodolffo: vai ficar tudo bem. Não precisa se preocupar. É só confiar e vai dá tudo certo.

Juliette: é verdade amor. Tudo ficará bem...

...

Continua.


O conviteWhere stories live. Discover now