04. Action!

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Lee Dong-Wook acorda com o zunir do despertador, levantando prontamente para tomar a sua ducha matinal - era assim que começava seus dias e aquela manhã não seria diferente, se não fosse o dia em que as gravações de seu novo drama começariam.

Ao sentir a água gelada caindo sobre seu corpo, o homem divagou em seus pensamentos. Por algum motivo, o rosto de Hoyeon lhe veio à mente, o que lhe fez "acordar" de seu transe. Na verdade, desde que encontrara Hoyeon na cafeteria, vez ou outra se pegava pensando em como a garota estava ou nos pequenos detalhes que ela trazia consigo: em como se sentiu estranhamente feliz por vê-la, como queria que sua conversa com ela durasse por horas, a maneira como ela levava seu copo de americano aos lábios e a facilidade em que suas bochechas se ruborizavam. Eram detalhes que procurava entender o porquê de ter gravado tão bem em sua mente.

Por que a garota pairava sobre sua mente? Dong-Wook já havia assistido algumas produções de Hoyeon, mas seu conhecimento sobre ela era raso, superficial. Após encontrá-la repentinamente, decidiu pesquisar sobre aquela com quem trabalharia. O homem se impressionou ao se deparar com a descrição da trajetória da garota; com tantos anos atuando em teatros, não era de se espantar tamanha desenvoltura.

Lee Dong-Wook era um homem solitário. Havia se acostumado com sua própria companhia e estava em sua zona de conforto. Namorar, para si, era desafiador, principalmente por conta da mídia. As notícias costumavam ser maldosas e corriam bem rápido. Suas experiências passadas fizeram com que Dong-Wook, que já era reservado, se tornasse ainda mais recluso. Pouco se sabia sobre sua vida pessoal, já que era difícil flagrar alguém que mal saia de casa.

O homem chega ao estúdio, indo até seu camarim, preparando-se para entrar em cena. Relia o roteiro com atenção, concentrando-se para performar da melhor maneira possível.

[...]

- Corta! - O diretor diz. - Isso é tudo por hoje. Vão para casa em segurança!

Todos assentem e Hoyeon sai apressada do local da cena, indo em direção ao camarim. Queria evitar Dong-Wook de todos os jeitos possíveis após sair correndo da cafeteria, mas sabia que seu esforço não adiantaria. Ao sentir alguém tocando em seu ombro, a garota imediatamente se vira, fazendo reverência.

- Me perdoe por aquele dia. Eu saí correndo sem dizer nada, eu recebi uma ligação...

- O que está fazendo? - Jung-soo, seu empresário, franze o cenho, encarando a garota de cima em baixo.

- Ah, Jung-soo. É você... - Ela respira fundo, sentindo-se aliviada.

- Do que está falando? De onde saiu correndo? - O homem a encara mal humorado, cruzando os braços em frente ao peito.

- Nada. Estava me procurando? - Hoyeon pergunta, envergonhada. Jung-Soo não poderia, em hipótese alguma, saber sobre seu "encontro" com Dong-Wook.

- Sim. Quero lhe lembrar da importância deste papel. De qualquer forma, estarei por perto para me certificar que você trabalhe direito e não estrague tudo, para variar.

Por mais acostumada que Hoyeon pensasse estar, as palavras ríspidas do outro sempre lhe machucavam; era, para si, como levar socos na boca do estômago. A garota engole seco, apenas assentindo e olhando para os próprios pés.

- Com licença. - Alguém surge atrás de Jung-Soo, que se vira para conferir quem interrompia seu diálogo com Hoyeon. A garota olha por cima dos ombros daquele à sua frente, deparando-se com Dong-Wook, que encarava o empresário com uma expressão séria em seu rosto. 

- Dong-Wook! - Jung-Soo sorri falso. - Como foi o primeiro dia de gravação?

- Foi ótimo. - Dong-Wook olha para Hoyeon, que lhe olha numa mistura de curiosidade e tristeza. Ele havia escutado o que Jung-Soo dissera. - Hoyeon me surpreendeu com sua atuação. Eu já havia escutado rumores de que ela era uma excelente atriz, mas hoje pude ver com meus próprios olhos. - Diz, ainda sério ao outro, que ri, sarcástico.

- Hoyeon é de fato uma boa atriz, mas não seja tão modesto. Você é brilhante.

- Agradeço o elogio, mas Hoyeon é quem deve ser reconhecida. Se não se importa, preciso conversar com ela a sós.

- Por que? - Jung-Soo encara o outro com um sorriso ladino. - Digo, sobre o que vocês dois poderiam conversar?

- Sobre o roteiro. De qualquer forma, acredito que eu não lhe devo satisfações. Se me dá licença. - Dong-Wook diz, simplista, tomando Hoyeon pela mão e a tirando dali.

- O que? - Jung-Soo observa a cena, rindo consigo mesmo. - Me parece que Hoyeon já o encantou com todo o seu vitimismo.

Hoyeon acompanha Dong-Wook espantada, sem entender a situação. O que ele estava fazendo? Por que ele estava segurando sua mão daquela maneira? Eles chegam a uma sala de descanso e Lee Dong-Wook se vira, encarando a garota.

- Vamos àquela cafeteria. Hoje é segunda, não é?!

- Sim. Por que? - Hoyeon responde, tentando compreender o comportamento daquele à sua frente.

- Seu ritual das segundas-feiras. - Ele sorri, vendo a garota arquear as sobrancelhas.

- Como você se lembra?

- Não é como se você tivesse me dito há tanto tempo atrás. Vamos! - Ele indica a direção da porta com a cabeça e Hoyeon sai à frente, ainda tentando assimilar toda a situação. Os dois seguem até uma saída lateral que dava para o estacionamento do estúdio.

- Está de carro? - Dong-Wook pergunta, vendo a outra negar com a cabeça. - Então vamos com o meu. Tem problema para você?

- Não. Claro que não. - Hoyeon responde, atônita. Durante o breve caminho até a cafeteria, ela encara o homem disfarçadamente, que, por sua vez, dirigia com toda a tranquilidade.

- Americano? - Dong-Wook pergunta assim que eles adentram o estabelecimento e Hoyeon assente. A garota se senta no mesmo lugar de sempre, ao lado da pequena janela que exibia a paisagem sazonal.

O outono era sua estação favorita. As folhas caindo, a brisa gélida, a paisagem melancólica, mas confortante que a época trazia. Em meio ao caos de sua vida, observar a vista de outono daquela janelinha lhe aquecia a alma, assim como aquele homem consigo, por alguma razão que ainda desconhecia.

- Aqui. Seu americano e o meu moccaccino. - Dong-Wook sorri, sentando-se em frente a outra.

- Por que me trouxe aqui? - Hoyeon pergunta, tomando um gole do seu café gelado.

- Achei que deveríamos vir aqui depois da gravação. - Ele responde, tomando de sua bebida e desviando o olhar para a janela. A verdadeira razão pela qual levara Hoyeon à cafeteria era sua preocupação com a garota, um sentimento estranho para si. Sabia consigo mesmo que seu ato não era apenas cavalheirismo; sabia que estava incomodado com o tratamento de Jung-Soo para com Hoyeon.

- Obrigada, de qualquer forma. Você me tirou de uma situação complicada. - A garota sorri. Um sorriso simples, mas triste.

- Por que ele estava falando com você daquela maneira? - Dong-Wook pergunta, tentando esconder sua indignação.

- Ele é assim. - Ela beberica o café, olhando para a paisagem da janela novamente. - Ele quer que as coisas funcionem.

- E vão funcionar. Você tem experiência e eu vou estar ao seu lado. - O outro sorri, desconcertado. - Quer dizer, somos colegas de trabalho.

Hoyeon sorri pequeno, desviando o olhar dos olhos cativantes a sua frente, que lhe encaravam sem pudor. Dong-Wook observa a garota, sentindo sua mente curiosa e seu interior ansioso para conhecer mais daquela que, apenas por estar ali consigo naquela cafeteria, lhe parecia ser a pessoa mais interessante do mundo.

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⏰ Letzte Aktualisierung: Jan 03 ⏰

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CutScene | Lee Dong-WookWo Geschichten leben. Entdecke jetzt