Capítulo 2

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POV. Jungkook

Depois de um banho e trocar minha fantasia por meu pijama, me joguei na cama.

Passei por todas as minhas redes sociais, curtindo fotos das festas e conversando com meus amigos. Eu realmente tinha um teste na segunda e salvei alguns arquivos para estudar no dia seguinte.

Meu corpo estremeceu com o vento frio e eu levantei a cabeça na direção da minha janela, logo acima da minha cama.

Fiquei de joelhos e fechei o vidro.

Jihyo já estava desmaiada na sua cama, e minha mãe ainda não tinha chegado.

Sorri para Ban, deitado perto da porta do meu quarto e me enfiei debaixo do edredom, pronto para algumas horas de sono.

Fechei os olhos, a última coisa que vi foi meu caldeirão de abóbora, cheio de bombons de fantasmas e chicletes azedos.

O tic tac do relógio parecia mais alto.

A cada tic, uma veia na minha cabeça respondia, doendo. Franzi a testa, afundando o rosto no travesseiro e decidido a ignorar a dor de cabeça.

O ar frio tocou meu cabelo e desceu por meu corpo.

De fundo, como se estivesse distante, eu podia ouvir sussurros.

Não entendia o que diziam. A voz era carregada pelo vento, acariciando minha orelha e arrepiando meus braços nus.

Me virei na cama, procurando ficar mais confortável.

Mas parei no meio do movimento, porque de repente eu não conseguia mover minhas pernas.

Eu estava acostumado com isso, é claro. Ban gostava de subir no colchão.

- Bebê. - chamei, a voz grogue de sono. Nem me importei em abrir os olhos - Sai da perna do papai, ok? Vem mais pra cima.

Soltei um gemido baixinho, tentando puxar minha perna.

Mas ainda estava presa.

O peso em cima dela começou a se mover.

Devagar.

Um centímetro por vez.

Tão pesado que minhas pernas começaram a doer.

O vento mais uma vez me atingiu, me fazendo tremer de frio e apertar o edredom nos dedos.

Pisquei os olhos, abrindo e encarando minha janela.

Eu podia estar confuso de sono, mas me lembrava de a ter fechado.

Passei a mão no rosto, bocejando.

Olhei para baixo, sentindo que Ban tinha parado de se mexer assim que abri os olhos.

O quarto estava escuro, a lua que era a responsável por dar um pouquinho de luz, estava escondido atrás das nuvens pesadas. Os postes tão distantes, não ajudavam muito.

Estiquei meu braço e alcancei meu celular na mesa de cabeceira. Liguei o flash e iluminei a ponta da cama.

Mas eu não vi meu cachorro.

Duas orbes negras como tinta me encararam de volta.

Os dedos longos e finos agarraram o edredom, segurando minhas pernas onde estavam.

Tinha orelhas pontudas, presas afiadas, corpo longo e pesado, tudo tão preto e escuro. Era um tipo de animal. Quase como se fosse feito de sombras.

Meu grito ficou preso na garganta.

Ele correu para cima de mim, subindo pelo edredom, puxando e arranhando, rápido e pesado. Senti o peso no meu peito, sufocante.

Então acordei, gritando e sentando de súbito. Me enrolei no edredom, caindo no chão e batendo a cabeça na mesinha de cabeceira.

Mad World | pjm + jjk | Jikook versionWhere stories live. Discover now