Perfeitamente Juntos - DEGUSTAÇÃO

Capitulo 2 - Enzo

Me sento em minha cadeira, cansado, depois de uma cirurgia complicada em uma cadelinha com tumor. Passo as mãos no rosto, tentando afastar a vontade de ir pra casa.

- Calma Enzo. Só mais algumas horas e você vai para casa - digo a mim mesmo e me concentro na papelada em cima da mesa. Me assusto com o toque do meu celular, olho e vejo que é o Edu e atendo.

- Fala! - digo estressado

- Que isso cara, calma, o que aconteceu?

- Ah é só o trabalho, estou cansado, doido para ir pra cama - respondo passando os dedos pelos meus olhos, tentando não descontar nele o meu estresse

- Iih Dan, já vi que vai ser difícil convencer ele - ele fala um pouco distante

- Convencer sobre o que? - pergunto

- Ir para a balada! Eu e o Dan estamos querendo ir para algum lugar mais tarde, e queríamos que você fosse - responde voltando a falar comigo

- Ah cara estou tão cansado, só quero cama hoje.

- Não disse Dan? Enzo dispensando balada e querendo cama, só pode ser doença.

- Hahahaha, muito engraçado Eduardo - ele esta disposto a me irritar, só pode

- Cara, sai da clinica, vai para casa, dorme um pouco, que onze horas estamos passando na sua casa

- E se você não estiver acordado, a gente te acorda - grita Dan no fundo e os dois desligam o telefone.

- Que saco - digo jogando o celular sobre a mesa.

Conhecendo meus amigos, eles vão fazer exatamente isso. Espero que beber e dançar um pouco me relaxe. Nem para pegar mulher eu estou com cabeça hoje.

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Depois de rever e assinar alguns papeis, vou ver como Nina, e os outros pacientes estão. Amo meu trabalho. Ser veterinário é muito gratificante pra mim, mas toda operação é complicada, principalmente para remover um tumor, por isso, vou primeiro onde Nina esta. Ela esta dormindo em uma maca, sendo dopada, para não acordar e querer levantar. Confiro tudo, e vendo que ela esta bem, vou ver os outros pacientes. Todos estão muito bem graças a Deus. Vou para a recepção e peço para Lucia, minha secretaria, ligar para os donos de Nina, e dizer que eles já podem vir visita-la se quiserem. Vou para meu escritório e não passa nem meia hora e o casal Jones chega para ver a Nina. É bonito ver o amor que eles tem com ela, é como se ela fosse realmente filha deles. Eles não queriam deixa-la aqui sozinha, mas recomendei que fossem descansar um pouco e disse que ligaríamos assim que ela estivesse bem, e depois de muito insistir, consegui convence-los.

Chego em casa e vou direto para cama. Nem acredito que ainda vou ter que sair hoje por causa dos meus amigos babacas. Coloco o celular para despertar, e deixo o sono me levar.

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Me levanto no susto, quase caindo da cama, escuto risadas e olho para frente vendo Daniel e Eduardo com baldes nas mãos, e rindo da minha cara, passo a mão por meus cabelos.

- Porra! Como diabos entraram aqui? - grito irritado

- Temos... a chave... lembra? - Daniel quase não consegue falar de tanto rir

- Quem em sã consciência daria a chave do meu apartamento para vocês? - não consigo me acalmar, vendo minha cama completamente encharcada

- Você, idiota! - Eduardo responde se controlando

- Claro que fui eu, claro - bufo tentando me acalmar

- Eu disse que iriamos te acordar, se você ainda estivesse dormindo - Dan diz ainda sorrindo

Respira, inspira. Respira e inspira.

- Eu vou tomar banho - digo me levantando - E quando eu voltar, quero tudo impecável - digo indo para o banheiro e batendo a porta com força. Escuto a risada deles.

O banho me relaxa um pouco. Quando volto para o quarto, encontro um colchão seco, lençóis limpos na cama e nada daqueles dois no quarto, devem estar na sala. Me arrumo tranquilamente, e passo um perfume. Quando chego na sala, os dois estão sentados no sofá conversando.

- Onde vocês colocaram o colchão e os lençóis molhados? - pergunto.

- Na lavanderia. Vai ter que secar por la mesmo. Deixamos a janela aberta e pegamos o colchão do outro quarto - Dan diz se virando pra mim.

- Muito bom. Então vamos?

- Claro, pensei que não íamos mais - Edu reclama se levantando e indo para a porta.

Chegamos na balada, e uma música eletrônica toca. Vamos direto para o bar, o Barman entrega nossas bebidas, e ficamos observando as pessoas dançando.

- Nossa olha aquelas duas ali - Edu fala um pouco mais alto por causa da música

- Onde? - Dan pergunta.

- Aquelas duas morenas ali com um cara dançando.

- Morenas não fazem o meu tipo - Dan diz com um sorriso.

- E desde quando você tem um tipo? - pergunto rindo

- Desde que aquelas duas não me atraíram - ele diz dando de ombros

- Sei - eu e Edu dizemos juntos

- E aquele cara la, deve ser o que delas? - pergunto

- Amigo - ele responde inocentemente

- E ai, vamos dançar?

- Agora não cara - digo querendo ficar quieto.

- Agora não, sei. Vamos Dan?

- Claro.

Os dois me deixam sozinho, e eu continuo olhando as duas morenas dançando. Uma delas chama mais a minha atenção. Ela dança sensualmente, no ritmo da música e sorri para a amiga. Me pego sorrindo junto com ela sem perceber. Tomo um gole da minha bebida, tentando disfarçar. A música acaba, e outra começa, ela para de dançar, fala no ouvido da amiga e vem em direção ao bar.

- Oi - digo me aproximando dela

- Oi - ela responde me dando um meio sorriso. Um lindo meio sorriso.

- Você dança muito bem sabia?

- Obrigada - ela cora, pega sua bebida, se vira para a pista de dança e sai andando. Vou atras dela e pego em seu braço gentilmente.

- Posso dançar com você? - pergunto, falando em seu ouvido

- Eu nem te conheço - responde tirando o braço das minhas mãos.

- Podemos nos conhecer agora.

- Não obrigado - ela continua andando

- O que custa? Só uma dança?

- Custa meu tempo, que eu não estou afim de perder com você - ela responde com raiva

- Linda e grossa - reclamo

- Lindo e insuportável - ela responde e se vai, sumindo da minha vista

Abro minha boca surpreso. Não acredito que ela me deu um fora. Não acredito que ela falou comigo daquele jeito. E ela nem é tão bonita assim.

Mentira.

Ela é linda. Muito linda. Sorrio ao me lembrar que ela tambem me achou lindo. Mesmo assim ainda não acredito, era só uma dança. Volto para o bar, peço mais uma bebida, e bebo em um só gole, pago e vou embora. Para mim já deu por hoje. Mando uma mensagem para Edu dizendo que fui para casa, para não ficarem preocupados, apesar de achar que eles nem vão sentir minha falta.