Muitas vezes a realidade pode ser dolorosa, então, damos lugar à fantasia. Nesse momento, Giovanna e Nero se encontram novamente para reviver Helô e e Stênio na novela "Travessia". Quantos encontros e desencontros esse reencontro trará? É possível...
Dizem que os casais que se beijam durante um passeio de gôndola ao pôr-do-sol sob a famosa ponte de Veneza ficam juntos pra sempre. A verdade é que a maioria dos casais segue essa tradição. Eu gostaria de ser um deles. Coisas tradicionais nunca fizeram o meu tipo, mas as românticas sim.
Enquanto Giovanna dorme sobre os meus braços, penso nos casais normais que têm a chance de fazer esse tipo de coisa, que pedem ao universo a bênção da eternidade.
Li um livro do Lord Byron uma vez, um poeta romântico que escrevia sobre essa ponte, até transformá-la num símbolo para todos os casais. Certa vez ele escreveu: "O amor nasce de pequenas coisas, vive delas e por elas às vezes morre."
Penso que talvez o amor seja isso: atravessar os grandes sofrimentos, abraçar os pequenos detalhes e permitir que o afeto nos afete, de fato.
Com nós dois, pelo menos, era sempre esse mesmo ciclo.
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Me levanto para tomar um pouco d'água, me esforçando para não observar cada detalhe da casa que Giovanna dividia com Leonardo, mas percebo que me demoro quando meus olhos encontram uma foto antiga de Giovanna grávida das filhas. Ela sempre foi linda, mas grávida era ainda mais. O sorriso largo e os olhos que se fechavam com o sorriso que se abria... linda. Inconfundivelmente linda.
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Sou tirado dos meus pensamentos quando ouço um grito na parte de cima da casa.
Era Giovanna.
Ela gritava desesperada pelo meu nome e eu subo as escadas correndo até chegar ao quarto que ela divide com o marido, mas que ainda assim tinha apenas o cheiro dela.
Quando chego à porta ela está sentada na cama, com as mãos no cabelo bagunçado e respira fundo quando me vê. Ela fecha os olhos por um momento e posso sentir o alívio que emana de seus poros, ainda que não entendo o que havia acontecido.
-- O que... Giovanna?
-- Alexandre! Eu achei... eu pensei que... - ela segura o cabelo com uma das mãos, enquanto a outra busca pelo contato com a minha, me trazendo para perto.
