Como Agarrar Um Duque

🌹 𝐂𝐚𝐩𝐢𝐭𝐮𝐥𝐨 𝐍𝐨𝐯𝐞

"Eu vou te amar como um idiota ama
Vou te pendurar em um quadro bem do lado da minha cama
Eu espero enquanto você vive
Mas não esquece que a gente existe"
IDIOTA | JÃO

Aaron

Eu estava perdido.

Completamente rendido.

Charlotte dormia tranquilamente e me peguei pensando que o mundo poderia cair lá fora, e se eu tivesse essa mulher em meus braços, nada mais importava.

Sua pele branca reluziu sob a luz do sol que entrava pela nossa janela e seus cabelos dourados estavam espalhados pelo travesseiro, me fazendo ter uma vontade insana de passar meus dedos por eles. Seu nariz arrebitado, que ela erguia atrevidamente toda vez que discutia com vovó, seus olhos cor de mel escondidos pelos cílios e sua boca rosada e perfeita.

Ela era tão linda que às vezes ficava admirando-a sem perceber, tentando pensar e formular palavras coerentes para dizer isso a ela. Dizer a ela o quanto era linda. O quanto era divertida, meiga e única. Simplesmente porque essa mulher merece ser enaltecida a cada minuto do dia. Merece ser lembrada do quanto ela era incrível.

A razão dos meus pensamentos suspirou em meio ao sono e se mexeu levemente. Eu, que não era bobo nem nada, aproveitei que ela ainda dormia e agarrei a ponta de um dos travesseiros e lentamente, um a um, comecei a tirá-los do meu caminho. E quando a barreira de travesseiros já não era mais um problema, eu me aproximei mais, tentando observar os pequenos detalhes de seu rosto.

Ela tinha algumas pintinhas na bochecha e no nariz. Cinco, para ser exato. E era a coisa mais perfeita de todas. Meu coração gaguejou quando Charlotte se mexeu outra vez, só que agora ela se virou em minha direção e sua mão esbarrou na lateral do meu peito. Eu tinha dormido sem camisa e acho que ela nem tinha percebido, mas agora, quando sua mão me tocou e sentiu o calor da minha pele, seu corpo rapidamente foi atraído e ela se aninhou em meu peito como uma gatinha manhosa, abraçando-me e suspirando contra o meu pescoço.

Eu poderia ter feito uma dancinha da vitória agora, mas me contentei em abraçá-la de volta, passando meus braços em volta de seu corpo pequeno e perfeito, sentindo meu coração pular de felicidade. Enfiei meu nariz em seus cabelos e suspirei ao sentir seu perfume delicioso.

Eu poderia ficar aqui para sempre.

Aproveitando imensamente o momento, me senti tão bem que consegui voltar a dormir, adormecendo nos braços da mulher que eu amo.

Uma batida suave me acordou novamente depois de um tempo e só naquele momento me lembrei que ontem a noite eu tinha pedido para trazerem o café da manhã na cama. Olhei para minha linda esposa e abri um sorriso largo ao constatar que ela parecia ainda mais confortável em meu peito, como se eu fosse seu ursinho preferido.

A contragosto, eu saí da cama silenciosamente e Charlotte resmungou pela falta do meu calor. Eu sorri para mim mesmo e peguei meu robe na cabeceira da cama, vestindo-o antes de ter que ir atender a porta.

— Bom dia, vossa graça — cumprimentou a criada com um sorriso gentil, ela carregava um carrinho de café da manhã repleto de comidas e bebidas.

— Bom dia e muito obrigado — agradeci, pegando o carrinho eu mesmo e ao passar pela porta, olhei de volta para a mulher — Eu cuido daqui por diante.

Ela assentiu e rapidamente se retirou, eu fechei a porta de volta e ao me virar encontrei Charlotte sentada na cama, esfregando os olhos de um jeitinho tão fofo que meu coração tropeçou. E ao levantar o olhar para mim, seus cachos dourados caíram para frente de seu colo e eu tive que me esforçar para não sorrir feito um bobo e assustá-la. Essa mulher era linda de todas as forças, mas deliciosamente desarrumada dessa maneira? Ela era irresistível.