3 - Um jovem de férias

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MINHA AVÓ ACREDITA que a melhor forma de aproveitar as férias de verão aos 17 anos é passar um mês inteiro em um acampamento repleto de adolescentes com os hormônios à flor da pele, a excessiva interação social que sempre tentei evitar

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MINHA AVÓ ACREDITA que a melhor forma de aproveitar as férias de verão aos 17 anos é passar um mês inteiro em um acampamento repleto de adolescentes com os hormônios à flor da pele, a excessiva interação social que sempre tentei evitar.

A caminho do confinamento, em plenas cinco da manhã, além de um zunido irritante martelando repetidamente em meus ouvidos, minha cabeça lateja em uníssono com o estrépito constante do motor mal lubrificado. Ao volante, impulsionada pela cafeína, minha avó fala rápido demais para meu cérebro cansado acompanhar.

Com o uivo estridente dos freios acionados, já na entrada do acampamento, abro a porta do carro e saio para respirar o ar surpreendentemente refrescante do lado de fora, que me envolve como um abraço acolhedor e, por impulso, leva-me a fechar os olhos.

Como consequência, acabei perdendo o instante em que minha avó saiu, sem se despedir, provavelmente irritada com minha distração.

Ao perceber que o carro não está mais aqui, um vazio doloroso se instala em meu estômago, que não sei se é devido à fome ou à falta de uma calorosa despedida. Que ela se prepare, pois farei algum drama na ligação de mais tarde — que não será nada comparado ao dela, claro.

Para dissipar a sensação de culpa, concentro-me em localizar meu chalé. Sendo o terceiro na fileira de cabanas, abro a porta do quarto e encontro refúgio num modesto colchão bem-arrumado, já que meu corpo clama por alguns dias de descanso ininterrupto e o relógio em minha cabeça parece estar em contagem regressiva, prestes a explodir.

Com um suspiro profundo, mergulho na cama, desligando como um interruptor.

O típico sibilar dos seres noturnos é um sinal de que dormi por horas suficientes para me sentir melhor, mas isso não aconteceu

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O típico sibilar dos seres noturnos é um sinal de que dormi por horas suficientes para me sentir melhor, mas isso não aconteceu.

No escuro, constato a ausência do meu celular obsoleto ao tatear o colchão. Recorro, então, à iluminação artificial, sofrendo a ira das minhas retinas pelo excesso de luz repentino, e o procuro em todos os lugares do quarto, sob o tapete de entrada, e até no caminho que percorri até o chalé. Nada.

Comprovando ser a pessoa mais azarada do planeta, também estou sem celular.

Ao menos, sei que ninguém roubaria aquele artefato pré-histórico, então tenho quase certeza de que o deixei em casa em meio à caótica organização para sair às três da manhã.

Eles devem ter um telefone por aqui, certo? Embora a nada cativante agitação da noite, preciso falar com minha avó.

Ainda que relutante, adentro a densa floresta, trilhando o estreito caminho calcário de destino indeterminado — também o mais silencioso e convidativo. Do outro lado da vereda, deparo-me com uma clareira cercada por alguns quiosques, onde apenas uma lanchonete é identificável. Contudo, tudo está fechado e os fantasmas são minha única companhia.

Ótimo.

Enquanto prossigo, sem escolha, com a busca por um local que pareça adequado para a instalação de um telefone, avisto uma pequena abertura entre as barracas, anteriormente oculta por uma placa de burritos. Mesmo incapaz de descrever com precisão, sinto-me inexplicavelmente atraído por aquele lugar. Talvez seja o último suspiro de sorte que me resta, dizendo-me que ali conseguirei, finalmente, fazer uma ligação.

Sigo até lá e, ao atravessar o caminho de pedras escondido, vislumbro a emergência de um modesto jardim. A floresta é limitada por uma cerca de madeira ligeiramente mais alta do que eu, abrindo espaço para diversas flores recém-regadas, que mesclam o cheiro característico de terra molhada com um sutil aroma perfumado.

A árvore frondosa situada no centro do jardim agita suas folhas em uma brisa suave, impulsionando o balanço preso ao seu maior galho, ao mesmo tempo em que evoca uma atmosfera intimidadora junto do assobio do vento e da penumbra do ambiente. Para piorar, o zumbido em meus ouvidos e a dor latejante em minha cabeça se intensificam logo quando preciso estar atento ao meu redor.

Mas... por um momento, é como se tudo parasse. Num piscar de olhos, uma escuridão me envolve, acariciando e aterrorizando minha alma. Quando retorno, estou no mesmo jardim, observando o balanço tranquilo do assento amarrado ao galho robusto.

Há algo diferente, porém.

Uma pluma transpassa minha visão, emanando uma luz invejável à própria lua. Sua presença traz a sensação de que, apesar de tudo parecer igual, nada é como antes.

— Oi.

Aaah!

Uma risada divertida ressoa pelo jardim, claramente zombando da minha ação reflexa e, aparentemente, levando junto da pluma o medo que cruzava meu coração.

— Calma, Capitão, eu vim em paz — anuncia a voz. O navio à vela em meu moletom parece ser a explicação para o apelido ruim.

— Como apareceu assim do nada?!

 Apresentando-se à claridade lunar, o pequeno garoto sorri com os olhos, estes que trouxeram a noite ao roubarem o azul-celeste do céu:

— Eu estive aqui o tempo todo.

— Eu estive aqui o tempo todo

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Um Cupido No Balanço (⚣)Tahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon