capítulo 1

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Melissa

Eu estou dentro de um avião com destino a nova York

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Eu estou dentro de um avião com destino a nova York.
Eu me tornei assistente de juiz na corte federal de nova York precisamente no segundo circuito.

Há um mês atrás meu pai que é juiz estadual no estado da Califórnia, me disse que conseguiu que eu participasse da seleção para ser assistente do juiz Adam Mackenzie em nova York.

Eu fiquei desconfiada achando que meu pai havia mexido os pauzinhos e me beneficiado de alguma maneira.

Me lembro do diálogo que tivemos:

- filha acredita em mim. É verdade que conversei com um amigo para você conseguir a entrevista. Mas ele foi bem claro, que o seu filho Adam Mackenzie não escolhia ninguém através de conexões.
Você vai participar da seleção e no final o juiz escolherá o melhor colocado.

- tudo bem papai eu acredito em você- me diz como o senhor conseguiu essa entrevista?

- quando estudei em Havard com sua mãe nos andávamos em trio e o terceiro do nosso grupo era Scott Mackenzie.

- do grupo Mackenzie?- Uau - eu não sabia que o senhor era amigo dele.

- sim. Fomos bons amigos. Nos éramos o apoio um dos outros. - você sabe que o curso não é nada fácil e por diversas vezes nos quase desistimos. Mas sempre nós mantivemos juntos e conseguimos chegar até o fim.
- até hoje eu não consigo entender como você conseguiu terminar o seu curso sem nunca me ligar ou dizer que queria desistir. Eu sei que você não tinha muitos amigos.

Olho para o chão e lembro as inúmeras vezes que pensei em desistir e de chorar por longas horas de desespero. Mas nunca liguei ou incomodei meu pai.
Eu sempre me senti deslocada. Minha mãe morreu eu tinha 10 anos. Após dois anos da morte da minha mãe meu pai chegou com sua nova esposa e enteada, que era dois anos mais velha que eu.

Sempre fui a princesinha da casa... aos 12 anos fui destronada por uma garota mimada, chata que se achava mais próxima do que eu do meu pai.

No início eu até batia de frente com ela. Mas eu sempre saia como errada.

Papai me dizia que eu estava sendo mimada por não aceitar a nova integrante da família.

A gota d'água foi no dia do meu aniversário de 13 anos. Eu estava super empolgada achando que meu pai se lembraria.
Nesse dia ele saiu para passear com a esposa e enteada.

Ele me disse que eu iria ficar com a babá . Que a muito tempo estava devendo um passeio com Jeniffer e sua esposa.

Quando Jeniffer estava saindo ela zombou de mim, me disse que eu não era mais nada ali, que o papai gostava mais dela do que de mim.

Eu acreditei nisso devido a circunstância... Eu sendo criança agravou ainda mais a situação. Por anos isso foi uma verdade insolúvel na minha cabeça.

Depois de várias decepções eu acabei por me isolar e não me preocupar e nem esperar mais nada do meu pai.

Até hoje com os meu 28 anos eu ainda duvido se meu pai realmente gosta de mim como de Jennifer.

Quando eu estava no período de ir para faculdade ele sempre pegou no meu pé e disse que eu tinha que estudar pra sempre ser uma das melhores.

Já Jeniffer ele nunca insistiu em nada com relação a educação dela.
Ele sempre a mimou deixando ela fazer o que sempre queria.

Quando ela terminou o ensino médio ela disse que não queria fazer faculdade, que ia fazer um curso de administração e abrir uma loja de roupas.

Meu pai a apoiou em tudo em todo o processo.

Eu sempre vi essa diferença no nosso tratamento, ele a tratava com carinho. Já eu sempre era rígido e chegava a ser rude quando eu não fazia o que ele queria.

Terminei meus estudos dois anos mais cedo que todo mundo.

Eu fiz isso por mim, e porque eu queria seguir os passos da minha mãe.
Ela era advogada criminal. Mulher forte perdeu poucos casos.
Eu queria ser como ela. fui pra área criminal, até me dei bem. Mas pelo visto meu pai acha que eu tenho que ficar trancada em um escritório revisando processos para esse juiz.

Eu aceitei essa proposta por pensar que eu posso chegar mais longe do que eu consigo imaginar.

Eu sou uma boa advogada só que tem um pequeno problema e é nisso que meu pai sempre insiste.

Ele diz que área criminal é muito perigosa e que eu sou muito tímida e de espírito fraco.
Que eu jamais conseguirei chegar no patamar da minha mãe.

A primeira vez que ele me disse isso, eu fiquei desolada. Mas persisti... Apesar de não ter conseguido me destacar com tanto louvor nos tribunais. Eu até me sai bem o tempo que trabalhei...

Eu sempre sofri calada. Na faculdade não tinha amigos vivi com pouco dinheiro morava em um apartamento minúsculo em uma área da cidade não muito boa.
Eu pegava o metrô todo dia. E levava quase uma hora pra chegar a faculdade.

Papai aparentemente me mandava dinheiro.
Mas esse dinheiro não chegava totalmente até mim, minha madrasta só mandava uma parte.

Eu cheguei a reclamar com meu pai só que ele não acreditou e novamente achou que eu estava mentindo para prejudicar sua esposa.

Ela. Chorava fazia uma cena se defendendo.
Eu reclamei por duas vezes e nunca mais falei nada.

Quando terminei minha faculdade consegui pegar o dinheiro que minha mãe me deixou de herança.

Aluguei um apartamento melhor, eu conseguia ir a pé para faculdade para fazer meu mestrado.

Nunca aprendi a dirigir. Minha mãe morreu em um acidente de carro. Eu estava no banco do passageiro.

Minha mae foi arremessada para fora do carro por não está com o cinto de segurança. Ela morreu na hora e eu perdi a consciência e tive ferimentos. Quando acordei só tive a triste notícia.
Por causa disso eu fiquei traumatizada e não quis aprender a dirigir...

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Já tinha se passado uma semana que eu estava em casa... Eu tinha ido fazer o processo seletivo pra trabalhar com o juiz Mackenzie.
Passei em todas as etapas inclusive a que conversei pessoalmente com o juiz Adam.

Eu estava tão nervosa que não consegui nem prestar atenção no homem...

Saindo de minhas lembranças volto para atualidade e começo a pensar na música que estou escutando.

Jason mraz " 93 Million miles"

A letra diz o seguinte em determinada parte:

"Apenas tenha certeza

de que você nunca está sozinho,

Você sempre poderá voltar para casa

Você sempre pode voltar "

Eu queria que fosse assim, mais eu não tenho um lugar para chamar de casa e nem para onde voltar quando estiver me sentindo sozinha ou no escuro.

Eu só tenho a mim. Eu preciso ser forte e lutar por minha vida....

26/02 2023
Horário: 22:12

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27/10/23

A Ternura Dos Seus Olhos Where stories live. Discover now