gol do meu jogador

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Mariana Azevedo.

Como sempre, nos separamos para sair do avião.

Lucas fazia questão de tirar fotos de todos os momentos, incluindo minhas, mesmo que não fossem ser postadas mas eu estava criando um ótimo álbum de fotos e tinha até algumas com ele que eu poderia guardar de recordação.

Notei a desaceleração do ônibus quando nos aproximamos do hotel e logo ouvi os gritos e batidas na lateral do ônibus. Os jogadores se levantaram para ver o que acontecia e a turma da assessoria só se entreolhou.
O ônibus parou propositalmente do lado contrário ao que entraríamos e os seguranças foram os primeiros a aparecer. Os jogadores seguiram logo atrás, depois a equipe técnica, depois nós e, por último, a irrelevante equipe de dirigentes, que nem considerávamos muito da galera.

Os torcedores estavam muito animados, gritavam, cantavam e tinham sinalizadores das cores do Brasil acesos para cima. Mesmo anos indo atrás de bandas e cantores no Rio de Janeiro, eu nunca tinha visto aquilo. Aquilo era o poder do futebol.

A torcida cantava animada, agitando bandeiras e os sinalizadores.

Passei por Vinícius de Canarinho e ele me abraçou, me fazendo sorrir, vendo-o colocar a bandeira em sua mão em minhas costas e eu o chamei para dentro, vendo-o me pedir para esperar. - Ô Brasil olê, olê, olê! Brasil olê, olê, olê!

Vamos lá, gente! – Falei, batendo as mãos e chamando a atenção do pessoal. – Aqui serão quartos de dois, ok?! – Falei e eles gritaram, comemorando. – Bem mais fácil para dividir o banheiro, não é, não?! – Olhei os números das chaves – vamos fazendo duplinhas e pegando as chaves, meu povo.

duplas foram se formando e só sobrou eu e Lucas lá embaixo. – me dá essa honra? –ele brincou e eu estendi a última chave para ele.

todos fizeram de propósito, eles sabem. – ele riu e entramos no elevador.

[...]

O dia que antecedeu ao jogo foi igual a todos os outros, mas com uma surpresa em especial. Acordei naquele dia e esperei Lucas finalizar seu banho e sair do quarto para que eu pudesse ter minha manhã de menina com mais privacidade. Me arrumei como todos os dias, dei aquela ajeitada nos cabelos e na maquiagem e coloquei tênis.
Desci para o restaurante, dando aquela leve ignorada na imprensa logo cedo e entrei no restaurante que estava reservado para nós. Duas longas mesas com equipe de um lado e jogadores do outro e uma longa mesa de buffet ao fundo.

meu atleta estava muito gostoso nessa camisa da seleção. – Ei! – falei sorrindo e ele deu um curto beijo em minha bochecha.

dormiu bem? – assenti com a cabeça.

Tudo certo! – falei sorrindo. – e você?

tudo bem tirando que você ronca muito. – revirei os meus olhos.

e vocês dormiram essa noite? – coutinho estava se acabando no bolo de chocolate.

a gente consegue ouvir vocês a noite toda. – pombo quer me envergonhar, eu não aguento.

estão se intrometendo onde não devem. – o BBB acabou faz tempo, não deveriam continuar cuidando da nossa vida.

[...]

Eu não conseguia dormir, passava das três da madrugada e nada de eu pregar os olhos.

Depois eu liguei meu Netflix e acabei terminando a sexta temporada de Friends pela milésima vez e a bateria acabou enquanto eu assistia "A Barraca do Beijo". Lucas ficou conversando comigo depois de um tempo, mas até ele que também não conseguia dormir, desmaiou após alguns papos aleatórios sobre vida, família, amor, trabalhos, etc...
Cogitei ligar a televisão e procurar algo na televisão russa, mas não queria acordar Lucas, não quando ele também tinha demorado tanto para dormir.

fogo e gasolina - lucas paqueta Onde histórias criam vida. Descubra agora