Não acredito que ele tem voz...

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Capitulo seis – Não acredito que ele tem voz e quer ser ouvido.

“Nós sempre falamos e falamos, mas nunca o escutamos... O que está acontecendo?”

Vegas tomou um banho, trocou de roupa e foi tentar tirar Pete da porta de Porchay, o marido estava ali desde que escutou o chorinho do filho, mesmo que Vegas quisesse fazer o mesmo, ele foi um pouco mais adulto e tomou um banho, esfriou a cabeça e pensou bem em tudo que estava acontecendo.

― Amor, vem tomar um banho. ― Vegas se abaixou e fez carinho no rosto do marido. ― Depois voltamos aqui e conversamos com ele, mas agora vai tomar um banho.

― Somos pais ruins, não é? ― Pete perguntou baixinho. ― Ele ainda tá soluçando, você escuta?

― Sim amor. ― Vegas suspirou. ― Vá tomar um banho primeiro.

Pete assentiu levantando e foi para o quarto, Vegas bateu na porta e tentou abri-la.

― Porchay Saengtaam Theerapanyakul, você ainda é menor de idade e me deve respeito, pois mora dentro da minha casa, então abra essa porta. ― Vegas disse sério. ― Você quer agir como um garoto crescido, mas parece uma criança de dez anos birrenta.

― Não é isso que eu sou pra vocês? ― Porchay disse abrindo a porta, os olhos vermelhos junto com a pontinha do nariz.

― Por que você está chorando? ― O mais velho entrou no quarto e Porchay se jogou na cama colocando o travesseiro na cara. ― Que adulto, Porchay.

― Agora eu tenho que ser adulto? Horas atrás eu era um bebê que não podia namorar.

― Isso tudo é pelo namoro? ― Vegas cruzou os braços. ― É tudo por causa do Macau?

― Não pai! ― Porchay sentou na cama. ― Isso tudo é por tudo.

― Como?

― Eu não posso sair com os meus amigos porque o senhor e o papai acham que eu sou um bebê, eu não posso beijar, eu não posso gostar de alguém, eu não posso falar palavrão, eu não posso ter um namorado!

― Sabia que você tinha beijado aquele garoto. ― Vegas resmungou.

― Claro que beijei, ele é meu namorado, pai! ― Porchay gritou. ― E sim, aquilo no meu pescoço era um chupão que eu deixei o Macau fazer, eu quis.

― Ai meu Deus. ― Vegas se encostou na parede. ― O que esse garoto fez com você? Você vai estudar em casa porque não é normal, você ainda não está na idade disso.

― Eu posso até não estar na idade de namorar, tudo bem, pai. ― Porchay passou as mãos no rosto. ― Mas e o resto? Eu também não tenho idade? Eu tenho que usar fralda de novo? Vocês não conversam comigo sobre a vida, sobre como um adolescente é, o que vocês fizeram na adolescência e o que querem pra mim. Eu aprendo fora de casa o que vocês não me contam.

Vegas suspirou ao ver o rosto do filho, a expressão triste e dolorosa como se fosse difícil colocar tudo aquilo pra fora e ainda tinha o medo em seus olhos, medo de que algo pudesse acontecer e que ele fosse o culpado. Quando Pete entrou no quarto, Porchay voltou a colocar o travesseiro na cara, estava completamente chateado com Pete, mais do que com Vegas.

― Achei que iríamos conversar com ele juntos. ― Pete disse e Vegas apontou para a cadeira da mesinha, o Saengtaam pegou e colocou em frente a cama. ― Eu não quero sentar.

― Mas eu acho bom que sente. ― Vegas disse e Pete assentiu. O Theerapanyakul ficou atrás da cadeira com as mãos nos ombros de Pete. ― Porchay, olhe para nós.

eu não acredito que ele está crescendo • vegaspete •Where stories live. Discover now