[ABO] Londres, Inglaterra - 1839.
Para um londrino, ser agraciado com a primavera era sempre motivo de festejo e entusiasmo. Aliás, a estação trazia consigo ar fresco, belas flores, agradável clima e, principalmente, uma nova temporada de debutant...
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A carruagem dos Jeon se agitava até o caminho do Palácio Real de Suas Majestades. A noite estava linda, com o típico frescor de noites primaveris e céu estrelado com aroma de expectativas no ar.
Os lampiões de rua já haviam sido acesos, o fogo queimava e badalava para iluminar um pouco a cidade e o caminho até o temido baile.
E pelas pequenas janelas da carruagem era possível ver outros carros também se dirigindo para o mesmo local, carregando outras famílias tão ansiosas quanto os Jeon's.
Jungkook estava de olhos fechados, com uma mão na barriga e a outra usando o leque para se abanar forte com uma postura reta. Tentava controlar sua respiração, se concentrando apenas naquilo e tentando esquecer o fato de que seu espartilho dificultava qualquer entrada de oxigênio para que seus pulmões trabalhassem.
Mas jamais admitiria que a peça estava apertada. Precisava estar bonito, com uma cintura esbelta e porte impecável. Mesmo que o preço fosse alto por aquilo.
- Goo, por favor! Controle seus feromônios. - A voz de Jackson saindo abafada despertou o ômega de seus exercícios de respiração.
Ao abrir os lumes verdes e confusos, viu sua família tampando seus narizes e tentando abanar para afastar o cheiro. Isso se dava porquê o perfume de seus feromônios, para membros de sua família, cheiravam de um jeito extremamente enjoativo quando lançado em abundância, ainda mais em um espaço tão pequeno como o que estavam no momento. Era diferente de quando em quantidade normal, que era agradável de maneira que soava carinhosa para os entes queridos.
Mas o excesso de aroma só era enjoativo para família e não havia só sangue de seu sangue ali.
- Meu Deus! Me desculpem! - Seu rosto se contorceu em uma careta sofrida e arrependida. - Não notei o exagero de meu cheiro. - Respirou fundo mais uma vez, controlando seu perfume, o deixando de modo mais natural. - Perdoem-me. - Falou de voz mais baixa, apertando o leque com força em ambas as mãos. - Mas é que me encontro muito nervoso.
Seu pai Baehyu depositou um beijo em sua bochecha e segurou sua mão com delicadeza. O ômega mais velho o mirou com um olhar cheio de compreensão antes de dizer:
- Sabia que no dia de meu debute eu desmaiei? - Viu o filho arregalar os olhos surpreso. - E sabe quem acudiu-me?
- O papai? - Deu seu palpite em expectativa por uma história romântica vir no momento certo para lhe acalmar.
