Prólogo.

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DEMÔNIO PARDO.

Floresta de Greenish - 2004

Era uma das noites mais frias daquele ano já que o inverno estava prestes a começar. Uma brisa fria passava pela floresta balançando as poucas folhas das árvores que restaram do outono, tudo estava em silêncio naquela noite até que dois disparos acordaram a mata.

Um casal fugia de algo, uma fera sanguinária e assustadora. - Mais uma vez, ele está perto! - berrou Sarah toda ofegante, que carregava consigo duas cestas e dentro delas, estavam seus filhos. Peter seu marido, atendendo ao pedido disparou novamente, o som de tiro causou um refugo na criatura que os perseguia a fazendo parar. Ele também carregava uma cesta com o terceiro bebê, eram três e não estava sendo nada fácil levar um dos recém-nascido consigo, o pai estava com uma ferida enorme em carne viva no abdômen e corria um sério risco de infecção pela mesma. Era possível escutar o som que aquele monstro fazia quando estava muito próximo deles, as costas de Peter e Sarah arrepiava a medida que ele ia se aproximando, um pesadelo real estava a persegui-los, se conseguisse alcançá-los, seriam mortos da pior forma possível.

A névoa que a floresta produzia estava dificultando a visão de ambos os dois, tinham que seguir a trilha que levava diretamente para a cidade e lá, estariam a salvos, podendo tratar da ferida. Depois de cinco minutos correndo desde o último disparo, Sarah avistou uma pequena fissura no chão como uma caverna, de imediato ela pensou em parar e se esconder junto com seu marido e os bebês, olhou para o lado dizendo:

- Ali! vamos nos esconder ali.

- Você primeiro - murmurou ele. Pensando primeiramente é claro, na segurança de sua família, como qualquer homem que ama os seus teria feito.

Ela adentrou a fissura. Peter faria o mesmo, mas hesitou. Ele observava aos arredores tendo sua cabeça para o lado de fora na parte mais alta da caverna, sua visão era do chão de cima, ele percebeu movimentos estranhos nos arbustos, porém não pode ver o que realmente era. Sabia do que se tratava, um enorme arrepio subiu desde os seus pés, passando pelas costas e indo até sua cabeça. Sendo assim, ele entrou colocando a cesta que carregava no chão, junto as outras que estava ao lado.

Sarah se assustou ao se virar para trás e ver que Peter estava praticamente em cima dela, rapidamente colocou sua mão na boca da mesma, os dois estavam agachados. Com o dedo, fez um sinal a ela indicando "silêncio!" e quando ela entendeu o recado, assentiu com a cabeça e ambos olharam lentamente para trás, e lá estava, a sombra da morte no chão da floresta que se formava devido a luz da lua, dava para ver que ele farejava o chão freneticamente, seu peso e tamanho fazia algumas porções de terra cederem do teto da pequena caverna. As mãos de Sarah começaram a tremer e seu coração a bater mais forte e acelerado, uma lágrima caiu de seus olhos vendo que, era questão de tempo até aquela coisa perceber que estavam ali em baixo, Peter suava frio e estava pronto para fazer qualquer tipo de loucura para salvar sua família, sua tensão aumentou ainda mais quando ele voltou seu olhar aos bebês, ao menor ruído que produzissem, poderiam chamar a atenção daquilo.

O casal sabia que ali poderia ser o fim de tudo, pois lá estava aquele que os perseguia, ele procurava e observava, seus sentidos eram muito aguçados. Se fosse uma pessoa, como um assassino em série, que estivesse os perseguindo, tudo seria muito mais fácil, ou talvez não, mas o fato é que por ser um animal, haviam mais vantagens para o lado de tal do que para Sarah e Peter.

O que eles mais temiam estava prestes a acontecer, pois um pouco de terra e sujeira estava caindo de cima, exatamente onde um dos filhos de Sarah estava, incomodado com a situação e repleto de inocência, sem a menor noção do perigo que ele e seus pais corriam, começou a querer choramingar e isso poderia ser o gatilho perfeito que aquela besta estava esperando.

Metamorphosis - Classe RéptilWhere stories live. Discover now