Metamorphosis - Classe Réptil

Capítulo 4.

O Indigente - Parte 1

 Enquanto ele fazia o maravilhoso discurso dele, puxando o meu saco, Jane suspirou tão fundo, que sua franja na testa, pulou um pouco para cima, ela já estava enjoada de escutar aquilo e simplesmente deu as costa seguindo em direção ao elevador.

- Eu é que não vou ficar aqui escutando essas baboseiras - disse ela antes de se retirar.

 Eu permaneci no laboratório para saber o que iria acontecer pois, eu já conhecia Steve e sabia que ele faria alguma merda, e das grandes. Pude ver ele falando no ouvido de um dos guardas que estava do lado dele, não deu para escutar óbvio, mas ao ler os seus lábios com dificuldades entendi algo do tipo... "tragam-no aqui". 

 De imediato passei pela aglomeração de funcionários na minha frente e fui em direção ao mesmo, que mantinha em seu rosto um sorriso macabro, aquilo já estava indo longe demais para o meu gosto.

- Steve?! quem você trouxe para cá? - interpelei-o - eu acabei de dizer que não é aprovado ainda.

- Em primeiro lugar, isso não é da sua conta. Você não manda em nada aqui, já mandei você ir a merda e ficar fora disso.

 Aquilo tinha sido a gota d'agua. Subiu em mim um ódio tão grande que eu poderia socá-lo ali mesmo, apesar de ele ter se tornado um babaca, decidi manter o respeito pela a nossa amizade.

- Ótimo! se não é mais da minha conta, significa que eu não faço mais parte dessa empresa - confrontei Steve - eu me demito, não quero mais nada que venha de você.

- Eu não faria isso se fosse você - murmurou ele em seguida, virei para o mesmo novamente. - Steve pegou um Tablet que estava na mão de um dos guardas e virou para mim. 

 Era uma imagem de câmera de segurança, quando eu vi a imagem que estava sendo mostrada, meu sangue ferveu e então avancei para cima de Steve, mas antes que eu pudesse parti-lo ao meio, um de seus capangas me golpeou com a coronha da arma que portava, me fazendo ficar um pouco desorientado, meu ódio não deixou com que eu perecesse. Levantei e avancei novamente, mas ambos os dois homens me seguraram para que eu não chegasse perto, golpeando minhas pernas e me fazendo ajoelhar no chão, os funcionários se entre olhavam sem entender o que estava acontecendo. 

- Seu desgraçado! como pode fazer isso comigo? - a imagem da câmera mostrou Sarah minha esposa, ela está dentro de casa com dois de seus homens com as armas apontadas para a mesma em direção ao seu rosto, ela parecia muito assustada.

- Peter... Peter... tão ingênuo quanto o dia em que eu o conheci - ele se aproximou se agachando e se colocando bem próximo ao meu rosto, enquanto zombava - você é mais inocente que uma criança. Eu sempre soube, que você uma hora ficaria fraco. 

- Cala a sua boca! - avancei com o corpo para cima dele enquanto os dois seguravam meus dois braços.

- Você foi só uma peça no meu tabuleiro, eu enganei você direitinho. Não foi? - ele fez carinho em meus cabelos debochando, como se eu fosse uma criança, se eu pudesse eu decepava todos o seus dedos um por um naquele momento. O que eu sentia? nojo com certeza.

- Você é um lixo, o pior ser humano que eu já conheci! - o insultei. Sei que não adiantaria, mas estava cego pela raiva naquele momento.

Será? - ele indagou em tom sarcástico dando uma risada - a Sarah discorda nisso com você. Não é atoa, que os gemidos dela enquanto eu a fodia pela suas costas pareciam tão errados, talvez você deva se questionar quem é o pior ser humano nessa história.

 Ao dizer aquilo, veio um baque enorme. Meus pensamentos se dispersaram como fumaça e o ódio que eu senti veio como uma forte correnteza deixada por um maremoto. Soltei uma das mãos a força e soquei o guarda que segurava a minha mão, o fazendo recuar. Peguei a arma que ele deixará cair no chão rapidamente, mas antes que eu pudesse apertar o gatilho, dessa vez a coronhada foi em minha cabeça de um terceiro guarda que eu nem havia percebido que estava lá de prontidão, caí no chão desmaiado em seguida.