Capítulo XI - Delírios

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A mulher agitava-se na cama, virava de um lado para o outro em polvorosa, não era um pesadelo, pois não havia imagens em sua cabeça, apenas sensações: a pior de todas, a que sentiu apenas na pior perda de sua vida, era como se ela se repetisse novamente, trazendo a mesma dor de volta ao seu peito, tão viva e sedenta que acordou com falta de ar.

Quando abriu os olhos, a profetisa Hyuuga estava diante de si em seu leito, mas a expressão da mais jovem não trazia nenhuma surpresa, pelo contrário, Hinata parecia saber o que se passava com a mulher.

— Meu filho! Ele precisa de mim, Sasuke corre perigo, ele precisa da minha ajuda! — gritava, duas criadas não tardaram a aparecer, tentando acalmar a mulher que continuava a proclamar coisas desconexas.

— Senhora Mikoto... Não se preocupe, é chegada a hora de seu filho retornar. — disse docemente, as palavras da moça acalmaram a mulher, que suspirou aliviada e permitiu que duas lágrimas de felicidade escorressem por sua face.

— O que eu sempre senti... Estava certa, não é? Ele ainda está entre nós!

— Ainda não, o pássaro precisará de ajuda para retornar a salvo ao ninho. — concretizou, fazendo com que a Uchiha recuperasse seu tom de preocupação. — E não há de tardar, a viagem até aqui é longa.

— Quer dizer então...

— Se quiser trazê-lo de volta, deve encontrá-lo em meio a escuridão. — concluiu.

As criadas não viam o menor sentido na conversa das duas mulheres, porém nada puderam opor quando Mikoto saltou de sua cama e obstinada decidiu que partiria o quanto antes ao encontro de sua família, que prometeu a si mesma reconstruir, não importa o que fosse preciso para tal.

***

Tiveram de armar um acampamento durante a noite, os atingidos pelo veneno continuavam a passar mal, tinham febre e dores pelo corpo, de modo que deveriam repousar e recuperar um pouco de forças antes de retornarem ao percurso, infelizmente já haviam sido duas baixas.

Por outro lado, a harmonia tomava conta do povo, ambas os condados se relacionavam bem e comemoravam juntos o cântico da vitória, enquanto tratavam mutuamente de suas feridas, era de fato, um novo e grande passo para acabar com o reinado de Orochimaru e todos pareciam muito exaltados por tal.

E mais do que isso, estava Naruto, que depois de ser suspendido no ar por seus companheiros e receber a sincera saudação da mãe orgulhosa pela força do filho, não tardou em botar seu plano em prática e pediu um momento de silêncio entre os presentes:

— Primeiramente, gostaria de parabenizar a todos que fizeram parte desta incrível vitória e prestigiar os nossos companheiros que se juntaram a Odin. Peço agora esse momento de sua atenção para fazer algo muito importante para mim e meu povo, venho pedir a mão de Sakura Haruno para ser minha esposa e condessa de Namikaze.

Todos os olhares se voltaram para a jovem de cabelos cor de rosa, que tratava de uma das guerreiras de Mei, sentiu um suor de constrangimento percorrer sua espinha, Tenten gargalhou diante da expressão da moça, enquanto o restante das testemunhas apoiava com gritos ou fazia piadas indiscretas, Sakura passou a compressa de pano que segurava para outra aliada, caminhou até ficar diante do loiro e sussurrou-lhe:

— Tinha mesmo de dizer isto na frente de todos?

— Eu disse que o faria assim que tivesse a nossa vitória. — rebateu. — Ainda devo pedir licença aos seus pais, por favor, Mebuki e Kizashi apresentem-se.

O casal tomou a frente, Mebuki sorria, pois sempre sonhou com um bom casamento para a filha, embora achasse o loiro um tanto bobo, sabia que agora seria a oportunidade do decaído condado Namikaze ascender em poder e conquistas, por outro lado, Kizashi tinha os olhos encharcados por lágrimas só de pensar em entregar sua única e amada cria para outro, ainda que fosse para o direito e honrado Naruto.

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