Como eu imaginava, a chupeta de Laura havia caído ao chão e a moça tentava acalmá-la até arrumar um jeito de limpar a mesma.
- Venha aqui, meu amor. -peguei ela no colo e a balancei na intenção de fazê-la parar de chorar. Aquilo nunca adiantou. -Calma, Laura. Está suja. -falei mostrando o objeto pra ela.
- Chupeta! -ela gritou e chorou mais ainda.
- Obrigada, eu vou levar ela. -falei para a moça que assentiu. -Calma, não precisa disso tudo, eu vou comprar outra. -voltei a falar com a chorona.
- Chupeta! -ela voltou a gritar.
- Ora, Laura, você já está me irritando. -reclamei provocando mais gritos.
Fui embora o mais rápido possível, passei na loja, comprei outra e só de vê-la, ela se calou.
- Pronto. -fiz uma cara de bravo para que ela entendesse o escândalo desnecessário, Laura apenas choramingou e eu peguei o carrinho que deixei na loja, a pus dentro.
Eram quatro horas da tarde, eu pensei em voltar para a praça, queria conversar com Barbara, mas precisava ir embora.
- Tchau, mãe. Eu preciso dar um banho nessa chorona. -falei pegando a chupeta dela, quando ia iniciar o choro, devolvi.
- Deixa de ser implicante. -a minha mãe riu. -Mas vai lá, meu filho. -acrescentou.
- Até amanhã. -beijei seu rosto e fui empurrando o carrinho de Laurinha que olhava para as pessoas da rua como se nunca tivesse visto gente.
A loja era no começo da rua, e a minha casa no final da mesma, não levava nem três minutos para chegar, só andava com o carrinho porque Laura adorava quando eu resolvia dar uma corrida, pra ela era uma aventura, o mais arriscado que ela podia fazer.
- Vamos para o banho? -falei chegando em casa. Percebi que ela estava quietinha e mal piscava, esse era seu sinal de quando estava muito ocupada sujando a fralda. -Ai jura, filha, que você tem mesmo que fazer isso? -perguntei desanimado, eu ainda não estava tão habituado a trocar fraldas. Ela não disse nada, apenas me encarou.
Não demorou muito, fui obrigado a limpá-la, era nessas horas que eu torcia para que o tempo passasse logo e ela crescesse, dei um banho na pequena e fui preparar sua comida, antes coloquei o notebook em cima da bancada, nesses momentos eu era salvo pelo Sr. Google, num site de guia infantil, precisava pesquisar sobre as papinhas, para saber o que fazer pra ela não parecer uma coisa nojenta e ficar visualmente saborosa.
Não tinha muito o que pôr, coitada, as crianças viviam de legumes...
- Só um pouquinho filha, abre a boca, vai. -lutava para fazê-la comer.
- Não ! -protestou.
- Laura Alves, sem pirraça. -tentei a bravura. Só fez a mesma cuspi tudo que ainda tinha na boca. -Meu Deus! Laura, facilita. -reclamei ficando impaciente.
- Papá
- É, papá, vamos comer?
- Não!
- Deus, me ajuda. -bufei.
Foi uma luta pra fazê-la comer menos da metade, mas foi o que eu consegui.
- Agora a senhorita precisa dormi que já aprontou demais. -falei tirando-a da cadeirinha.
Laura era difícil pra tudo, comer, dormi, calar... Era difícil cuidar dessa menina, mas com muito custo ela adormeceu feito um anjinho na minha cama. Eu a cerquei com travesseiros para que não caísse .
YOU ARE READING
12 De Janeiro [PARADO POR TEMPO INDETERMINADO]
RomanceNo ventre de Helena, estava mais uma das razões pelo qual Benjamin carregava um sorriso estático no rosto: Laura. A Laurinha de todo mundo, que era paparicada antes mesmo de sua chegada ao mundo. Mas bem como todo mundo sabe, as coisas acontecem qua...