Capítulo 2

6.1K 476 8
                                    


   Como eu imaginava, a chupeta de Laura havia caído ao chão e a moça tentava acalmá-la até arrumar um jeito de limpar a mesma.

- Venha aqui, meu amor. -peguei ela no colo e a balancei na intenção de fazê-la parar de chorar. Aquilo nunca adiantou. -Calma, Laura. Está suja. -falei mostrando o objeto pra ela.

- Chupeta! -ela gritou e chorou mais ainda.

- Obrigada, eu vou levar ela. -falei para a moça que assentiu. -Calma, não precisa disso tudo, eu vou comprar outra. -voltei a falar com a chorona.

- Chupeta! -ela voltou a gritar.

- Ora, Laura, você já está me irritando. -reclamei provocando mais gritos.

   Fui embora o mais rápido possível, passei na loja, comprei outra e só de vê-la, ela se calou.

- Pronto. -fiz uma cara de bravo para que ela entendesse o escândalo desnecessário, Laura apenas choramingou e eu peguei o carrinho que deixei na loja, a pus dentro.

   Eram quatro horas da tarde, eu pensei em voltar para a praça, queria conversar com Barbara, mas precisava ir embora.

- Tchau, mãe. Eu preciso dar um banho nessa chorona. -falei pegando a chupeta dela, quando ia iniciar o choro, devolvi.

- Deixa de ser implicante. -a minha mãe riu. -Mas vai lá, meu filho. -acrescentou.

- Até amanhã. -beijei seu rosto e fui empurrando o carrinho de Laurinha que olhava para as pessoas da rua como se nunca tivesse visto gente.

   A loja era no começo da rua, e a minha casa no final da mesma, não levava nem três minutos para chegar, só andava com o carrinho porque Laura adorava quando eu resolvia dar uma corrida, pra ela era uma aventura, o mais arriscado que ela podia fazer.

- Vamos para o banho? -falei chegando em casa. Percebi que ela estava quietinha e mal piscava, esse era seu sinal de quando estava muito ocupada sujando a fralda. -Ai jura, filha, que você tem mesmo que fazer isso? -perguntei desanimado, eu ainda não estava tão habituado a trocar fraldas. Ela não disse nada, apenas me encarou.

   Não demorou muito, fui obrigado a limpá-la, era nessas horas que eu  torcia para que o tempo passasse logo e ela crescesse, dei um banho na pequena e fui preparar sua comida, antes coloquei o notebook em cima da bancada, nesses momentos eu era salvo pelo Sr. Google, num site de guia infantil, precisava pesquisar sobre as papinhas, para saber o que fazer pra ela não parecer uma coisa nojenta e ficar visualmente saborosa.

   Não tinha muito o que pôr, coitada, as crianças viviam de legumes...

- Só um pouquinho filha, abre a boca, vai. -lutava para fazê-la comer.

- Não ! -protestou.

- Laura Alves, sem pirraça. -tentei a bravura. Só  fez a mesma cuspi tudo que ainda tinha na boca. -Meu Deus!  Laura, facilita. -reclamei ficando impaciente.

- Papá 

- É, papá, vamos comer?

- Não!

- Deus, me ajuda. -bufei.

   Foi uma luta pra fazê-la comer menos da metade, mas foi o que eu consegui.

- Agora a senhorita precisa dormi que já aprontou demais. -falei tirando-a da cadeirinha.

  Laura era difícil pra tudo,  comer, dormi, calar... Era difícil cuidar dessa menina, mas com muito custo ela adormeceu feito um anjinho na minha cama. Eu a cerquei com travesseiros para que não caísse .

12 De Janeiro [PARADO POR TEMPO INDETERMINADO]Where stories live. Discover now