25. 𝐖𝐄 𝐀𝐑𝐄 𝐑𝐄𝐀𝐃𝐘

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ESTAMOS PRONTOS

DEPOIS DA MORTE DE SEU PAI, Celina jamais pensou que realmente cogitaria aceitar um pedido de casamento, muito menos até quando não estava participando da temporada

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DEPOIS DA MORTE DE SEU PAI, Celina jamais pensou que realmente cogitaria aceitar um pedido de casamento, muito menos até quando não estava participando da temporada. Mas ela havia aceitado um pedido de matrimônio, que fora feito até de maneira inusitada para sua época e principalmente fora surpreendente o homem ter a feito o pedido em frente a tantas outras pessoas, visto que ele parecia ser alguém reservado.

Mas, o mais surpreendente de tudo, é que três semanas após o pedido, Celina ainda não tinha surtado. Pois a Basset de meses atrás haveria sim surtado, teria entrado em uma crise existencial e não saberia nem responder a uma simples pergunta qualquer. E agora em frente ao espelho de um dos quartos do Aubrey Hall, ela parecia tão serena ao observar o vestido de seda e renda branca, mas algo lá no fundo formiga incessantemente, pronto para sair quando a jovem menos esperasse, mas ela estava ciente de que momento ou outro isso viria à tona e seria seu surto.

Celina nunca pensou que um dia se tornaria viscondessa. Bem, o título de duquesa deveria ser seu por escolha de seu pai, mas por consciência própria, pelas leis que não a permitiam carregar tão título sem ser casada e também por ser mulher, ela então havia o cedido para seu irmão, único e verdadeiro herdeiro do nome Hastings.

Nunca imaginou que alguém a aceitaria como ela realmente era. Uma jovem nada convencional, fruto de uma traição, uma filha bastarda e principalmente impura. Mas se um dia a chegaram a julgar sobre tal coisa, ela nunca os deu ouvidos, visto que existiam muitos homens que carregavam tamanha vergonha como a dela e não eram julgados. Ela fora criada para pensar de maneira superior a essas pequenas mentes humanas, fora criada para ser uma duquesa e levar o nome de sua família em diante.

Mas se tornar uma viscondessa? Ela não sabia dizer se estava pronta.

Apesar de toda sua educação bem aprimorada e de talentos inigualáveis, Celina tinha um único medo. Não ser uma boa esposa. Parecia um pensamento bobo e realmente era, pois como uma jovem que tomou as rédeas da maioria dos negócios de sua família, quando seu irmão se recusava a cumprir com seus deveres; tinha medo de não saber lidar com a vida de uma mulher casada?

E mesmo não sabendo responder, ela iria descobrir como lidar com aquilo. Visto que ela não estaria sozinha nessa nova jornada, não estava sendo obrigada a casar sem amor e por puro comprometimento. Muito pelo contrário, ambos os jovens estavam cientes dos sentimentos de seus parceiros e que nenhum daria com o pé para trás.

— Querida? — ela pode ouvir sua mãe a chamando da porta e a olhando pelo reflexo do espelho, pode notar seus olhos brilhando por futuras lágrimas. — Nunca pensei que viveria para esse dia... — a Gloriana mais velha suspirou profundamente, ficando atrás de sua primogênita e a olhando com devoção.

— Também nunca imaginei isso. — a jovem deu um leve sorriso por puro nervosismo e segurou na mão de sua mãe, que estava sobre seu ombro enquanto admiravam cada pedraria pregada na renda do vestido. — Sabe, a senhora, uma irmã... Meu casamento. As vezes é inimaginável.

The Basset - Anthony BridgertonOnde histórias criam vida. Descubra agora