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Eles continuaram a gravação e depois de beber mais uns três corotes diferentes eles foram sentar num lugar que chamavam de canto do charms. Se jogaram nos puffs que tinha ali e ficaram falando nada com nada, provavelmente poucas coisas daquele trecho iriam ao ar. Me distrai por alguns minutos e decidi ir no banheiro, quando estava voltando escutei Pedro falar mais alto, chamando minha atenção

- Cadê minha mulher? - Pedro falou mas não associei que era eu quem ele estava chamando - Ninoca!- o olhei e ele me chamava com as mãos como um bebê. Por algum motivo senti meu coração amolecer e fui até ele sem pensar duas vezes

- Que foi, em?- perguntei indo até ele

- Senta aqui comigo- tentou chegar um pouco pro lado no puff e me puxou pra ficar do lado dele, me abraçando pela cintura e apoiando a cabeça no meu ombro. Me virei para olha-lô

- Não sabia que sua versão bêbada era carente assim- brinquei e ele só sorriu pra mim, dando um beijo na lateral do meu rosto logo depois

- Não sei se quero vomitar por causa de bebida ou por causa de vocês - Baptista falou e virou pro Doa - não é?

- Não sei, tô sem força pra nada... - Doa resmungou - eles são um saco sempre- completou

- Ei! Me senti ofendida- Doa fez careta e não me respondeu

Eles ficaram falando besteira em uma língua que só eles entendia. De repente senti Pedro mexendo no meu cabelo

- Você colocou o brinco!- falou baixo num tom de surpresa

- Ué - eu ri - não era pra colocar?

- Era! Claro que era! - ele colocou meu cabelo atrás da orelha - ficou muito lindo

Eu ia respondê-lo, mas logo ouvimos Baptista vomitar e eles decidiram realmente parar de gravar. Tentei me levantar mas o Pedro continuou me abraçando pela cintura

- Vai ficar aqui pra sempre?- brinquei

- Tô com preguiça de levantar- se aninhou em mim e fechou os olhos

- Ah não, Pedro! Você não vai dormir em cima de mim cheirando a cachaça não- reclamei tentado empurrar ele e ele começou a rir

- Ta bom, eu vou tomar banho- falou arrastado tentando se levantar, mas não conseguia se equilibrar em pé

- Eu te ajudo- me levantei e segurei ele

- Que milagre você sendo prestativa- provocou e eu revirei os olhos

- Se você falar muito te largo aqui mesmo- ele riu

- Não tá mais aqui quem falou- levantou a mão em forma de rendição e seguimos o caminho em silêncio

- Por que todo mundo aqui me chama de famosa nina?- perguntei pra ele quando chegamos no quarto

- Porque eu falei de você pra eles- deu de ombros

- Falou mal, né?- brinquei e ele riu

- Não... Não sou igual você- sorriu e eu assenti, me fazendo de ofendida

- Vai tomar banho, vai! - o levei em direção ao banheiro - e vê se não morre- ele assentiu e entrou no banheiro

gasoline Tempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang