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Pov Orochi

Acordei sentindo minha cabeça latejar e um peso em cima de mim. Abri os olhos devagar me acostumando com a claridade e quando enxerguei melhor me deparei com os cabelos da Nina e o seu rosto sereno dormindo no meu peito. Senti meu coração disparar me perguntando como isso foi acontecer.
Tentei tirar ela de cima de mim com cuidado, mas ela acabou acordando

- Que foi?- perguntou sonolenta, coçando os olhos

- Quero ir no banheiro- falei ela resmungou alguma coisa que não entendi, depois virou pro outro lado e voltou a dormir

Fui até o banheiro e joguei água no rosto na esperança de despertar melhor. Quando sai Nina estava sentada na cama olhando pro nada

- Bom dia- resmungou

- Bom dia? Que horas são?- perguntei procurando meu celular

- Sei lá...

- Que isso! Eu que bebi e parece que o caminhão passou por cima de você

- Você me perturbou muito de madrugada- franzi o cenho

- Sério? Perturbei como?- ela riu

- Você não lembra? Foi uma luta te fazer dormir!

- Eu não lembro de nada de depois da gravação- cocei a nuca tentando disfarçar o recente nervosismo que surgiu com o medo do meu eu bêbado ter falado demais

- Você fica teimoso quando tá bêbado. Deitou rápido, mas quis ficar conversando

- Por isso você acabou dormindo aqui?- ela riu de novo

- Você não lembra mesmo? - neguei - você que pediu pra eu ficar

- E que milagre tocou seu coração pra te fazer ficar?

- Você falou que sentiu saudades minhas e eu fiquei com pena

- Impossível- ela arqueou as sobrencelhas

- Jura, Mitinho? Me pareceu bem convincente ontem- ela aproximou o rosto do meu

- Eu nunca sentiria saudades de uma chata que nem você!- cheguei mais perto

- Ah é? - assenti - porquê ontem você me implorou pra ficar

- Eu tava bêbado- era meu único argumento

- Bêbado não mente...- ela sorriu e eu agi no impulso, lhe dando um selinho. Ela fechou a cara na hora e eu ri

- Você me provoca e depois não aguenta, né?

- Você é muito chato!- bufou

- Você gosta que eu sei...- ela revirou os olhos

- Vou descer pra comer alguma coisa- falou se levantando

- Tá pedindo permissão? - brinquei e ela me olhou de cara feia - pode ir, meu amor. Não sou ciumento

- Eu devia dar um grito bem alto agora pra fazer sua cabeça doer até semana que vem!- foi a única coisa que ela falou antes de sair do quarto batendo a porta com força, fazendo minha cabeça latejar

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