Uma pena

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Simone

Já havia amanhecido, e eu estava  me sentindo estranha estranha, pois era a primeira vez depois de muito tempo que eu estava dormindo sem Soraya, bom
mais ou menos, as vezes eu e ela
brigavamos e eu era obrigada a durmir no Sofá. A cama estava tão vazia ao meu lado, enquanto eu passava a mão no travesseiro de Soraya. Fui afastada de meus pensamentos assim que os gêmeos estraram correndo no quarto

- Mamãe, mamãe acordaaaa!

Eles gritavam sem parar.

- Está na hora do café!

Eles gritavam e pulavam em mim cama

- Eu já estou acordada.

Eu disse sorrindo

[...]


- Cadê meu cereal de morango?

Maria Fernanda perguntou olhando pro prato com uma careta.

- O cereal acabou, come as panquecas, te garanto que são mais gostosas que o cereal.

Falei cruzando os braços, vendo Mafe fazer uma expressão raivosa, ela era igualzinha Soraya quando ficava nervosa.

- Eu quero meu cereal!

ela cruzou os braços fazendo um biquinho adorável.

- Sinto muito meu bem mais ele acabou.

soltei um suspiro vendo ela fechar a cara
mais ainda.

- EU QUERO MEU CEREAL!

bateu na mesa me fazendo dar um pulo de susto e respirar fundo.

- Mafe...minha querida, o cereal...Acabou.

Falei calmamente tentando ser paciente
com Maria Fernanda mais ela insistia em ficar emburrada.

- EU VOU CONTAR PRA MAMÃE!

abria boca indignada vendo ela se levantar e ameaçar sair da li.

- Mais por que? O que eu fiz agora?

cruzei os braços batendo o pé no chão enquanto Mafe bufava e fazia o mesmo.

- A senhora não quer me dar o cereal e tá
dizendo que acabou! Eu vou contar pra
mamãe que você escondeu o cereal e quer comer tudo sozinha!

Ela falou de forma birrenta enquanto eu rolava os olhos.

- Olha aqui sua...

- AÍ CHEGA! MEU DEUS DO CÉU, VOCÊS
DUAS!

Maria Eduarda entrou esbravejando e batendo na mesa enquanto eu e Mafe viramos os rostos de birra uma pra outra.

- Mafe, senta e come isso logo!

Já falei que Madu é um orgulho as vezes?
Pois bem, Mafe sentou sem dizer mais nada e eu esboçei um sorriso vitorioso, enquanto Mafe me deu língua discretamente.

- O que está fazendo aqui minha filha?

- Vim te ajudar, Soraya pediu pra que eu ficasse de olho em vocês.

- Eu não sou uma criança Maria Eduarda, consigo cuidar muito bem dos meu filhos sozinha.

- Tem certeza?

A menina apontou para Andy, o menino estava enfiando pedaço de panqueca no nariz e colocando no prato de Maria Fernanda.

- ANDY!

Eu dei um grito tão alto que o menino pulou da cadeira

- O que foi Mamãe? eu já acabei!

falou se levantando e colocando o prato e o copo na pia, ao se levantar vi seu shorts todo sujo de calda.

- Ok, talvez eu precise de ajuda.

Maria Eduarda apenas sorriu

[...]

As crianças estavam prontos para a escola só esperando que eu descesse e os levasse para a escola, olhei o relógio em meu pulso vi que não estávamos atrasados, nada mal.

Desci pegando as chaves do carro na mesa de centro e sai emn direção garagem tendo as crianças atrás de mim, peguei Mafe do colo de Maria Eduarda para coloca-lo na cadeirinha

Assim que a coloquei na cadeirinha a menina  começou a balançar as perninhas, depois  fiz o mesmo processo com Andy. Madu se sentou na frente ao meu lado.

- Vamos para escolaaaa!

Mafe falou animada levantando os braços, a olhei do retrovisor sorrindo enquanto tirava o carro da garagem.

Deixei Mafe e Andy na escola deles que era a mesma.

- Prontinho minhas borboletinhas.

As crianças me olharam com uma careta pelo apelido que Ihes dei mais não falaram nada e sairam do carro.

- Ei cadê o beijo da mamãe?

- Oh mãe? Se liga né!

Maria Fernanda falou de forma como se fosse óbvio o mico, rolei os olhos
suspirando, nem tem tamanho de gente e já se sente uma adolescente...

- Bom parece que só sobramos nós dois
né minha borboletona?

perguntei olhando para Madu.

- Sinto falta de morar com vocês.

- E porque não volta?

Perguntei confusa.

- Meio estranha uma mulher de quase vinte e poucos anos morando com as mães, não acha?

- Não, não tem nada de estranho. As portas estão abertas para quando quiser voltar.

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Soraya

Eu sei que eu precisava contar para Simone, mas eu não queria criar espectativas afinal ainda estava recente e talvez eu não conseguiria segurar a gravidez outra vez. Eu estava deitada me perguntando se devia contar ou não quando meu celular começou a tocar sem parar.

Ao olhar a tela que agora estava iluminada eu pude ver o nome da doutora Robbins, a minha obstetra, o que ela queria? Havia descoberto algo de errado com minha gravidez?

- Alô? Soraya?

- Sim, sou eu doutora, algum problema?

- Na verdade sim.

- É algum problema com o bebê, não é?

Perguntei preocupada.

- Não, você pode ficar tranquila que está tudo certo com sua gravidez.

- Então o que foi doutora?

- Não posso falar por telefone, preciso que venha até a clínica.

- É algo tão sério assim?

- Sim!

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Doutora Robbins


Eu já havia me decidido, eu contaria toda a verdade para Soraya, eu estava disposta a pagar por todos os meus crimes.

- Hora, hora, hora... Quebrando o nosso acordo doutora Robbins?

Foi o que Carla disse assim que entrou na sala

- Eu não tenho nenhum acordo com você!

- Tem, tem sim. Parece que está precisando que eu refresque sua memória, vai ser um prazer fazer uma visitinha para Sofia.

- Não adianta me ameaçar Carla, Sofia está longe daqui, não existe mais motivos que me impeçam de contar toda a verdade.

- É uma pena doutora Robbins, eu realmente não queria ter que fazer isso.

A mulher levantou uma arma em minha direção efetuando três disparos.




The Stripper- a vida após Where stories live. Discover now