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CAIO

Eu não consegui dormir a noite, eu só pensava em como a Alice estava, ela chorou até pegar no sono nos meus braços e ver ela daquela forma me matava por dentro. Minhas mãos estavam roxas de tanto que soquei a cara dele, e queria ter feito mais, queria ter matado ele. Meus pais disseram que ele foi para o hospital desacordado, também eu só consegui parar de bater nele quando meu pai me tirou de lá.

Preparei um café da manhã e levei na cama pra ela, dei beijos em seu rosto e ela acordou sorrindo, como eu amava ver ela sorrindo.

- Bom dia amor - ela disse se sentando na cama - Uau, quanta coisa  - disse olhando tudo

- Acho que exagerei um pouco - falei rindo - Como você está?

- Estou melhor, só quero esquecer essa noite, só isso - disse me olhando - Olha as suas mãos amor, temos que cuidar disso

- Eu não ligo para a situação das minhas mãos, faria tudo de novo para proteger você

- Eu sei disso, obrigada - falou me olhando - Vou escovar os dentes pra gente comer - disse se levantando e saiu correndo para o banheiro, ela tinha essa mania de correr até o banheiro

Meus pais e minha avó insistiram em vir almoçar aqui em casa, eu disse que queria ficar sozinho com a Alice e eles respeitaram, mas queriam ligar mais tarde e falar com ela e eu disse que tudo bem.

- Quer almoçar o que amor? - perguntei a olhando

- Eu posso escolher?

- Você sempre escolheu - falei rindo e era verdade, quando está aqui ela quem decide o que vamos comer

- Queria um macarrão, pode ser qualquer molho

- Gosta de brócolis né?

- Eu amo

- Então tá bom - falei indo até o armário pra pegar alguns ingredientes, ela ficou sentada no balcão e então percebi que seus braços estavam com marcas, provavelmente ele segurou ela com tanta força que deixou ela marcada - Você quer denunciar ele?

- Não vai adiantar muita coisa, ele não chegou a fazer nada, então acho que nem vão ligar pra isso

- Olha os seus braços, as marcas das mãos dele estão ai, você tem provas

- Não quero passar por isso amor, de verdade, eu sei que eu deveria, mas não quero ficar relembrando tudo e contando os detalhes desse pesadelo

- Tudo bem, mas o que vamos falar para os seus pais?

- A verdade, sempre

- Ok, então vamos falar a verdade - falei alisando o seu rosto - Me perdoa por te levar lá, me perdoa por não ter notado seu sumiço na hora

- Você não teve culpa Caio, é natal, ninguém imagina que tem um doente na família capaz de fazer isso

ALICE

Passei a tarde toda com Caio, a família dele me ligou e me pediu desculpas por tudo, mas ninguém ali além de Caique tem culpa.

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