Capítulo 1

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Um GRANDE beijo no coração.

BOA LEITURA.

BOA LEITURA

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CAPÍTULO 1

Katherine

Embora eu já tivesse cometido alguns deslizes, daquela vez a intenção não era encher a cara quando resolvi trazer comigo a garrafa de vinho. A bebida já fez parte do meu cotidiano, não porque minha vida perdera o sentido, o responsável era o mundo, que eu amava de paixão, desabando gradativamente em torno de mim. Sentia uma megadificuldade de carregar no coração a sensação extremamente dolorosa da realidade. A condição o fazia ficar cada dia mais enfermo, desestruturando-me.

Admito que escorei erroneamente na bebida alcoólica, consumindo-a como se fosse uma válvula de escape para não fraquejar de vez. Ela servia como calmante, relaxante muscular e mental naquela fase complexa da minha vida.

E acabei de descobrir que, não somente a bebida era a única capaz de me desviar da realidade, o homão atarracado atrás de mim também possuía este poder.

"Ave-maria!". Fechei meus olhos com muita força, tentando controlar meu corpo em total combustão, assemelhando-se a uma bomba relógio prestes a explodir. O vento frio não era o culpado pelo arrepio intenso, tampouco as águas congelantes tinham algo a ver com a tremedeira aparente. Essa reação toda – estar sentindo certa intimidade por esse estranho – beirava o descabível e me incomodava demais.

Não conseguia achar o controle indispensável, sequer compreendia as razões do meu coração palpitar forte daquele jeito. Poderia compreender, sim, caso fosse pelo perigo real de morrer precocemente e afogada.

O fato de o cara ser dono de um rosto másculo e incrível, e que tudo nele seguia a trilha do espetáculo, não justificava a sensação desproporcional.

A assustadora tempestade de raios rompeu meus devaneios e um deles atingiu uma árvore, não muito distante, derrubando-a.

— MEU DEUS! — orei, no tom mais alto possível.

— PORRA! — ele praguejou num volume superior, e o agravante: me apertando mais contra a árvore, afundou o rosto bem na curva do meu pescoço.

"Quem é que aguenta isso?". Eu não.

Vergonhosamente, inspirei forte de prazer e não de medo. Sem contar a descarga de arrepios espalhando pelo meu corpo ao sentir seu volume rígido na minha bunda.

— Você está bem? — Prendi a respiração ao tom grave e baixo no meu ouvido.

Assenti quando deveria negar. Fazia tudo ao contrário, tanto que a curiosidade era maior do que a minha vontade. Entortei um pouco o pescoço e olhei para ele, que abriu um sorriso que só por Deus.

NÃO TE DEIXAREI PARTIRWhere stories live. Discover now