Prólogo

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Tudo começava como uma história normal, uma família normal. Um pai, uma mãe e um filho. Atrevo-me a dizer serem a família perfeita, mas... do mesmo jeito que nada é perfeito, nada dura para sempre.

O garoto tinha cinco anos, inocente, criança, melhor fase da vida, mesmo que eu não me lembre de quase nada do que aconteceu nela. Voltando ao assunto principal, nosso protagonista era um menino alegre.

O relógio do quarto marcava 6 horas em ponto. Um novo dia começava para nosso protagonista, um dia cheio de aventuras a serem vividas e surpresas a serem recebidas.

Era dia 03 de março de 2010, aniversário de um garoto qualquer, um garoto normal. Entretanto, a data dividia coisas em comum, era tanto aniversário desse garoto, quanto de seu pai.

A porta do quarto se abre, do lado de fora entrava uma mulher loira, seus cabelos lisos e longos iam até sua cintura. Embora magra, era saudável e bonita. Seus olhos castanhos faziam daquela mulher um anjo em pele humana.

— Filho, acorda. Lembra que hoje é o aniversário do papai? — a mãe de não mais que 20 anos tentava acordar seu pequeno.

— Eu quero dormir, mãe — a criança responde enquanto revirava os lençóis da cama.

— Você sabe que hoje também é seu aniversário. Não sabe, garotinho? — a mulher coloca seu nariz na barriga do menor e dá uma leve fungada — você tá precisando é de um banho.

A mãe pega o filho, o tira de baixo dos lençóis que usava e coloca novamente na cama. Em seguida começa a fazer cócegas em sua barriga.

Entre riso e outro, o garotinho responde.

— Tenho que tomar banho mesmo, mamãe? — emburra seu rosto — é meu aniversário, não é?

— Tudo bem. Pode ficar em casa então, mas eu vou achar uma criança que vai querer ir comigo e vou dar seu presente para ela — a loira cruza os braços e vira seu rosto. Depois de certo tempo olhando de soslaio para o menino, continua — não tem problema?

Naquele momento o garoto levanta e fica em pé sobre a cama.

— Eu tô pronto, pode me levar, mamãe — dá um beijo na bochecha de sua mãe — E você sabe que te amo né? — um sorriso malicioso.

A mulher derruba levemente a criança no colchão, seus olhos vão ao teto em uma expressão de indecisão forjada. Depois de colocar seu dedo indicador sobre o queixo e levantar levemente as sobrancelhas, beija o rosto do filho e diz.

— Vamos ver se você me ama mesmo. Você vai ir tomar banho?

— Eu vou, mamãe — o sorriso retorna ao rosto do menino.

— E sabe como eu faço pra provar o meu amor? — por falta de resposta, e dúvida no rosto do pequeno, termina — te enchendo de bitoquinhas.

A mulher fez o prometido e ambos davam risadas, até que interrompe a brincadeira.

— Shhhhhh! — segura a risada que dava há pouco — é uma festa surpresa, não vamos acordar seu pai.

𝕆 𝔾𝕒𝕣𝕠𝕥𝕠

O sol das 9 horas esquentava o asfalto da rua da pequena feira semanal que faziam em frente ao prédio. A mulher percebia que não conseguiria comprar tudo o que era necessário para a festa. Só havia encontrado pratos e copos descartáveis ali.

— Filho, vamos para o mercado comprar o bolo e o restante das coisas?

O menino segurava a pequena sacola com os produtos adquiridos na feira.

O GarotoOnde histórias criam vida. Descubra agora