No Masks

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Já se passaram alguns minutos desde que coloquei os alimentos no fogo, estou verificando se falta tempero ou são, quando sinto a presença dela muito perto, tão perto que posso sentir o calor de sua respiração atrás de mim.

- O cheiro está ótimo!

É incrível a maneira como meu corpo traiçoeiro responde a essa mulher, ficando arrepiado só de sentir seu calor.

- Ainda não está pronto, por favor, sente-se!

- Adoro quando se faz de mandona, me faz querer te domar mais ainda.

Dito isso, ela coloca suas mãos em minha cintura, me deixando louca para sentir mais de seu contato com minha pele, mas ao mesmo tempo me retenho pois estou com um canivete dentro de minha calcinha e não seria nada legal se ela o encontrasse, que droga de pensamento foi esse?! Foca Camila!

Levo minhas mãos até as suas e ao toca-la sinto algo estranho, ignoro e afasto aos poucos suas mãos do local.

-A hora que estou cozinhando é sagrada, por favor, sente-se!

Ela não diz nada e volta a se sentar, enquanto eu recobro meus sentidos assim que ela se afasta.A mesa já está posta, e enquanto colocava os pratos e talheres em seus devidos lugares, planejei como sair daqui: vou fingir cair no papo dela, e quando ela menos esperar, corto sua jugular com um golpe certeiro. Depois é só não ser vista pelos seus homens, gravei bem o caminho até aqui, com sorte posso achar um telefone nessa casa e ligar para a polícia.

Sorrio demasiadamente para ela, escondendo todo plano maquiavélico em meus sórdidos pensamentos, a mascarada misteriosa está sentada ao meu lado, com os olhos vidrados no que preparei.

- O que é isso?

- Um prato original meu, é com purê, queijo, macarrão, carne, e meu ingrediente secreto, que não vou falar, por que se não deixa de ser secreto.

Ela me observa com um olhar de quem sabe que estou escondendo algo e fico desconfortável me perguntando se ela realmente sabe que escondo um objeto nocivo dentro de minha roupa íntima.

- Tem algo a mais que seja secreto e queira me contar?

Meu olhar fixo no seu é como um desafio para ela, e fico surpresa quando reparo em suas mãos indo até a parte de trás de sua cabeça retirando sua máscara que outrora era orripilante para mim, mas que rapidamente me acostumei. Meus olhos vibram quando desfrutam da imagem que agora está exposta, sem nenhum impedimento ofuscando.
Seu rosto é como uma das pinturas de Van Gogh, sua pele branca e suave contrasta com sua expressão forte e seus cabelos escuros, seu par de olhos verdes e com um brilho obscuro, sua boca tão perfeita quanto todo o resto, céus, nunca havia visto beleza em tal sincronia.

Pisco os olhos aturdida e tento não aparentar tão obcecada em seus traços como de fato estou, mas falho no processo, pois ela dá um sorriso de lado convencida.

- Então, senhorita Cabello, o gato comeu sua língua?

- N..não! - respondo abaixando o olhar apreensiva. Ela é como um imã pro perigo.

Nos servimos em silêncio e começamos a comer, não consigo evitar olha-la para ver qual será sua reação na primeira garfada, não deixando de notar mais uma vez na sua beleza exuberante.

- E então? O que achou?

Ela saboreia a comida e por um instante vejo seus olhos se intensificarem em um tom de verde mais claro e vibrante, e por um momento parecemos suas pessoas normais jantando em uma ocasião normal.

- A melhor coisa que como desde que...- Ela para o que está dizendo e minha curiosidade
fala mais alto.

- Desde que?- A mulher tensiona seu maxilar e vejo sua mão apertar o garfo que se encontra preso entre seus dedos e sua palma, noto também que seu olhar agora está diferente, como se estivesse vazio.

- Eu sei que você está com um canivete dentro da calcinha.

Me engasgo com o purê que estava quase engolindo e acho que se ela não me matar agora, eu morro do coração.

Perfect Kidnapping (CAMREN G!P) Where stories live. Discover now