The Fourth

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Tusso freneticamente tentando liberar minha passagem de ar que agora está bloqueada com purê de batata. A esperta viu eu pegar o canivete, porém não disse nada até agora, claramente para ver o que eu faria, ou está apenas me testando, mas a primeira opção é a mais provável, pois ela foi muito específica ao dizer que peguei um canivete.

Consigo recuperar minha respiração e ela volta ao normal, e com isso digo plena bebendo meu suco tentando não surtar de pânico.

- Se viu que eu peguei, por que não fez nada?- Ela me imita tomando um gole de sua bebida também me fitando através de sua taça.

- Estava me divertindo com você achando que estava me enganando e poderia apostar que já tem até um plano de como me matar. Me diz, pretende fazer isso como? - Engulo seco e uma gota de suor percorre o caminho da minha fonte. Droga, mil vezes droga, ela é o que? Telepata? Eu poderia tentar mata-la agora, já que ela descobriu tudo, mas seria muita burrice. Pensa Camila, pensa!

- Você acha mesmo que vou te contar meu plano maligno?- Arrisco brincar um pouco, devo estar louca de vez para fazer piadinha uma hora dessas sobre meu plano de matar uma assassina psicótica com a própria assassina em questão.

Meu corpo se retesa quando a vejo se levantar e vir até mim. Não ouso sequer respirar direito quando sinto suas mãos sobre meus ombros.

- Acho que você enfiaria a lâmina toda de uma vez, fundo e com força bem aqui - ela passa o dedo no lugar e um calafrio percorre todo meu corpo por isso e pelas palavras com segundas intenções, ou pelo menos eu acho que teve segundas intenções, ou apenas estou louca de vez. - em minha jugular, ou, você poderia também dar um golpe certeiro em meu abdômen - ela explica tudo descendo a mão para o local indicado e alguma coisa começa consumir minha insanidade. - No entanto, você não executará nenhuma dessas ações.

Dito isso, seus dedos traçam o caminho da borda da minha calcinha, enfim colocando os debaixo do tecido e pegando o canivete lentamente fazendo uma leve pressão com o objeto na região do meu clitóris, tentei ao máximo me controlar, mas é como ação e reação, a lei da atração, e não consigo conter um leve arqueio.

- Oh, deus!

- Deus não pode te ajudar agora garota levada, eu te disse para não fazer nada estúpido, e que teria consequências.- Suas palavras ditas em meu ouvido, e essa voz gostosa dos infernos me fazem estremecer, não consigo distinguir se é efeito do medo ou de desejo.

Céus, juro que não controlo isso, na verdade, desde que essa mulher colocou os olhos em mim não controlo nem meus pensamentos.

Ela se afasta e estala os dedos, logo em seguida faz o mesmo com o pescoço.

- Levanta!- Sua voz sai autoritária e não tenho outra opção a não ser obedece-la. Me levanto lentamente, meus olhos estão cravados em seus pés, mas alguma coisa, atrai meu olhar para cima, até eu me ver extasiada outra vez, pelos olhos verdes e misteriosos desta mulher insana.

Sem ao menos eu perceber, em um movimento rápido, ela me pega em seu colo e mais uma vez, me falta a voz.

Ela caminha parecendo não ter o mínimo de dificuldade e então começa subir uma escada de madeira. Observo seu rosto de perto, e por incrível que pareça, ela parece ainda mais linda, percebo seu maxilar cerrado com força, seus olhos vazios olhando para a direção de uma porta, que agora se encontra a alguns centímetros de distância.

Ela gira a maçaneta e adentramos no cômodo, sou colocada no chão e então ela se afasta para ligar a luz do lugar.

Meus olhos percorrem pelo lugar e então me toco de que o quarto em que estamos, não é um quarto normal. Abraço a mim mesma e mordo meu lábio inferior, medo e algum outro sentimento me tomam.

- Bem vinda ao santuário, ou inferno se preferir, senhorita Cabello!

É perceptível sua risada maligna ao dizer as palavras.

-Então é isso, sou seu brinquedo sexual?- Ela me analisa de cima a baixo e parece pensativa.

- Acha mesmo que eu teria todo esse trabalho em te sequestrar pra você ser apenas isso? Pegaria uma qualquer! E não traria ela para a minha casa.

Seu humor muda totalmente e sinto seu olhar ficar obscuro.

- Então o que, o que você quer de mim? Se não me transformar em uma escrava sexual, a única outra opção seria me matar, mas sabemos que não é também, se não já teria feito.

- EU NÃO SEI PORRA! - ela grita chegando perto e me afasto instantaneamente. - Não sei por que diabos, fui aceitar aquela troca, não sei por que caralho me pego te observando e tendo pensamentos em você quase o dia todo, seu jeito me deixa de uma forma que não sei explicar, já não consigo olhar pra você e não pensar em te foder, e foder e foder, mas também não é só isso, é por que é você Cabello, desde que comecei te observar quando ia trabalhar naquela sorveteria, e quando ia pra casa e colocava músicas pra fazer qualquer coisa, algo em você despertou alguma coisa em mim, e não sei por que é que estou me explicando pra você agora!

Suas pupilas estão dilatadas, e suas mãos agora bagunçam seus fios de cabelos a deixando fodidamente sexy.

Ela se vira ficando de costas para mim e soca a parede com força.

Minha respiração fica pesada e meu coração parece querer sair pela boca, suas palavras não deveriam, mas teve um efeito sobre mim que não consigo entender bem o por quê, só sei que é como um choque térmico de sentimentos, é como fogo e gelo ao mesmo tempo.

Não sei por que, e nem o que me move até uma cômoda onde contém cordas, só sei que em minha cabeça se passa mil e uma coisas, pego as cordas sem ao menos pensar direito no que estou prestes a fazer e me aproximo dela, minhas mãos tremem ao se aproximar de seu braço, e então a toco temerosa, e para minha surpresa vejo sua pele arrepiar, e sua mão agarra meu antebraço com força, seus olhos cravados agora nos meus, é como uma prisão silenciosa onde ela me consome por inteira, e eu deixo.

- Talvez algo em voce tambem despertou alguma coisa em mim e agora eu queria isso, tanto quanto você!- Minha voz sai baixa e carregada de desejo, quase implorando para que o ato fosse consumado logo.

Sua expressão de surpresa me deixa satisfeita, então molho meus lábios em resposta, ela olha de minha boca para a corda e entende o meu pedido.

- Você não sabe onde está se metendo e nem o que está me pedindo, nem mesmo o quanto tenho pensamentos insanos com você, coisas que você nunca imaginaria e que talvez não aguente!

- Não tem como mais escapar - sorrio ao dizer, pois literalmente não há como eu escapar - digo, não sou somente eu quem está presa aqui!

Assim que minha boca se fecha, seus lábios tomam os meus com urgência, queimando de desejo e vontade. Meus dedos agora gravados em seu cabelo enquanto sinto suas mãos apertando minha cintura.

- Vou te foder com força Cabello, você vai implorar por mim e eu não me responsabilizo pelas minhas ações a partir de agora.- Ela fala perto de minha boca em um sussurro, meu corpo sente toda a energia subir me fazendo soltar um leve gemido. Essa  mulher está me deixando louca e quer saber de uma coisa? Ja não me importo de enlouquecer por ela.

Com suas mãos fortes ela me guia até ficar de frente a uma parede com um espelho enorme, vejo meu reflexo e o dela logo atrás de mim, então suas mãos encontram a borda da camiseta que mais parece um vestido em mim e começa subir, levanto meus braços para que o tecido saia com mais facilidade, assim que a camiseta se encontra no chão, a observo através do espelho, e eu nunca imaginei que alguém pudesse me olhar daquela forma, com tanta intensidade, insanidade e vontade ao mesmo tempo, meu peito sobe e desce em um ritmo descompassado ao ver a cena pelo espelho. Sou como uma ovelha e ela o lobo.
Ela se vira e começa amarrar as cordas lentamente, mas firme, Deus, como fui entrar nessa situação?

Continua...

Perfect Kidnapping (CAMREN G!P) Onde as histórias ganham vida. Descobre agora