Prólogo

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(Trilha sonora deste capítulo. Você também pode encontrá-la na playlist oficial, link na descrição)

Desde o início dos tempos, a Deusa Atena era a responsável por manter a paz no mundo. Enquanto os Deuses, com suas ambições e intrigas, fabricavam guerras, semeavam a discórdia e participavam de um jogo de poder entre si, ela ficou conhecida por tomar o lado dos humanos. Era a protetora da humanidade.

A cada duzentos anos, Atena reencarna em nosso mundo. Seu nascimento costuma profetizar acontecimentos cataclísmicos e, em muitos casos, uma nova Guerra Santa. Sua presença na Terra, porém, é um fio de esperança para o mundo conseguir superar as provações que virão.

Quinze anos se passaram desde a última vez em que a Deusa pisou na Terra. Na ocasião, ela e os seus lendários cavaleiros derrotaram Hades em uma batalha brutal que custou a vida de muitos, inclusive dela própria. Desde então, o mundo viveu tempos de paz.

Isso explicava o clima leve e festivo naquele dia de verão. As ruas do Santuário estavam enfeitadas e muitas pessoas transitavam, comemoravam e brindavam. Uma cerimônia muito importante estava para acontecer.

No Templo de Ádito, um jovem estava ajoelhado. Uma Caixa de Pandora — o baú que hospeda as sagradas armaduras do zodíaco — repousava à sua frente.

— Panos — bradou um sacerdote de cima do altar. O interior do templo estava abarrotado de pessoas se acotovelando para presenciar o momento.

— Você jura ser leal a Atena e abandonar todo julgamento individualista, tomando decisões apenas em prol do Santuário e da humanidade?

— Juro — respondeu, decidido.

— Então, morra como aprendiz. E renasça como Panos de Altar.

Uma breve salva de palmas congratulou o jovem e abriu alas para o sacerdote continuar sua fala.

— Como bem sabe, o cavaleiro de prata de Altar tem uma responsabilidade bem maior que o normal. Ele é tradicionalmente a ponte entre Atena e o Santuário. O comandante das tropas e a autoridade máxima entre os humanos. A partir de hoje, você será conhecido como o Grande Mestre.

Panos ergueu-se imponente frente à Caixa de Pandora. Sua maior dificuldade era controlar os tremores em suas mãos, que seguravam o fecho de metal da urna. Prendendo a respiração, puxou-o com força e trouxe junto a corrente que mantinha a caixa fechada.

Lá estava ela. A armadura de prata de Altar. Em sua forma original, lembrava muito o altar do próprio templo em que estavam. Reluzia e transitava entre o cinza claro e o branco. Um grande círculo que se assemelhava a um espelho destoava do restante, num tom violeta bastante vivo.

Tocou o traje com o indicador. Seu peito se encheu com um sentimento indescritível. No turbilhão de emoções, a completude lhe tomou conta.

Conforme a armadura se desmontava e grudava em seu corpo peça por peça, entrou num transe. Foi envolvido por aquilo que seria agora a extensão do seu corpo.

Suas partes se uniam a ele e, finalmente, estava trajado como um verdadeiro cavaleiro. Sentia honra, felicidade, mas mais do que tudo, sentia como se fosse um com ela. O grande espelho violeta era agora sua proteção peitoral, poeticamente representando seu coração. Quando olhou em volta, estavam todos ajoelhados.

Panos era o Grande Mestre. O Santuário estava em festa. As comemorações adentraram a noite.

Mais tarde, no coração das Doze Casas, ele observava a estátua de Atena. Buscava, naquele momento, sabedoria para tomar as melhores decisões.

Cavaleiros do Zodíaco: Desatando NósOnde histórias criam vida. Descubra agora