☆Cap. I☆

852 47 39
                                    

S/n:

Meu nome é S/n, conhecida por algumas pessoas como Baby. Um apelido idiota que ganhei no meu trabalho e uso por razões de segurança. Bem, o objetivo era esse, mas sabem como funciona um bairro cheio de pessoas fofoqueiras e preconceituosas.

A cidade em que moramos é bem dividida entre ricos e pobres, literalmente metade pra cada lado. E se tem uma coisa eu aprendi com isso é quanto mais rico eles são, mais pobre é o outro lado da cidade. Acho que sabem bem o lado em que estou.

O lado rico é extremamente lindo, canteiros de flores perfeitos, grande, lojas pra tudo que é lado, mansões gigantes, parques para passear com a família extremamente lindos e, o outro.. É meio que só mato, estradas ruins, ônibus uma vez na vida e outra na morte, um mercadinho, uma "boate" onde quase só vai homem velho rico, ou uns filhos de papai, uma lanchonete e acho que é isso.

Eu trabalho em uma "boate" na parte ruim da cidade, só que perto da parte boa, com um público... Digamos que bem mente aberta e madura. Quem eu quero enganar? É um puteiro, onde os ricos podem vir escondidos das esposas, ou as esposas escondidas da sociedade. Um lugar seguro pra eles.

Diferente de algumas meninas que trabalham comigo eu só danço e atendo o bar mesmo, às vezes ajudo na limpeza, nada mais.

O trabalho até que é bom, somos todos amigos, os seguranças cuidam de mim, para não sofrer nenhum assédio, o que é quase impossível. Paga razoavelmente bem e os clientes são sempre os poderosos da cidade, homens e mulheres da parte rica, casados, querendo descrição e diversão, sem falar que deixam ótimas gorjetas. Enfim, eu consigo manter a minha casa, meu sobrinho e a problemática da minha irmã.

Nossos pais eram dois alcoólatras, viciados em confusão, que nunca ligaram para nenhuma das duas filhas. Quando a S/i

(sua irmã- pra não ficar igual ao seu)

chegou à adolescência, começou a seguir o mesmo caminho. Acho que tentando de alguma forma chamar a atenção deles. Meu pai só aparecia pra gritar e pegar o nosso dinheiro ou quando batiam nele. É horrível dizer isso, mas quando nosso pai sumiu, eu me senti aliviada. Mesmo minha mãe tendo se afundado mais e mais, era como se eu tivesse um problema a menos.

Um ano depois, no aniversário do desaparecimento um policial novato, o Ben, bateu na minha porta dizendo "sinto muito", que minha mãe tinha sido encontrada em uma vala e tudo indicava overdose.

A s/i surtou completamente e simplesmente sumiu por dois meses, foi a primeira vez que ela fez isso, me deixando completamente sozinha pra lidar com tudo. Em uma manhã eu acordei com ela na cozinha, fazendo nosso café, como se nada tivesse acontecido, me apresentando o namorado "perfeito", não me disse onde estava, o que aconteceu e nem pediu desculpa. Uma semana depois ela descobriu que estava grávida e o príncipe encantado dela sumiu assim que soube.

Ela ficou em casa até ter o bebê, o Theo, que é o amor da minha vida. Mas, na maternidade ela simplesmente o deixou lá, nos meus braços e fugiu. A sorte foi que consegui a achar pra pelo menos levá-lo para casa.

Durante os primeiros meses era como se ela não estivesse ali, não levantava para vê-lo, não fazia nada por ele, nem levava ao médico, não dava de mama. Os médicos me disseram que deveria ser normal, por conta dos hormônios e ela desenvolveu depressão pós parto. Ela gritava com ele quando chorava, quando ria, quando dormia, quando não.. era como se ela visse o demônio na frente dela quando ele estava por perto. E começou a sumir de novo, me abandonando com ele, um recém nascido.

Então eu assumi a responsabilidade, como eu fazia sempre. Mesmo ela sendo três anos mais velha, nunca teve o compromisso com nada. Faltava só algum tempinho para eu ser maior de idade, eu dava conta de me esconder com ele e fingir que S/i era uma ótima responsável para nós dois.

Esposa De MentiraOnde histórias criam vida. Descubra agora