Capítulo 15

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Amanhecer na praia.

Os anfitriões da festa - João, Matheus e Joana - anunciam o fim da festa às 5h da manhã. As pessoas começam a esvaziar o lugar e lembro do meu tempo. Meus olhos estão quase fechando de sono. Não bebo desde às 2h da manhã, então não estou bêbado, mas não estou sóbrio. Saio com Amanda, que está sóbria, já que está dirigindo. Pedro está meio bêbado, mas não muito. Me ofereço para levar Pedro, já que temos que conversar sobre algo. Pedro parecer ler minha mente; por isso, puxa Larissa de canto. Eles têm uma conversa rápida e logo ela abraça ele e o deixa sozinho. Nossa, que término mais calmo e repentino. Eu estranharia.

— A gente vai conversar um pouco, mas obrigado pela carona e cuidado, hein? — Me despeço de Amanda que apenas sorrir e assente.

— Se cuidem também. — Fala e dá partida no carro.

Não está frio, está um vento agradável. Caminho com ele até Av. Atlântica, que não é tão longe, de onde estávamos. Caminhamos em silêncio, um ao lado do outro. As ruas estão vazias. A praia, devido ao alargamento, está uma parte interditada, por isso seguimos até a barra sul, onde já está pronta. Não sei como iniciar a conversa e quebrar o gelo com ele, por isso tiramos nossos sapatos calados e pisamos na areia. Nos sentamos na areia e observamos a lua no céu e ouvimos o barulho das ondas quebrando no mar. O céu está tão lindo.

— Já tenho a resposta. — Decido quebrar o silêncio. — Eu aceito.

— Obrigado, cara. — Ele me abraça sorridente. Seu corpo está um pouco gelado, devido ao frio. — Quanto você cobra dos caras? — Pergunta me soltando. Me sinto desconfortável com a pergunta, mas é necessário. Demoro um pouco, para responder.

— Depende do cliente e da quantidade de horas. — Falo e respiro fundo. Sinto meu peito doer, por fala disso com ele. — Mas no geral... 2 mil. — Respondo. Falo a verdade e sinto meu peito doer mais. Por que com Amanda não me senti assim?

— Pago 4 mil e você não precisa nem me beijar, nem fazer sexo... — A última parte é um sussurro. Engulo em seco e sinto meu estômago se revirar. — Nem vai precisar você fazer mais isso.

— Pedro... — Tento falar.

— Esse é o acordo. — Sentencia. Encaro seu rosto e nossos olhares se cruzam e sinto meu estômago se revirar novamente, mas de uma forma boa. — Nada de outro caras. Apenas fingiremos e assumiremos aos poucos. Ninguém pode saber que é de mentira, ok? — Fala.

— Tudo bem, por mim. — Apenas concordo.

Ele sorrir e volta a me abraçar. Ficamos abraçados e observando o horizonte. O céu fica alaranjado com os primeiros raios de sol. Sorrio vendo a perfeição que é o nascer do sol, visto dá praia. Pedro elogia e eu faço mesmo. Algumas pessoas começam a surgir. Algumas correndo. Outras apenas andando. O fluxo de carro e bicicleta vai aumentando os poucos. Em pouco tempo o sol está completamente exposto. Guardo o celular que tirei algumas fotos de Pedro e do pôr do sol. Tiramos selfies sorrindo e outras abraçados. Os abraços são sinceros e não parte do acordo.

— Bom dia, namorado de aluguel. — Ele brinca e eu sorrio.

— Bom dia, senhor que paga namoradOs de aluguel. — Brinco de volta e ele me dá um soquinho no braço.

— Quer ir para sua casa ou a minha? — Pergunta. — A gente pode tomar banho e assistir a um filme ou só dormir. — Sugere se levantando.

— Acho que eu só vou dormir e ouvir você roncar. — Faço uma careta. Ele gargalha e me ajuda a levantar.

— Já aviso que durmo pelado. — Ele brinca.

— Ótimo. — Sorrio e dou um tapa em suas costas. — Menos trabalho para tirar suas roupas!

Uma Droga Chamada Amor.Where stories live. Discover now