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13 de Abril

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13 de Abril

Uma princesa não deve nunca estar desarrumada, deve sempre caminhar com graça e leveza mesmo que seus pés estejam doendo, sorrir mesmo que os músculos de sua face travem e em hipótese alguma chorar diante de seus suditos. Essas regras que Nestha repetia para si mesma a cada instante em que se preparava para encontrar com as mulheres da elite.

Ela tinha três dias ainda antes de seu tão requerido evento na mansão do lago uma propriedade pequena que a família real usava para fazer de base principal para caças ou eventos mais escondidos. Tinha a localização perfeita. O "Chá Real" era quase uma tradição iniciada por sua mãe quando ainda era a rainha consorte de Eradyan, ela continuou, assumindo como um dos deveres que seu posto exigia. Nestha não achava o evento de um todo ruim, mas a ideia de tantas pessoas justas, mesmo sendo somente mulheres lhe deixava desconfortável. E com a capital estando tão cheia... Certamente teria inumeras convidadas.

Seus olhos encontravam-se perdidos no horizonte azul do mar, imaginando-se em um navio longe o suficiente para que nenhuma responsabilidade lhe agarra-se pelos cabelos e lhe trouxesse de volta. Enquanto isso, Jupiter, a modista particular da realeza, marcava no corpo da princesa o tecido que seria o novo vestido para o baile no palácio no próximo mês. Eram tantos eventos, tantos deveres, que Nestha não conseguia ver a diversão que as pessoas diziam haver em um salão cheio de pessoas e uma musica alta.

─── Está mais pensativa que o habitual, alteza. ─── Sem desviar o olhar da paisagem Nestha negou com leve grunido, pouco adequado para ela ─── Nos conhecemos há tempo suficiente para que eu saiba que está sim. São os lordes novamente?

Um suspiro escapou de seus lábios, em geral, Jupiter era uma amiga ─ uma das poucas pessoas que tinham esse privilégio ─ com quem compartilhava seus pensamentos tortos e alguns segredos vadios, mas aquele não era um dia no qual desejava conversar com ela ou qualquer um. Tinha que reservar suas poucas energias positivas para alinhar-se com a dama Ekaterina sobre os preparativos do chá.

Pequenos detalhes sempre faziam diferença e depoia de tantas comparações com a rainha, sua mãe, a princesa planejva algo que não associasse sua imagem a da Magnífica, precisava desvincular-se dela mesmo que fosse uma tarefa difícil porque era sua mãe. A primeira rainha reinante. A mãe de todo um império. E ela, ela era somente Nestha, a primogênita que um dia herdaria este legado.

Houve um silêncio entre elas, e a modista pide interpretar aquilo como uma dura tentativa de Nestha não ser grosseria como teria sido caso outro fizesse tal pergunta. Não era segredo que o Conselho dos Lordes exigia das princesas. Princesas que certamente na opinião deles já passavam da hora de casar e trazer filhos ao mundo para consolidar ainda mais o poder ao redor do mundo. Nestha os odiava. Odiava aqueles velhos bigodudos com suas perucas cheias de pó de arroz, se fosse por eles Eradyan continuaria sendo nada e faziam exigências como se fossem a causa da gloria atual do reino.

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