|| Laila Monteiro ||
📍Rio de Janeiro, Vidigal, Sábado, 20:00.
Saímos correndo lá da Maré aqui pro Vidigal por causa de uma barata que apareceu na casa da maluca da minha enteada, e quem disse que eu entendi alguma coisa? O pior é que nem consegui negar quando ela me ligou implorando por socorro enquanto chorava copiosamente na ligação.
Samuel passou o dia com meus pais hoje, enquanto os mosquitinhos e o juliano grudaram em mim, algum tipo de crise de carência, sei lá, quem entende esses malucos? Bom mesmo foi que eles tiraram o dia pra me mimar, passeamos no shopping, fui no salão, até maquiagem eu fiz, isso porque segundo eles, eu mereço.
Eu nunca imaginei que estaria onde estou antes dos trinta anos, mas sou tão feliz pelos caminhos que a vida me apresentou, conhecer o Diego com certeza foi uma das melhores surpresas que eu poderia ter.
Ele trouxe pra minha vida um novo significado, de casa, até porque antes, era só eu, e ter com quem dividir os melhores e até mesmo os piores momentos dos meus dias, é uma das coisas mais gratificantes que já tive na vida.
Bocejo entediada, e reviro os olhos quando os quatro a minha frente começam a cochichar entre si, me deixando puta por saberem que eu odeio essa mania ridícula de ficarem de segredinhos na minha frente.
— Laila: eu juro que se vocês não pararem imediatamente de cochichar igual uns malucos, eu vou pra minha casa e dou fim nesse dia de irmãos agora mesmo - digo já cruzando meus braços na altura do peito emburrada e vejo eles se entreolharem ficando tensos.
— Juliano: tu confia nos teus irmãos preta? - pergunta me puxando pra um abraço desajeitado e encaro eles desconfiada, esse quarteto fantástico só me dá trabalho.
— Laila: eu tenho uma tendência duvidosa quando se trata da confiança que eu deposito em traficantes - eles riem baixo e eu encaro eles curiosa - mas é sério, falem logo o que vocês estão armando, porque sempre que tem um suspense por trás, as notícias não são boas - eles se encaram novamente por um milésimo de segundos parecendo conversar por olhares e o Murilo confirma com a cabeça, autorizando eles abrirem o jogo.
— Juliano: aquele velho desgraçado montou uma surpresa pra tu, mas tu precisa confiar no que a gente te disser, beleza? - concordo animada e ele sorri - então bora pro Vidigal - entramos no carro e crio várias teorias do que pode ser a surpresa enquanto vamos o percurso da barra até o Vidigal cantando as músicas da minha playlist "brega".
Eles estacionam em frente a casa da Gabi e vejo ela do lado de fora sorrindo pra nós enquanto uma tropa de dez soldados dela aguardam nas suas costas, eu nunca vou me acostumar com todo esse poder.
— Gabriela: muito bem brutamontes, vocês merecem parabéns por terem seguido as instruções direitinho - diz animada pros meus irmãos que riem negando com a cabeça e entrando na casa da mesma depois de lhe cumprimentarem - e a senhorita precisa colocar isso aqui - me mostra um tapa olhos de dormir e eu arqueio as sobrancelhas confusa - você confia em mim? - pergunta séria me puxando pra um abraço e eu suspiro.
— Laila: com a minha vida - sorrio ouvindo sua risada alta e coloco o objeto que ela me alcança me deixando completamente no "escuro" - e agora? - pergunto ansiosa e ela ri nervosa me fazendo franzir o cenho confusa.
— Gabriela: agora nós vamos subir mas você tem que me prometer não tirar essa venda até que eu diga que tá tudo ok, e antes disso vou ter que te vestir - estranho mas concordo já sabendo que com a Gabriela nada é simples e sou guiada por ela até o andar de cima, estranhando o silêncio que a casa tá.
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Perdido no Paraíso
Romance📍 Rio de Janeiro, Nova Holanda. Laila, com seus vinte e quatro anos, é uma menina mulher que batalha diariamente pela sua independência. Nossa menina sempre foi calma e tranquila, recebeu muito amor desde criança, e batalhou muito pra conquistar se...