Capítulo 18

8.5K 545 49
                                    

Piloto


O baile tá fluindo firme, todas as vezes que o Major sai eu fico de frente aqui da Maré e tomo conta de tudo.

Não foi fácil conseguir a confiança do cara, mas acho que sigo fazendo um bom trabalho.

Eu estava sentado no camarote com os caras da boca quando o tiroteio começou, entrei rápido em contato com os olheiros da noite, sendo informado sobre os três carros que tentaram subir o morro distraindo a base enquanto outros tentavam entrar pela rota da boca principal. Dando de cara com mais uma tropa preparada por lá. Aqui nada passa e nem pode.

Já metemos bala nos três carros lá da frente, o que tentou pela boca recuou mais já mandei uma tropa forte atrás.
Essa vida me deixa doido, quando eu penso que tá tudo tranquilo é que vem a rajada. Penso em parar ? Nem posso. Quando eu entrei sabia que só sairia morto.

📣 Coé Tayrone, faz a ronda pela principal que estou fazendo pelo outro lado. Depois recolhe tudo lá da frente, pra morador não ficar vendo.

📣 Já é piloto, tô correndo pra isso já

Mal termino de escutar ele e escuto um disparo vindo pelas costas, sinto meu ombro arder na hora.

Olho pra direção do tiro já apontado minha arma, o filho da puta veio de cima da laje. Subo o muro e começo a correr atrás dele disparando. Escuto a voz do Tayrone me chamando mas já correria meu rádio caiu lá trás.

Acerto um tiro na perna dele que cai lá de cima. Sinto o sangue quente escorrer pelo meu braço e me esforço pra manter os olhos abertos, acho que tô perdendo sangue.

Me escoro em uma das paredes da laje onde estou e sinto a tontura bater. Que merda.

Busco meu celular no bolso e vejo que essa porra também caiu junto com o rádio.

Olho pro lado me localizando já que vim correndo por cima das casas. Estou do lado da casa da Grace…

Sem opção, eu pulo pra lá caindo na varanda do quarto dela, bato rápido na janela pela qual entrei tantas vezes há anos atrás.

Ela abre alguns minutos depois com a expressão assustada, a cara de raiva ao me ver é nítida. Mas quando ela vê o sangue vejo a preocupação passando nos olhos dela.

— Puta merda… Entra! - ela diz baixo abrindo espaço pra eu entrar no quarto.

Gemo de dor com o esforço de pular a janela e ela me apoia no ombro me colocando sentado em uma cadeira.

— Obrigado. - digo e ela me olha séria de braços cruzados.

— Obrigada cacete nenhum! Porque você veio pra cá, cão? Sabe que eu não quero envolvimento com nada disso, já me basta Maycon! - ela briga e começa a andar de um lado pro outro. Reparo que ela está vestindo um conjuntinho de dormir que deixa ela gata pra caralho.

Eu não tenho um vislumbre íntimo da Grace assim há anos. Lógico que stalkeio ela nas redes mas pessoalmente é outra coisa e ela conseguiu ficar ainda mais gostosa.

Mas, surtada como sempre, isso não muda nunca.

— Relaxa Grace Kelly, eu só vim pra cá porque estava perto. Perdi meu rádio e o celular. Me empresta o seu e eu vou embora.  - Explico pra ela e coloco a mão no ombro.

— Para de pôr a mão, jegue! deixa eu ver. - Ela me ajuda a tirar a camisa. - Tá feio isso, era com você esses últimos tiros?

— Foi, estava fazendo ronda depois da invasão e um filho da puta estava escondido na laje. - Respiro fundo.

Meu traficante secretoUnde poveștirile trăiesc. Descoperă acum