Capítulo 45

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Piloto

Estaciono a moto em frente a casa da Grace e buzino por alguns instantes até ela descer. Olho quando ela aparece com um desses vestidos minúsculos que ela tem.

— Moto Grace. Vai de moto com esse pedaço de pano ? - Digo e ela me olha séria. - Vai subir e dá pra ver tudo.

— Primeiro que quem veio de moto foi você, segundo que eu vou usar o que eu quiser e terceiro se puder me poupar me poupe. - Ela fala cruzando os braços e nem ligo porque sempre é daí pra baixo, depois de grávida então piorou.

— Sobe aí estressada. - Falo por fim suspirando.

— Eu não tô estressada, você que me estressa. Nem um boa noite é já vem querendo mandar em mim, eu hein se toca. - Ela continua parada falando, digamos que eu mereci a sequência de rajada que eu sempre sei que ela está pronta pra soltar.

— Ok, você tá certa. - Falo e saio com a moto e ela fica ainda na calçada me olhando incrédula achando que vou deixar ela pra trás.

Dou a volta e faço de novo o caminho como se estivesse chegando agora.

— Boa noite marrentinha, tá linda. Vamos ? - Recomeço tudo e ela disfarça um sorriso.

— Idiota. - resmunga vindo subir na moto com a minha ajuda. Dou o capacete pra ela. Dá próxima venho de carro, com ela grávida não é uma boa mesmo vir de moto.

— É até ali, isso vai estragar meu cabelo. - ela reclama.

— Vamos combinar uma coisa? Eu não te estresso, mas você também colabora. - Só falo isso e ela revira os olhos colocando o capacete e abraçando minha cintura.

Dou partida indo em direção a quadra onde vai rolar o baile. Major fez questão de fazer esse baile de despedida minha aqui da Maré, ainda vou ser o braço direito dele por aqui, mas agora meu desafio é ficar de frente de um morro inteiro sozinho.

Mas meu maior desafio mesmo é a Grace Kelly. Eu não quero me mudar da Maré sem ela, quero participar de cada segundo dessa gravidez e já sei que ela não vai querer ir pra Vila aliança.

A gente não tá junto, vez em quando eu consigo arrancar um beijo e mais alguma coisa, mas aquilo ali é osso. Tem que gostar muito mesmo, e o pior é que eu gosto…

Estaciono a moto no canto e desço ajudando ela a descer também. Ela para ajeitando o vestido e me entrega o capacete.

— Vamos. - Estendo minha mão pra ela.

— Achei que você fosse ficar lá no camarote. - Ela franze o rosto. - O baile é pra você, afinal.

— E vou, mas você vai junto. - ela arregala o olho. - Mas é pra vim ficar na moral hein, tô falando sério.

— Eu sempre fico na moral e me comporto. - Ela fala falsamente ofendida e olho pra ela sério. - Tá bom, vou ficar de boa. Mas é um acontecimento vai, sempre quis subir.

Meu traficante secretoWhere stories live. Discover now