Capítulo 29

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Nina


— Ainda bem que eu anoto tudo que a senhora fala a lápis viu. - Grace me fala enquanto me ajuda a terminar de dobrar as roupas.

Apolo disse que resolveria a casa pra mim e resolveu mesmo. É uma casinha simples aqui no morro mesmo, ela já está mobiliada e nem tive como recusar.

— Tá falando de que doida ?

— "Ah não vou ser mulher dele, não temos nada sério." Cara de pau. - Ela fala e eu dou risada. - Nunca diga dessa água não bebereis.

— Porque vai que bebereis e se afogareis como no meu caso. - Ela ri

— Mulher do chefe quem diria… Você já parou pra pensar que talvez precise viver escondida em algum momento? - Ela pergunta o questionamento que eu mais me faço desde que aceitei o pedido do Apolo.

— Sim eu pensei e não, eu não sei o que eu faria. - Respondo colocando as últimas roupas no cabide.

Eu pedi pra Grace pegar o restante das minhas coisas lá em casa com a minha mãe. Não tem condições de voltar lá e dar de cara com o meu pai.

— É foda mesmo, não tem como saber. - Ela diz pensativa.

Eu e o Major continuamos vivendo vidas diferentes, por mais que agora façamos parte da vida um do outro.

Eu ainda tenho uma vida, sonhos e planos que eu não voubdesistir de realizar.

— Eu não vou perder quem eu sou, por mais que eu seja apaixonada por ele. - Digo pra ela. - Foi uma das coisas que minha mãe me pediu quando eu fui embora.

Depois que terminamos finalmente de arrumar minhas roupas que era só o que faltava na casa, resolvo levar minha branquela pra tomar um açaí em retribuição. Porque se não fosse minha amiga e o Apolo esses últimos dias eu teria desabado.

— Eu não deveria dar esse recado porque sinto que isso pode dar merda. Mas Vini mandou uma mensagem agora e quer falar com você, sobre aquela pesquisa que você queria. Ainda tá fazendo? - Ela me pergunta meio receosa enquanto estamos em uma mesa na praça com o açaí.

Analiso a pergunta. Eu quero e vou terminar esse trabalho, mas as coisas mudaram um pouco de configuração e sinto que se eu for por esse lado o Apolo pode perder alguma confiança em mim.

Não é o que eu quero, principalmente depois dele me mostrar o Lucca.

— Tô sim, amiga. Mas primeiro vou conversar com o Major. Depois quero sim, fazer essa pesquisa, eu comecei um pouco com as coisas que tenho pegado lá na ONG. Mas não deixei de me interessar por histórias como a do irmão do Vini. - Eu respondo.

— Alívio é a minha resposta pra você viu. Tava com cara de encrenca essa história. - Ela diz comendo o açaí.

— É, eu prometi pra ele ficar longe de confusão então. Primeiro vou conversar com ele sobre isso.

— Então é verdade que você é mulher do Major? - Vini aparece atrás da gente e quase morro de susto.

— Ah, oi Vini. - Cumprimento ele que se aproxima dando um selinho na Grace. - Que história é essa ? - Eu desconverso.

— Bom, é o que comentaram depois daquelas fotos e ouvi sem querer uma parte da conversa de vocês. - Ele olha de uma pra outra.

— Ouviu errado gatinho, estávamos fofocando sobre outras pessoas. - Grace diz pra ele que balança a cabeça.

— Mas e aí, desistiu da pesquisa ? - Ele me pergunta se sentando no banco vago.

— Ah eu tô vendo ainda, acho que vou por outro lado, Vini.

Meu traficante secretoWhere stories live. Discover now