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- Se não vai ajudar, larga daqui. - Falei.

- Ah, então você quer minha ajuda? - Gojo disse semicerrando os olhos.

- Maneira de falar, seu idiota. - Mandei até a secretaria ignorando totalmente Satoru, eu caminhava estilo Saci Perere. Bati na porta, mas nem esperei abrirem, fui logo entrando.

- Oi, o Sr. Claus pediu algo que preste e não fique se desgastando para escrever no quadro. - Fui direta.

- Canetões novos? - A secretária perguntou arqueando as sobrancelhas.

- Não, lápis de cor. - Fui irônica e acabei sendo um pouco grossa. Gojo sabia como tirar meu humor. A secretária me ignorou e pegou os canetões, em seguida me entregando os mesmos. Saí da secretaria ainda no estilo Saci Perere e porra... Satoru ainda estava lá, em frente à porta, cheguei a me assustar quando abri a mesma.

- Você não tem mais nada pra fazer não? Porque algo totalmente estranho aconteceu, você está trabalhando aqui agora. - Falei, indo em direção as escadas a fim de subi-las, mas estava sendo difícil.

- Bom... Se você acha que vai conseguir subir as escadas com o tornozelo desse jeito por causa da sua burrice... Vá em frente.

Ele estava encostado na parede apenas me olhando e rindo das minhas tentativas falhas de subir. A dor era suportável, mas mesmo assim estava doendo pra caramba. Eu não conseguia firmar meu pé direito no chão o que dificultava minha subida. Gemi de dor.

- Aconselho você à ir na enfermaria. Andar de baixo. - Gojo murmurou.

- Não preciso dos seus conselhos.

- Garota, esse seu tornozelo bugado está me dando agonia, então deixa de ser chata, porra, e vamos. - Satoru disse irritadinho como sempre, e logo me pegando no colo a força, eu esperneava a fim de que ele me soltasse, pois eu queria distância daquele garoto, mas foi inútil até porque ele era bem mais forte do que eu.

Gojo desceu as escadas comigo, pois a enfermaria ficava no andar de baixo, exatamente no primeiro andar da escola.

A escola tinha 6 andares, sendo que as salas de aula ficavam a partir do terceiro andar, então se acontecesse algo grave com alguém dentro das salas, até chegar a enfermaria a pessoa já estaria morta.

Mas enfim, esse não era meu caso, mas mesmo assim eu não precisava estar passando por isso.

Entramos em uma sala onde estava escrito bem grande " ENFERMARIA " havia uma mulher baixinha e rechonchuda lá dentro, expliquei para ela que eu havia sido idiota o suficiente para cair escada a baixo, ela reprimiu um riso e logo colocou a faixa em meu tornozelo.

Eu preferia um gelo, mas ok.

Enquanto a mulher enrolava a faixa em meu tornozelo pedi para Gojo levar os canetões para o Sr. Claus, ele fez uma cara super feia como se fosse me dar um tiro, mas garanto que ele não ia querer dar uma de gângster dentro da escola, então só fez o que eu pedi.

- Obrigada. - Desci daquela pequena maca, e agora já conseguia firmar um pouco o pé.

- De nada. - Ela disse simples. - Espera um pouco que eu vou chamar aquele garoto novo para te ajudar a subir.

- NÃO. - Gritei involuntariamente. - Quero dizer, eu subo sozinha. - Dei um sorrisinho. - Já estou ótima. - Tão ótima que parecia que tinha jogado uma rocha no meu tornozelo.

- Você tem certeza?

- Sim. - Saí daquela sala fazendo o mínimo de caretas possíveis por causa da dor, que agora já estava um pouco mais aliviada.

Eu tinha que ser convincente, se não ela chamaria Gojo.

Assim que fechei a porta da enfermaria, voltei a ser uma mula manca.

Fui caminhando pelo corredor me apoiando nas paredes até chegar nas escadarias, mas algo me veio como uma luz:

O elevador.

Olhei em direção ao lado que ficava o elevador e droga, interditado, estavam arrumando o sistema e colocando novas câmeras.

Só me restou as escadas mesmo.

Me sentei em um degrau inocentemente como quem não quer nada e comecei a subir sentada, quando descia ou subia alguém, eu fingia estar amarrando o tênis e murmurava algo do tipo:

" Não se fazem mais cadarços como antigamente. "

E em seguida dava um sorrisinho falso.

Cara, eu não precisava estar passando por isso.

Mas finalmente consegui chegar ao 4° andar.

Entrei na sala mancando e os olhos de todos vieram para mim, fiquei totalmente sem graça e logo percebi que... Gojo estava sentando no lugar do professor.

Pronto, minha vida agora seria um inferno.

- E como está seu tornozelo? - Ele perguntou com um sorriso sarcástico se formando em seus lábios enquanto eu me sentava.

- Está ótimo. - Fui sarcástica. Por que Maki foi me deixar logo hoje?

- Eu percebi. - Ele devolveu o sarcasmo. - Ah, e antes que você pergunte, o professor careca de vocês teve que ir resolver alguns problemas pessoais. - Ele disse, sendo totalmente folgado e colocando os pés sobre a mesa.

- Eu não ia perguntar. - Falei.

- Você deveria ser mais simpática com o Sr. Satoru. - Ouvi uma terceira voz. - É o primeiro dia dele. - Era Iori cacarejando.

- E você deveria deixar menos claro que quer ir para cama com ele. - Eu pude perceber um "O" se formar na boca de Iori e a risadinha do resto da turma.

- Ok, garotas, parem... Que falta de respeito, Luíza. - Gojo disse e fui obrigada a rir, não sei se eu estava rindo por ele tentar ser formal, algo que nem de longe ele era ou se estava rindo por causa do meu falso nome.

- Luíza? - Iori perguntou. - O nome dessa aí é (Nome). - Gojo logo virou-se para mim e nós ficamos nos encarando por algum tempo.

- (Nome)? - Ele perguntou.

- É, deve ser... - Falei indiferente.

𝐏𝐎𝐒𝐒𝐄𝐒𝐒𝐈𝐕𝐄 - s, gojoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora