I. playing hide-and-seek

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O dia que Harry tanto temeu, havia chegado. Ele gostaria de poder adiar esse momento, fazer o tempo passar mais devagar, mas ele não pode.

Era o primeiro dia de aula de Marjorie no jardim de infância, e o alfa estava quase chorando.

O maior contato de Marjorie com outras crianças havia ocorrido no orfanato, e não havia sido um contato muito adequado, então era natural que ela começasse a frequentar o jardim de infância.

Ela precisava de contato com outras crianças da sua idade, e agora que o ano letivo estava começando novamente, era hora de dar esse novo passo.

Há dois meses, Harry e Marjorie estão vivendo juntos, passando por todo o processo que vinha com a adoção. Eles já se conheciam há seis meses, o tempo que passaram se conhecendo e esperando os papéis da adoção estarem prontos.

Para o alfa, a decisão de adotar vinha há muito tempo, principalmente depois de ele perceber que sua família não precisava ser típica como qualquer outra. Ele queria um filhote, e não precisava de um relacionamento para isso.

Demorou para amadurecer a ideia em sua cabeça, estudar e trabalhar para que esse sonho pudesse se tornar realidade. Harry precisou de tempo para se tornar capaz de criar uma pessoa.

Quando Marjorie finalmente pôde ir com o alfa para casa, e Harry se tornou oficialmente pai, a rotina dos dois mudou muito. Agora, ele precisava acordar mais cedo, e sua responsabilidade precisou ser triplicada. Muitas coisas que ele fazia, precisou deixar de fazer, e sua prioridade agora era apenas a filhote. Era essa a sua escolha.

Ela, que precisou de um longo tempo para se acostumar com a casa nova, agora dormia mais tranquila pelas noites, embora tenha sido mais difícil nos primeiros dias. Ainda assim, Marjorie ainda não estava totalmente acostumada, carregava alguns traumas — silenciosos ou não —, e ainda precisava aprender a confiar totalmente no alfa.

Naquele tempo, enquanto ela ainda não ia para a escola, a filhote passava os dias com o alfa em sua confeitaria. Ela gostava de observar enquanto Harry fazia as massas e os doces, e sempre tinha alguma coisa para ela comer. Marjorie gostava de brincar atrás do balcão, e era quando ela geralmente mais sorria.

Harry sabia que não seria tão fácil, e eles precisavam daqueles meses de adaptação. Às vezes, a filhote acordava chorando de madrugada, depois de algum pesadelo relacionado ao que viveu antes de ser finalmente adotada, e o alfa precisava estar pronto para lidar com essas situações.

Agora, com Marjorie indo para a escola, um novo processo de adaptação começava.

— Eu vou estar de volta para te buscar mais tarde — o alfa disse, checando se a mochila cor-de-rosa de rodinhas tinha tudo. — Mas se você não se sentir bem e quiser ir embora, pode pedir para me ligarem.

— Certo, alfa — a menina balançou a cabeça, prestando atenção em suas palavras.

Era um avanço chamá-lo de alfa. Nas primeiras semanas, ele era o "tio Harry" ou o "senhor Harry". Agora ele era o alfa. Ele esperava, em breve, ser chamado de pai por ela.

— Sua lancheira tem todo seu lanchinho, e eu coloquei aqueles pãezinhos doces que você gosta — o alfa suspirou, conferindo uma última vez se não faltava nada. — Sua garrafa está cheia de água, tem um paninho limpo caso você precise e sua agenda tem todas as suas informações.

— Certo, alfa — ela repetiu. Marjorie franziu o cenho, pensando em algo que a estava incomodando. Harry esperou. — E se eu precisar fazer xixi, alfa?

— Você deve pedir ao seu professor ou professora — Harry sorriu. — Tudo o que precisar, pode pedir. Lembre-se de ser educada e respeitar os seus colegas.

to kiss in cars and downtown bars || l.s. aboWhere stories live. Discover now