III. and when i felt like i was an old cardigan under someone's bed

567 101 26
                                    

...

Um mês se passou e, nesse tempo, as vidas de Harry, Louis e Marjorie mudavam frequentemente.

O alfa estava mais confiante sobre a paternidade, ainda buscando dar o seu melhor. Não era perfeito, estava longe de ser, mas se esforçava para ser presente e ajudar sua filhote no que pudesse. Ele queria que ela se sentisse confortável com ele, e confiasse nele.

Por sua vez, Marjorie se saía cada vez melhor. Estava frequentando a escola todos os dias, sem nunca faltar, e sempre voltava para casa aprendendo algo novo, falando sem parar. Era uma mudança óbvia que fazia o coração de Harry doer de tanto orgulho.

Louis era a causa de tudo isso. Ele se esforçava para ensinar cada aluno e ajudar cada criança que precisasse dele, mas sabia em sua mente que colocava Marjorie como prioridade inconscientemente, e tentava ajudá-la a ser melhor. O professor se sentia especial quando ela olhava para ele com os olhinhos brilhando e um sorriso carinhoso.

Os eventos daquele fim de semana se repetiram sem que eles fossem voluntários. De alguma forma, os três acabavam se encontrando, no mercado, no parque, em um restaurante  ou caminhando pela rua. Acabavam se reunindo para conversar, comer juntos ou brincar com Marjorie.

Foi durante um intervalo na terça-feira que o ômega percebeu que não havia como aquele sentimento desaparecer de seu coração.

Ele conversava com Marjorie enquanto comiam, a filhote contando ao professor como havia sido sua manhã com Harry, antes de ele deixá-la na escola. Foi tão sutil que Louis talvez não tivesse percebido se não estivesse prestando atenção.

— Depois de escovar os dentinhos, o papai disse que eu podia comer uma fruta — ela contou, os pés balançando. — Então eu comi maçã, tio Lou.

Louis arregalou os olhos, inclinando-se para a filhote.

— O que... O que você disse, querida? — Ele perguntou, imaginando ter ouvido errado.

— Então eu comi maçã, tio Lou — a mais nova repetiu, sem se dar conta da curiosidade do ômega.

— Sim, mas... — Louis suspirou, pensando. — Hmm... Marjorie, o que você estava dizendo sobre o papai?

— O alfa me disse para te dizer que ele está te chamando para comer em casa, tio Lou — a pequena pareceu se lembrar. — Papai disse que gosta de estar com o tio Lou.

— Aí está! — O ômega sorriu, mesmo com as bochechas coradas pela fala da filhote. — Me diga, alfinha, você acabou de chamar o alfa de "papai"?

A filhote arregalou os olhos, assustada, cobrindo a boca com as duas mãozinhas. Parecia que aquilo era errado em sua cabeça, mas o ômega não conseguia imaginar o motivo.

Talvez ela só não entendesse bem ainda.

— Me desculpa, tio Lou — ela choramingou, a voz saindo abafada por trás de suas mãos. — Não fazer de novo!

Louis sorriu, compreensivo, e então se agachou em sua frente, puxando suas mãos e deixando um beijinho suave em cada uma.

— Você não fez nada de errado, Marjorie — ele explicou, olhando em seus olhinhos azuis. — Eu só fiquei surpreso, porque é algo novo. Mas o alfa é o seu papai, você pode chamá-lo assim. Tenho certeza de que ele vai ficar muito feliz.

— Mas... — a mais nova pensou, parecendo confusa. — O alfa não percebeu.

— Você já o chamou assim antes, querida? — Louis ergueu uma das sobrancelhas.

— Sem querer — ela resmungou.

— Bom... Talvez ele não tenha percebido porque foi muito rápido e natural — ou talvez ele seja um pouco distraído... — Eu acho que ele vai ficar feliz quando perceber. É só você não esconder mais. Ele é o seu papai, cuida de você com muito amor, não é?

to kiss in cars and downtown bars || l.s. aboWhere stories live. Discover now