Meu acaso - Thiago Silva

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P I E T R A

Ajeito o brinco zircônio de borboleta em uma orelha e na outra duas argolas pequena na cor prata, no pescoço um colar com a inicia do meu nome e no pulso a pulseira que o Thiago me deu.

Organizo meu quarto e ponho os antigos lençóis para lavar, dobro a roupa que ele veio ontem e deixo em cima da cama, passo uma vassoura e um pano úmido com cheirinho.

Me sento em frente a minha penteadeira e passo body splash da Victoria secrets e ele é o suficiente para me deixar cheirosa.

Precisei me maquiar bem, pra combinar com o reboco que passei no pescoço escondendo os chupões que o Thiago fez questão de deixar.

Mas não é só culpa dele, eu estava ocupada demais gemendo pra interferir.

Ouço o barulho do chuveiro desligar, arrumo a penteadeira e vou para a cozinha e preparo algo rápido para comer, olho no relógio vendo que tínhamos pouco tempo para chegar na mansão.

— Eu preciso levar os meninos na escola, se arruma rápido por favor! — gritei da cozinha e não obtive retorno.

Fiz waffles e comi com mel, Thiago apareceu na cozinha alisando as mãos e sentou ao meu lado e se servindo.

— Pô tá gostoso. — falou se deliciando. — Graças a Deus não vou ficar gripado tão cedo.

— Porque? — indago sem entender.

— Tô tomando chá quase todo dia, tem nem como. — caio na risada me encostando em seu braço e ele puxa minha cabeça depositando um beijo na minha testa.

— Estou te estranhando, cadê aquele chefe frio e calculista que eu conheci? — indaguei e ele rio negando com a cabeça.

— Não se acostuma, acontece pouco. — me afastei dele e terminei de comer e ele também.

Thiago arrumou as minhas coisas no carro, e no caminho treinamos a desculpa que vamos dar quando chegarmos na mansão juntos, para ninguém desconfiar.

— Aí meu Deus do céu, como você adivinhou? — olho para ele quando começa a tocar thousand miles no rádio imitando o latrel. — E-eu adoro essa música! — me movimento no banco e ele dá risada mordendo os lábios. — Making my way downtown, walking fast, faces pass and I'm homebound, staring blankly ahead just making my way, making my way through the crowd. — uso minha mão como microfone. — Vai agora você!

— Eu não.. — negou com a cabeça afastando minha mão que eu estava gesticulando como microfone.

— Vai logo.. — insisto animada.

— And I need you. — balançou a cabeça e me olhou igual o latrel no filme e eu não aguentei e cai na risada novamente.

— Porra... — esbravejo colocando a mão na barriga de tanto rir.

— Falei que não queria, agora você fica rindo da minha performance. — se fez de ofendido.

— If I could just see you tonight.. — cantarolo ainda rindo enquanto olho a paisagem pelo carro. — Eu gosto desse seu lado divertido. — abaixo o volume do rádio. — Deveria ser mais assim, do que ser todo carrancudo.

— Não tenho mais vinte anos pra agir igual um jovem, minhas atitudes são ideais para minha idade. — dou de ombros.

— Mas fode como se fosse jovem, bem que dizem que panela velha que faz comida boa. — murmuro pensando alto.

— Tu falou oque? — me olhou sorridente e voltou atenção pra estrada, tirou uma mão do volante e levou até meu pescoço apertando de leve com um sorriso no rosto— Repete, porra.