CAPÍTULO 26

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NERO

O caminho de volta era sempre mais humilhante. Desta vez, me permiti sorrir e apenas relembrar o que vivi com Giovanna. Seja lá o que ela estivesse passando no casamento, seja lá o que havia na minha casa, eu me sentia completo com ela, me sentia inteiro.

- Demorou pra voltar... - Karen se encostou ainda sonolenta em meus braços.

- Mas voltei, como tá nosso filho? - Perguntei colocando a mão sob a barriga dela.

- Ele tá bem melhor agora. - A mulher me deu um beijo na bochecha e levantou.

- Tu tá bem? - Fiquei sem entender a movimentação dela ainda de madrugada. - Vai no banheiro?

- Esse cheiro de mulher que tu tem me deixa muito enjoada. - Karen respondeu do banheiro me deixando estático.

- Como cheiro de mulher? - Perguntei sem coragem de olhar para ela.

- Eu não me importo Alê, a gente já falou sobre isso... - A mulher fechou a porta do banheiro.

- Mas eu, não tô... - Tentei mentir.

- Não precisa mentir pra mim, eu já sei e só não me deixa saber quem é a tal mulher que tu tá se envolvendo tá? Já conversamos, eu não me importo, prefiro preservar o que a gente tem do que... - Ouvi ela suspirar. - Nada de baixaria, seja discreto. - A voz de Karen parecia segura.

Mesmo com todas as perguntas rondando minha cabeça, entendi que seria melhor mantê-la segura das minhas aventuras com a Giovanna. Ela saiu do banheiro depois de alguns minutos e se enrolou em meu corpo de forma que conseguia sentir sua respiração. 

- Eu te amo Nero... - Karen suspirou e dormiu como um anjo.

GIOVANNA 

Conversar com a Ingrid era sempre muito inspirador. Ela conseguia me entender sem me julgar, mas me colocava de volta nos eixos por mais rebelde que eu fosse. Precisava tomar uma decisão importante, não podia continuar vivendo um casamento de mentiras e traições. Ninguém merecia viver assim, nem mesmo Leonardo.

- Giovanna. - A voz de sono dele me despertou dos meus pensamentos.

- O que foi? - Respondi ríspida.

- Precisamos conversar. - Leonardo se sentou na cama.

- Sobre o que? - Perguntei ainda sem olhar para ele.

- Para de grosseria, vamos conversar de verdade. - Ele me puxou pelo braço.

- Fala Leonardo, o que foi? Precisa do meu carro mais uma vez? - Tentei entender quando fui distraída pelo meu celular. - Porque tão me mandando notificação da nossa conta conjunta? Não mexemos nela desde a viagem.

- Eu peguei dinheiro da nossa conta conjunta. - Leonardo confessou olhando para o chão.

- Tu fez o que? Sem me perguntar? - Esbravejei.

- Precisei pagar algumas contas e vou precisar viajar a trabalho. - Ele tentou se justificar.

- Como assim? Que contas tu precisou pagar? Que viagem é essa? - Ainda não consegui acreditar.

- Giovanna, por favor... Não faz pergunta, só confia em mim. - Leonardo continuava com uma voz passiva irritante. 

- Confiar em você? Confiar em você, Leonardo? - Respondi batendo nele enfurecidamente. - Como eu posso confiar em você? Como eu pude ser tão burra! - Comecei a deixar as lágrimas escaparem.

- Para de escandalo Giovanna, não é pra tanto. - Ele tentou me tocar.

- Não é pra tanto? Sai da minha casa agora! - Esbravejei com impulso. - Sai Leonardo, agora!

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