Querida família

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Eu não acreditava eu estava realmente a apaixonar-me por ele, mas e se ele não gosta-se de mim? Eu passei por uma loja a caminho de casa e decidi comprar um maço de tabacos, afinal eram só alguns não me iriam fazer assim tão mal. 

Enquanto andava tirei dois cigarros do maço e coloquei-os dentro das minhas sapatilhas, já que às vezes quando chegava a casa o Takemichi revistava-me como se fosse um policia à procura de uma arma.

🌸🌸🌸<Quebra de tempo>🌸🌸🌸

CHEGUEI! - gritei bem alto para que ele me conseguisse ouvir.

Anda cá, - disse ele - esvazia os bolsos para cima da mesa, e só pra que saibas eu estou a ver se tiras tudo.

Fiz como ele mandou e atirei com o maço de tabacos aberto para a mesa.

A sério? - perguntou retoricamente - Fogo S/n, que merda, estiveste a fumar ou estavas à espera? Isto mata sabias?

Eu sei, e não eu não estive a fumar eu estava à espera, eu nunca fumo na rua, tem de ser num sitio onde eu me sinta segura e confortável para o fazer. - respondi ao mesmo.

Ainda bem que sabes, eu não te quero ver morta. - disse o loiro com um ar triste na face - Mas mudando de assunto, hoje o pai vai jantar connosco, vais poder vê-lo outra vez!

... - eu não conseguia dizer nada a minha boca estava aberta, mas as palavras não saiam.

Ei, estás bem? - perguntou o meu irmão.

Sim, estou ótima, ainda bem que ele vem cá. - disse eu com um sorriso falso no rosto.

Subi as escadas para o meu quarto e tranquei-me lá, sentei-me à frente da porta com as minhas mãos à frente dos olhos enquanto estavam apoiadas nos meus joelhos. Eu comecei a chorar, eu não estava pronta.

Eu ainda não estava pronta para o voltar a ver, o homem que assombra os meus piores pesadelos, o homem que só de pensar nele me deixa com medo, o homem que fez com que eu quisesse tirar a minha própria vida, o meu pai.

Levantei-me do chão e limpei as lágrimas, decidi ir tomar um banho para que eu relaxa-se um pouco, mas nem assim consegui descontrair, saí do duche e sentei-me na cama eu já tinha o meu pijama vestido pois não tensionava sair para mais algum lugar. Fui buscar os dois cigarros que tinha nas sapatilhas um deles, escondi-o dentro de uma gaveta e o outro utilizei-o.

Estava na varanda a fumar o que me relaxou um pouco e quando parei apaguei o cigarro na minha barriga, um lugar que ninguém viria e também não existe lá nenhuma veia, por isso eu estava bem, ou pelo menos era isso que eu queria dar a entender.

🌸🌸🌸<Quebra de tempo>🌸🌸🌸

Já se tinham passados uns 30 minutos eu conseguia sentir um cheiro muito bom a vir da cozinha, realmente os cozinhados do Take eram deliciosos, mas eu continuava na mesma, agora estava sentada no chão frio e duro de madeira que o meu quarto continha.

Se eu me quisesse mexer já estaria outra vez a cortar-me, mas o meu corpo estava todo tomado pelo pavor e ansiedade que aquele homem me dava, o meu olhar estava fixado num ponto no teto do quarto e eu observava-o calada enquanto um monte de pensamentos percorriam a minha cabeça.

S/N! - ou vi gritarem o meu nome.

Desci as escadas e vi um homem de estatura média, mas mais alto que o Takemichi sentado no sofá, era aquele exato homem e também o exato momento da minha vida que eu temia com todas as minhas forças.

Fui a correr para a cozinha, mas infelizmente acho que o meu pai me viu.

Takemichi! - disse de maneira repreensiva - podias ter avisado que aquele homem já tinha chegado.

Uau! Tantos anos sem veres o teu querido pai e é assim que me tratas? - disse a voz arrepiante que saía da boca do meu pai. - Aquele homem, eu sei que não o melhor pai, mas isso não é motivo para falares de mim como se me tivesses nojo.

Eu falo assim porque eu tenho nojo de ti, - retorqui a virar-me para ele - tu não eras o melhor pai tu eras o pior.

Ai sim? Então porque, explica-me. - pediu o de cabelos pretos enquanto olhava para mim como se fosse sugar a minha alma.

Eu dou-te uma explicação, caso não te lembres eu vou refrescar-te a memória, quando só estávamos eu e tu em casa tu abusaste-me. - disse eu com os olhos a lacrimejar. - e não venhas com desculpas, porque eu não queria aquilo, eu queria que tu me batesses só porque sim como fazias, eu tinha 9 ou 8 e tu fizeste aquilo, por isso mesmo é que tu nunca foste o melhor pai, foste o pior de todos.

Se tu vieste para minha casa, viver debaixo do meu teto para reclamares da minha parentalidade, então acho melhor saíres antes que as coisas fiquem feias. - respondeu o mais velho.

Aí é? O que é que vais faz... - fui interrompida, por um vaso que se partiu na minha cabeça, perfurando alguns lugares da minha pele.

Fui para o meu quarto e vesti-me e calcei-me o mais rápido que pude, peguei no outro cigarro e num isqueiro e fugi de casa. Eu ainda não sabia para onde ir, até que lembrei que o lugar mais perto era provavelmente a casa do Smiley.

Eu precisava dele, eu precisava do seu sorriso caloroso e aconchegador.

Acendi o cigarro e comecei a fumar, só que desta vez pela rua, eu já não me importava com o que as pessoas diziam, terminei o cigarro e começou a chover, não sei se fiquei grata por isso ou zangada. Agora os cacos de porcelana presos na minha pele ardiam e eu conseguia sentir i sangue a escorrer pela minha cara.

Tive sorte que ele não me tenha acertado nos olhos, nem num ponto vital, como o pescoço, eu já sabia que o meu reencontro com ele não ia ser bom, mas de certo que eu não esperava por isto, mas afinal era o mesmo homem que era à anos ele não poderia ter mudado.

Fui interrompida dos meus pensamentos quando parou de me cair chuva na cabeça, eu tinha chegado a casa do meu apaixonado, o Nahoya Kawata.



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Obrigada por lerem até aqui!

Espero que estejam a gostar e votem por favor, obrigada!

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Your Smile - Nahoya Kawata❤Where stories live. Discover now